capítulo 42

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Viu a Mercedes assim que saiu da biblioteca. Lawrence ia ao volante. Mesmo daquela distância sentiu seus olhos sobre ela enquanto descia a ampla escada. Quando se aproximou, saiu e lhe abriu a porta. Só o fato de vê-lo fez que se sentisse melhor. Foi a primeira vez desde que a tinham despedido que não sentiu o tremor do pânico.

Lawrence lhe deu um rápido abraço antes que entrasse no carro. Uma vez que estava ao volante, Camila disse:

— Te liguei antes, mas atendeu o correio de voz.— Ele assentiu enquanto entrava no trânsito intenso.

— Sinto muito. Passei o dia todo trabalhando nas fotos que fizemos ontem à noite. Não queria que nada me distraísse. — Desviou os olhos do meio-fio o tempo suficiente para lhe dar um amplo sorriso.

— Como ficaram? — perguntou nervosa.

— Vou levar você a meu apartamento para que as veja por si mesma — respondeu.

Sua excitação era evidente e contagiosa. Camila esboçou um leve sorriso.

— Está certo — acessou. Lawrence apertou-lhe a mão.

— O que acontece? — perguntou.

Como podia saber que algo ia ruim? Tinha aspecto de ser alguém a quem acabavam de despedir?

— Bom, Sloan me despediu.— Lawrence riu.

— Ela não pode fazer isso.

— É obvio que pode — replicou Camila frustrada. — É minha chefe. Você nunca teve um trabalho normal das nove à cinco, por isso não o entende.

— Falarei com ela — disse com confiança, como se isso solucionasse tudo.

— Não! — exclamou envergonhada só de pensa-lo. — Por favor, não o faça. Embora pudesse obriga-la a que voltasse a me admitir, e o duvido, seria deprimente para mim. Só preciso... eixa-lo estar.

A Quinta Avenida estava lotada com o trânsito da hora do rush. Lawrence virou para o oeste.

— Não estou de acordo com você nisso — insistiu. — Quer recuperar o trabalho ou não?

— Não o entende, Lawrence. Eu estraguei tudo. Eu queria este trabalho mais que qualquer coisa.

— Não fez nada que justifique sua demissão.

— É obvio que sim. A deixei ciumenta e logo dei uma desculpa para que me despedisse. Foi estúpido — reconheceu.

Voltava a sentir o nó na garganta.

— Mau manejo das relações de poder — reconheceu. — Lamenta ter saído comigo?

Camila negou com a cabeça.

— Não. Nem por um minuto.

— Bom, se o fizesse, acredito que quando vir as fotos, mudaria de opinião.

***

Camila estava sentada na mesa de jantar de Lawrence, observando as fotografias. Apenas reconhecia à linda, segura e extremamente erótica criatura em branco e preto que lhe devolvia o olhar. Tinha tentado evocar o espírito do Bettie Page, mas era uma encarnação mais escura e perigosa. Cada foto parecia revelar uma camada diferente de si mesma e a sequência em que as tinha organizado Lawrence, criava uma poderosa progressão de dominação e desejo.

As fotografias eram perturbadoras e emocionantes ao mesmo tempo.

— Não posso acreditar — afirmou em voz baixa.

— Eu sim — replicou ele, enquanto passava por trás dela e aparecia por cima de seu ombro de vez em quando. — Não te pressionei mais com o tema das fotografias para não te incomodar, nem tentar exercer nenhum tipo de controle, mas tinha a sensação de que o resultado seria algo especial. — Sentou-se ao seu lado e pegou a mão dela. — E tinha razão.

— Há muitas fotos

— Sempre faço muitas durante uma sessão, o qual em si mesmo não é excepcional. Mas sim o é que todas sejam boas. Ou quase todas. Às vezes só podem ser usadas umas poucas de cada sessão, por isso me permito muita menos flexibilidade. Mas o que temos aqui... é ouro. — E logo a olhou muito sério. — Não quero que se preocupe com nada. Nem por seu trabalho, nem por mim nem tampouco por nós.

Tomou o rosto entre as mãos e a olhou aos olhos com uma intensidade que exigiam o mesmo em troca. Camila sentiu a habitual pontada no estômago e nos olhos dele viu o onipresente desejo, mas também algo mais. Havia algo diferente em como a olhava e se deu conta de que, pela primeira vez, havia um elemento de admiração.

Lawrence baixou a cabeça e a beijou no pescoço, fazendo que sentisse um calafrio. Camila estremeceu e se inclinou para ele quando a rodeou com os braços. Encheu seus pulmões com seu perfume e sentiu que seu corpo se via alagado pelo desejo, apesar das persistentes dores da noite anterior.

Beijou-a na boca avidamente, como se tivessem estado separados durante semanas. Desabotoou o sutiã. Sua mão se deslizou sob a blusa para procurar os mamilos. Deixava-os eretos. Os acariciou uma e outra vez até que Camila deixou escapar um leve gemido e só então abriu a blusa, tirando dela com tanta força que alguns botões saltaram e caíram ao chão com um leve tinido.

Seus lábios e sua língua se entretiveram nos seus seios, brincaram com os mamilos ao princípio e logo os sugaram tão forte que doeu. Camila ofegou com as mãos no seu cabelo, assombrada de que seu corpo fosse seu pior inimigo. Desejava-o descaradamente apesar da dor persistente que sentia, devido de como havia transado a menos de vinte e quatro horas. Mas notou a umidade entre suas pernas e se contorceu de desejo.

Lawrence se levantou e Camila sentiu o ar nos mamilos úmidos e machucados. Desviou as fotos com um tapa e a colocou sobre a mesa. Desabotoou a saia e a tirou, jogando-a ao chão junto com a calcinha.

— Venha para a beira — ordenou com uma voz cheia de desejo.

Ela se deslizou e as pernas ficaram pendurando na lateral da mesa. Lawrence se recostou na cadeira e as abriu. Então se inclinou para frente para lamber o sexo com a língua numa longa carícia. Camila gemeu e arqueou as costas e ele deslizou um dedo em seu interior.

— OH, Meu Deus! — sussurrou ela.

Sua língua brincava sobre seus clitóris enquanto seu dedo entrava e saía. Camila puxou o seu cabelo enquanto seus quadris se moviam brusca e ritmicamente. Seu cérebro zumbia como um motor, com todos os pensamentos dispersos e sem sentido. Até o momento que ele subiu na mesa e sentiu que seu pênis tocava o seu sexo, ela já tremia toda, nervo puro que só poderia aplacar enchendo-a.

Ele abriu mais as pernas enquanto que apertava o bumbum quase freneticamente. Pensou que seguiria excitando-a, e sabia que se a fizesse esperar não seria capaz de suportar. Mas por sorte se afundou no seu interior e a sensação foi tão brusca e rápida que notou quase imediatamente como sua vagina se convulsionava, espremendo-o num orgasmo tão forte que experimentou um momento de pânico com a perda de controle.

Começou a gritar palavras sem sentido e ele murmurou algo em resposta, com o rosto perto do seu, até que suas próprias palavras se converteram num potente grito que a surpreendeu, enquanto que seu corpo tremia e ele investia numa amostra quase violenta de seu próprio êxtase. Depois, Lawrence se moveu até ficar deitado de barriga para cima sobre a dura mesa, com ela aconchegada junto a ele.

— Não vou poder caminhar — disse em tom de brincadeira.

— Eu te levarei — assegurou ele e a apertou com força. E Camila soube que não estava brincando.

A Bibliotecária Where stories live. Discover now