malvie
— Não entendi o por que da sua amiga não ter sequer aparecido desde então, sequer para jantar, e é trabalho dela me dar os remédios. — Caius disse sentado na bancada da cozinha, acabando de tomar os remédios que eu lhe dei, os de depois do jantar.
Eu terminava de lavar a louça, de frente pra ele. Depois da torta maravilhosa que mamãe fez para me agradar, o mínimo que eu poderia fazer, é lavar a louça pra ela.
— Ela não está se sentindo bem, ser mulher é complicado, cólicas são um verdadeiro inferno. — Menti descaradamente.
Verdade seja dita, Summer apenas se recolheu, querendo ficar sozinha, quieta. E eu entendia muito bem, mas me sentia mal por ela se deixar ser tão afetada pelo meu irmão.
— Tudo bem, não vou ser eu a querer ser processado por estresse no ambiente de trabalho. — Resmungou, coçando a barba desleixada que estava aparecendo em destaque pelo rosto, que era normalmente liso. O deixava mais velho.
— O mínimo que deveria fazer era ir perguntar como ela está. — Ralhei com ele.
— Eu... Não sei como fazer isso. — Disse desconfortável, me deixando supresa pela sinceridade.
— Não sabe se importar com as pessoas?
— Eu me importo com as pessoas! Eu me importo com nossos pais, com você, eu realmente amo vocês, e também me importo com meus amigos, com a droga dessa cidade que eu tinha que cuidar, e até mesmo com sua amiga, que ferrou minhas chances com a Ann Marie no ensino médio. — Começou bem, mas terminou a frase de forma azeda como sempre. Caius só podia ser niilista.
Mas me fez sorrir, sequei então minhas mãos em um pano de prato e dei a volta na ilha da cozinha rapidamente, para envolve-lo num abraço.
— Eu também te amo. — Murmurei o abraçando pelos ombros e dei um beijo estalado em sua bochecha, o vendo fazer uma careta.
— Quando sentimentalismo pra uma terça a noite. — Resmungou.
— Você é um chato e precisa fazer a barba!
— Não estou tentando atrair ninguém, estou pronto para morrer sozinho.
— Você namorou a Brianna, Caius. Isso deveria fazer você querer morrer sozinho. — Soltei, pois foi mais forte do que eu. — E bem, porque ela te colocou pra fora do carro dela hoje?
— Ela não colocou, eu quis sair. — Contou.
— O que ela te disse pra você fazer isso?
— Bem, ela insinuou que eu havia matado a Nora de propósito. Perguntou se eu queria me livrar dela... — Disse baixinho, para que nossos pais, que assistiam um filme, na sala, não escutassem.
— Você não a matou. — Afirmei.
— Não de propósito.
— Foi um acidente.
— Eu sei.
— Eu sei que você foi no cemitério. — Contei, ele ergueu as sobrancelhas, e riu sem demonstrar surpresa. — Te fez bem?
— Acho que sim. Bem... Eu nunca fiz promessas para Nora, sabe? Ela sabia como eu sou, ela era como um fetiche, uma mulher mais velha, linda e proibida, e dizia que me amava, faria qualquer loucura, queria que fugíssemos juntos, mas eu não faria isso. Eu não sou um homem apaixonado e irracional. E é isso. Eu não posso mudar nada agora. E se eu pudesse mudar, não teria me relacionado com ambas. — Assenti, satisfeita por ele estar se abrindo comigo assim.
— Seres humanos são complicados. E relações humanas, mais ainda. — Falei tocando seu ombro.
— E o que podemos falar de você? Está saindo com o cara que prendeu... — Disse sem nem um pingo de vergonha. Mas como ele sabia?
![](https://img.wattpad.com/cover/164237770-288-k189337.jpg)
YOU ARE READING
Resolução
RomanceLorenzo Coban é filho de um foragido da lei, e sempre soube que nunca poderia ter uma vida normal, mas quando seus olhos caem sobre Malvie Wright, uma bela polícial, tudo o que ele acredita é colocado a prova. Porém, enquanto Lorenzo se vê atraído p...