Capítulo 11

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          Aos poucos a vida dele foi mudando; o amor na forma de uma pessoa que gostava dele, uma garota que o deixava tocá-la como se fosse nele, foi acontecendo

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          Aos poucos a vida dele foi mudando; o amor na forma de uma pessoa que gostava dele, uma garota que o deixava tocá-la como se fosse nele, foi acontecendo.

          — Está mais confiante, hein! — disse ela, sorrindo quando ele pegou-a assim que chegou na casa dela.

          — Eu percebi que você deixa — explicou ele. — E você me deu confiança para que eu possa.

          — Você pode, amor. Você pode.

          Era sábado de tarde. Um dia que, segundo contou para ele, ela não trabalhava. Nos sábados, como nos outros dias úteis da semana, ele só aparecia na casa dela de noite, aquela estava sendo a primeira exceção. Era o domingo o único dia em que eles ficavam mais tempo juntos. Ele dormia no sábado à noite com ela e aproveitava para ficar o domingo também.

          Ela surpreendeu-se com a súbita aparição dele, não esperava. Pareceu até mesmo meio desnorteada, como se estivesse agitada com alguma coisa, não sabendo muito bem o que fazer. Ele percebeu isso, passando então a pensar que ela talvez não o quisesse ali naquele momento. Mas mudou de pensamento, começando a achar que ela também tinha suas rotinas e ao mudá-las, como acontecia com ele, ficava meio confusa.

          — Algum problema? — perguntou ele.

          — Não, nenhum.

          — Pode falar.

          — Não, só não esperava você tão cedo — disse ela. — É que eu não queria ficar em casa hoje... Quer sair?

          — Que coincidência, eu vim justamente para lhe perguntar isso. Estou gostando tanto de você que queria levá-la a um lugar. Não saio muito, é bom você saber; esse é um dos raros momentos sociáveis que tenho.

          — Que legal, você nunca sai comigo.

          Agora ele se preocupou com o que ela poderia estar pensando que seria.

          — Bom, amor, não vai ser muito diferente do almoço — falou ele. — Nosso almoço já é sair juntos.

          — Eu sei, mas fora isso. O almoço se tornou rotina, é diferente... Eu vou me arrumar.

          — Arrumar o quê?! Você está ótima assim, não precisa de mais nada.

          — Vou só colocar um pouco de maquiagem.

          — Eu quero ver você — adiantou ele. — Só desta vez não usa maquiagem, vai assim mesmo. No almoço você sempre está maquiada por causa do seu trabalho. Você está linda assim.

          A alegria veio-lhe ao rosto e a confiança parecia estar de volta nela. A agitação de antes foi substituída por uma excitação. Talvez fosse aquela sensação de serem um casal que estava inebriando-a. Ela estava já sabendo o que fazer. Pegou sua bolsa, grande e cinza, e arrumou alguma coisa dentro dela.

OS BONECOS ENGRAÇADOSWhere stories live. Discover now