c i n c o

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lorenzo

Minha moto e o carro, segundo o mecânico, ficariam prontos durante a tarde. Ou seja, eu teria que voltar para buscar. E obviamente, continuar mentindo para o meu pai, sobre quem fez o estrago na porta do carro.

Por algum motivo, eu não queria citar a Malvie em casa. Era como se algo dissesse pra mim, que era proibido.

E era.

Quando Malvie eu saímos da mecânica, ela havia chamado um uber pra voltar pra delegacia. E eu usei minhas pernas, decidindo, já que a adega estava sem movimento, usar meu horário de almoço e ir pra casa.

Quando cheguei, avistei meus pais almoçando quando passei pela copa, conversando sobre qualquer coisa que não prestei atenção, passei direito por eles mas então ouvi meu pai soltar.

— Olha se não é o Hotwheels! — Revirei os olhos. Na cabeça do meu pai eu peguei o carro e sai atropelando a moto. Fantástico os problemas que uma policial de vestido pode me conseguir.

— Jared, agora não. — Minha mãe o repreendeu, tocando seu braço. — Vem Lorenzo, vamos almoçar. — Chamou.

— Só vou ali no meu quarto, daqui a volto. — Resmunguei, antes de sair dali, fui até o meu quarto trocar meu moletom por uma camisa branca simples e lavei minhas mãos. O verão inglês não era rigoroso, mas eu sentia mais calor do que a maioria das pessoas nesta época do ano.

Quando retornei, me servi e me sentei a mesa, meus pais me olharam esperando por respostas. Obviamente, por causa de eu ter mandado o Jimmy falar sobre o: cartão amarelo.

— Qual era o alerta? — Minha mãe perguntou, antes mesmo de meu pai pensar em abrir a boca.

— O delegado foi até a adega. — Resolvi soltar isso, e omitir o resto.

— E o que ele queria? — Perguntou meu pai, um tanto tenso.

— Whisky. — Menti.

— Não tem como eu ficar invisível perante as autoridades de Harrow, Lorenzo. Da proxima vez, só me deixe alerta se for algo realmente relevante. — Disse ele, o tom de voz um pouco cansado. Eu esperava por uma daquelas broncas de duas horas por tê-lo alarmado atoa, mas não veio. Ele e minha mãe ficaram em silêncio, como se estivessem se culpando por algo, algo que eu não entendi.

Comecei a comer, e eles desviaram o assunto, então acabei me inteirando da conversa dos meus pais sobre Elisabeth, filha da tia Kate, ter inventado um "intercâmbio" para Inglaterra. E isso me fez rir, Lise sempre me falava que conseguiria convencer seu pai de deixa-la vir me visitar. Acho que conseguiu.

— Quando ela vem? — Perguntei eu, no intervalo entre mastigar os cogumelos do risoto. Eu os odiava, então me livrava deles primeiro.

— Na próxima semana. Se prepare para ser guia turístico. Com certeza ela vai te arrastar para Londres. — Comentou mamãe com um meio sorriso, aparentemente pensando em me juntar com Elisabeth. Sim, eu conhecia bem a dona Carter, e particularmente, apesar de linda, Lise pra mim, era como uma irmã mais nova.

— Ela já me mandou um milhão de mensagens falando sobre isso. — Comentei.

— Pense bem onde você vai leva-la, porque é capaz da loira e do mocassim arrancarem suas bolas fora se você desvirtuar a garota. — Disse meu pai, para em seguida tomar um gole de suco. Na cabeça dele, eu também era um devasso, o terror da vizinhança.

— Você tem que parar de chamar o Alex de mocassim e derivados, ele já ouviu você falar em algumas ligações que fiz pra Kate. — Minha mãe ralhou, segurando o riso.

ResoluçãoWhere stories live. Discover now