Camila remexia a comida no prato e, quando olhou para cima, encontrou Lawrence observando-a fixamente.
— Você me decepciona, Camila. – comentou. — Não pensei que fosse das que não comem.
Ela sentiu que corava e o desconforto e o absurdo da situação finalmente pesaram mais do que quão excitante poderia chegar a ser.
— Desculpe que eu não pule no prato, mas na última meia hora eu não fiz mais que receber ordens, e isso me fez sentir mais numa representação extravagante do que num jantar, me fez perder o apetite.
Ele riu, mas não com um sorriso educado, mas com uma profunda e rouca gargalhada, jogando a cabeça para trás.
— Hum, uma cliente descontente. Isto é algo novo para mim — brincou, exasperando-a ainda mais.
— E como vou recuperar minha roupa? Porque eu não vou voltar a esse quarto de hotel depois do jantar.
— Parece-me bem — afirmou ele, claramente divertido, o que a irritou ainda mais.
— Aviso-te para que estejamos na mesma página e que não haja malentendidos.
— Na mesma página, né? Falou como uma verdadeira bibliotecária. — afirmou.
Sem saber o que responder a esse comentário, Camila provou o vinho. Estava delicioso e o líquido deixou um rastro de calor líquido na sua garganta.
— E agora que o mencionou, não íamos falar dos livros? Pensava que era disso do que tratava este jantar.
— Impaciente para entrar na matéria.
— Sim — assentiu e tomou outro gole de vinho.
"É o último, agora vou parar", assegurou-se a si mesmo.
— Por que não tem celular? — perguntou Lawrence.
Camila foi surpreendida com essa pergunta que parecia surgir do nada.
— Oh, não sei. — respondeu. Negava-se a reconhecer sua obrigatória austeridade a alguém que andava por aí num carro com chofer e que usava um dos hotéis mais caros do mundo como vestiário.
— É pouco prático — comentou.
— Para mim não.
— Tinha usado cinta-liga alguma vez? — perguntou-lhe. Camila quase cuspiu o vinho.
— Como?
— Você disse que queria entrar na matéria. — Seu olhar era intenso e sua expressão séria. Era evidente que a pergunta sobre o móvel tinha sido só de aquecimento. — Como se sente vestindo a roupa íntima que comprei?
— Como se usasse um disfarce. — respondeu.
— Você diz isto como se fosse algo ruim.
Levaram os pratos e a aparição do garçom deu a Camila uma pausa temporária do interrogatório. Eles colocaram um novo prato a sua frente, tão elegantemente apresentado que mais parecia arte do que comida.
— Mousseron e raviólis de acelga, queijo nettlesome, cogumelos St. George em conserva, samambaias cabeça de violino. — anunciou o garçom.
O sommelier retirou a taça de vinho de Camila, embora ainda estivesse meio cheia e trouxe outras taças limpas. Apresentou então uma nova garrafa a Lawrence.
— Domaine Drouhin Meursault, Burdeos 2008.
Camila fez gesto para recusar mais vinho, mas uma crítica olhada de Lawrence a deteve.
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A Bibliotecária
FanfictionCamila Cabello, uma brilhante rata de biblioteca, conseguiu seu emprego tão sonhado: bibliotecária na Biblioteca Pública de Nova Iorque. Mas o descobrimento das sórdidas aventuras sexuais de um jovem libertino milionário entre os santos corredores e...