capítulo 17

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Camila entrou às escondidas com o copo da Starbucks na biblioteca. Não podia acreditar que estivesse desobedecendo a uma norma tão importante sobre entrar com uma bebida na Sala Principal de Leitura, mas só assim poderia passar a manhã.

Como tinha dormido umas poucas horas e cada uma delas se foram interrompidas por estranhos, e inclusive violentos, sonhos sexuais. De vez em quando, despertava empapada em suor, com a mão dentro da calcinha.

Tentou descartar as lembranças de seus sonhos e todos os pensamentos da noite anterior, mas a noite se agarrava a ela como um aroma.

As carícias do Lawrence tinham deixado o corpo e a mente afiados. Sentia-se esquisita e sensível a tudo: sons, luz... Inclusive sabores. Fixou-se pela primeira vez na terrosa cor do café da manhã e em como cada gole acabava num toque doce, como o chocolate amargo.

Quando se aproximou de sua mesa, viu que tinha uma caixa branca em cima. Observou-a com mais atenção e reconheceu o inconfundível logotipo da Apple.

— Que demônios?

Levantou a tampa e descobriu um envelope de papel no interior. Dele tirou um Iphone novo de última geração. E um pequeno cartão branco. Abriu-o.

"Querida Camila:

Suponho que chegou a casa bem ontem à noite.

A próxima vez que sair correndo assim, por favor, no mínimo, me mande uma mensagem me informando de que está bem. Ou, melhor ainda, chamarei neste telefone para comprová-lo por mim mesmo.

Sim, este telefone é seu, mas só para usá-lo entre nós dois. Quero que fique com ele e o leve sempre com você e ligado

L."

Pelo visto, conseguiu descobrir que ele era provavelmente o único homem no planeta que enviava Iphones em de vez de flores.

— O que acontece, Cabello? — perguntou Alex, sobressaltando-a.

— Nada. — respondeu. — Você sabe como funciona esta coisa? — Entregou-lhe o Iphone.

— Sei respirar, não? — disse ele, ao tempo que apertava um botão. O logotipo branco da Apple apareceu na tela.

— Onde estava todo esse talento quando você queria ligar para a mensageira? Certo, quando toca, como atendo?

Alex suspirou e deu um curso rápido deslizando os dedos e pulsando por toda a tela.

— Onde está o teclado? — perguntou Camila. — Não posso escrever com isto.

— Sim. — respondeu ele. — Você deve ser mais das do BlackBerry. — Dito isso, partiu para voltar com mais livros.

Camila meteu o telefone na bolsa e leu a nota uma outra vez, incapaz de reprimir o sorriso ou alguns pensamentos que não cabiam numa biblioteca.

A Bibliotecária Where stories live. Discover now