Capítulo 3

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          Ele jantou um pouco mais tarde neste dia, devido a ficar sonhando acordado com a garota

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          Ele jantou um pouco mais tarde neste dia, devido a ficar sonhando acordado com a garota. O livro que ele queria continuar lendo, acabou nem lendo. Praticamente não fez nada do que deveria ter feito no resto do dia.

          No dia seguinte, as coisas voltaram ao normal. Ele seguiu a mesma rotina de todos os dias; tomava o café, arrumava alguma coisa que tinha que ser arrumada, depois ia ler ou fazer qualquer outra coisa, mesmo assistir televisão, coisa que não fazia com frequência. Chegando à hora do almoço, se preparou e saiu para o restaurante, indo almoçar.

          Quando chegou à calçada da frente do prédio onde ficava o seu apartamento ele começou a sentir-se mal. Estava ainda distante do restaurante e já começava a se sentir aflito. Só que ele não tinha outra escolha a não ser ir, a única alternativa seria mudar de restaurante, se caso ele não tivesse razões para não fazê-lo; do mais que houvesse o seu incômodo, ele ainda queria dar uma chance a ela, queria ver até onde ela iria. Isso, contudo, não era o suficiente para mudar o jeito de ser do seu organismo, daquela timidez, e conforme mais chegava perto do restaurante mais seu organismo reagia, principalmente sua tensão.

          Por mais que a achasse bonita, talvez até mesmo por isso, ele se sentia intimidado por ela, e neste dia, durante este percurso que fazia, começou a desejar que ela não estivesse lá. Era uma briga de sentimentos. Quando longe, pensava nela, querendo-a perto de si, quando perto, ficava intimidado, tenso, querendo que a tensão fosse embora, não sabendo muito que fazer. A diferença era a imaginação. Quando ele pensava nela, pensava do seu jeito, as situações eram da sua maneira, ela fazia exatamente tudo do jeito que ele queria, e como estava em uma zona de conforto, onde não havia ela para realmente confrontá-lo, era tudo tranquilo. Ele já havia reparado tempos atrás que a sua imaginação, de certo modo, pulava as apresentações, os cortejos, as conquistas, indo direto para o relacionamento, onde ela já era sua e ele não precisava se preocupar. Era um jeito de pensar.

          Quando a uma distância considerável, mas não ainda próximo o suficiente para ver se ela estaria no mesmo lugar de sempre, mais ou menos dois quarteirões de um ponto de vista favorável, ele começou a raciocinar em dar a volta no quarteirão e ir pelo outro lado, voltando pela esquerda até o restaurante. Ela estaria esperando ele olhando para um lado e ele discretamente chegaria pelo outro. Ela nem o veria entrar. Mas mudou de ideia, não estava com disposição a ir tão longe; se a situação no futuro ficasse mais tensa, aí então ele decidiria por tomar essa medida de tranquilidade. Por hora iria enfrentar a coisa toda.

          Mas isso também não aliviava a sua tensão que continuava na mesma. Pensa decididamente que se ela gritasse de novo desta vez na próxima daria a volta no quarteirão. Neste momento, quase sempre olhando para o chão, sumido em seus pensamentos, ele ia chegando ao restaurante, aproximando-se cada vez mais, nem se lembrando de olhar e ver se ela estaria no local de sempre, e num impulso antes de entrar no restaurante olhou para a direção em que ela ficava todos os dias. Para seu alívio ela não estava lá. No local estava apenas a vendedora de calçada que naquele momento atendia a um cliente. Tranquilizado, não se preocupou em procurar nas redondezas se ela estaria próxima dali, apenas entrou no restaurante.

OS BONECOS ENGRAÇADOSWhere stories live. Discover now