— Sabe quem ela é ou o que queriam com ela? — Mor questiona, os olhos cerrados para os diversos ferimentos no corpo da menina na cama.

Sinto as sombras rodarem em minhas orelhas, nas pontas dos dedos, quando lembro que Cassian fazia companhia ao macho que fizera parte disso com ela. E o súbito desejo de esfola-lo volta com força.

— Ainda não. Mas saberei em breve. — digo.

Rhysand acena com a cabeça apenas uma vez, e se vira, começando a se retirar.

— Chamarei Madja para que ajude com os ferimentos. Pelo visto, ela tem muitos. E você... Sugiro que descubra logo o que queriam com ela. Uma coisinha desse tamanho fugindo de algo ou alguém... Bem, quem quer que a queira poderia voltar se decidisse que ela vale o risco. — ele diz e se retira.

— Eu fico com ela. — ouço Mor dizer ao meu lado. E sem uma palavra me retiro, atravessando até o calabouço, onde Cassian já havia feito parte do trabalho em tirar informações do filho da mãe sentado a cadeira.

Vejo os olhos do homem ruivo sentado, amarrado pelas sombras à cadeira. Sinto o medo, as sombras sopram por mim e sei que Cassian já havia saído do recinto quando me aproximei o suficiente do macho a minha frente.

A imagem da fêmea caída e ensanguentada volta a minha mente, o ódio cresce e eu deixo que flua, frio e gélido enquanto forço as sombras contra o macho e o vejo tremer com o medo.

— Eu vou lhe fazer algumas perguntas... E você, irá respondê-las. — afirmo deixando as sombras dançarem em sua direção. Mas não as deixo fazer o trabalho, por mais que me peçam, que digam em meu ouvido para que as deixem matá-lo. Puxo a lâmina fina, Reveladora da Verdade, seu nome... Devido a vários motivos. Devido as várias formas que eu podia extrair a verdade apenas com o modo como posso usá-la.

— Vamos começar com... Porque perseguiam a féerica? — questiono, esperando que o macho me responda.

Eu poderia deduzir várias coisas... sobre suas vestes, por exemplo, a corte a qual pertencia. Mas, as cores não condiziam com nenhuma... Não havia símbolo representando numa das grandes Casas, nem menção em suas armas. O informa que ele não era daqui, mas suas orelhas pontiagudas também informavam que ele não era das terras humanas.

Espero que o macho me responda, mas ele não o faz... Nada que eu não esperasse, entretanto. Sorrio, lateralmente, apreciando a sua boa vontade em tentar manter-se firme. Não duraria muito. Prova, quando cravo a lâmina illyriana ao longo da extensão de sua coxa, vendo e ouvindo o grito de agonia. A tentativa falha e inútil de tentar mover-se para longe, a lâmina corta mais profundamente, eu sorrio mais uma vez.

— Você vai falar... — eu digo pacientemente, — Podemos ficar aqui por algum tempo também, sabe eu não me importo...

Novamente passo a lâmina pela sua pele. Eu não me orgulho nem um pouco disso, não. Mas era meu trabalho. Minha parte no nível da minha Corte. Descobrir tais coisas, investigar, obter informações entre amigos de uma maneira menos letal, e entre inimigos... De forma sanguinária.

Ao final da sessão eu não havia descoberto muita coisa. Apenas que a fêmea era de linhagem nobre, o macho não dissera qual exatamente mesmo com todo o trabalho para lhe arrancar as informações. Sabia que ela havia fugido de seu pai, que a havia vendido a um senhor mais poderoso ao qual ela deveria ser devolvida onquanto antes. Alguém a quem até mesmo o macho caído em poças de seu próprio sangue, afirmara temer mais que ao seu Senhor. E que ele estava disposto a entregá-la.

— E então... — Rhysand questiona quando eu apareço em no escritório. Poucas, raras as vezes em que ele não está com Feyre. — Conseguiu descobrir algo?

— Sim... — e então contei, enquanto Rhys observa atento demais as palavras. Como se juntando as peças das informações.

Assim que terminei ele disse ter algo que Madja queria nós falar e que parecia importante sobre a garota. Eu não precisava saber, meu trabalho já fora realizado entretanto. Mas Rhys afirmou que a menina parecia ter acordado e que eu deveria ir até lá. Afinal, segundo ele, eu lhe havia salvado a vida.

*

A curandeira ainda estava debruçada sobre o corpo pálido da menina. Não havia percebido a quantidade de ferimentos sobre a pele, alguns mais recentes ainda vermelhos e sendo tratados, outros esbranquiçados e marcas espiraladas sobre o tom pálido, como pequenos símbolos estranhos queimado a brasa até o momento que a vejo debilitada sobre os lençóis manchados de sangue viscoso escuro. Sinto minha mandíbula apertar firme com a visão.

Será que a torturaram com aquilo?!

A curandeira toma atenção em nossa direção e seu olhar para sobre mim, antes de se virar a Rhys.

— Ela ficará bem, voltou a dormir e achei melhor mantê-la assim. Os ferimentos estão respondendo bem ao tratamento e ela parece ser forte. — a fêmea diz, respondendo uma pergunta que nem mesmo foi feita. — O único problema mesmo são... As asas.

Pisco algumas vezes para a informação, assim como Rhys ao meu lado.

Asas?

N/A: OIE tudo bem com vocês meus amores? Espero que sim

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N/A: OIE tudo bem com vocês meus amores? Espero que sim. Enfim, estão gostando? Me dêem dicas também tá? Sou nova escrevendo fics então não sei muito sobre.. espero estar me saindo bem.

Outra coisa, preferem escrito sobre dois pontos ou de um personagem só? Me conta aí também.

Príncipe das SombrasWhere stories live. Discover now