A que salvou o rei - Gab Machado

Capítulo 36

– Eu vou, eu vou não se preocupe. – Ele fez carinho no rosto dela cheio de dor – Eu Queria levar você e Freya para os impérios além das terras depois do mar. Você ia adorar os tecidos finos de lá, são melhores do que qualquer um daqui e muito coloridos como você sempre gostou.

– Eu creio que não será mais possível, mas eu teria adorado. Não seja como e o resto de nossos irmãos, eu sei que o que você fez... – ela não terminou aquilo – Você me dá orgulho por seguir o que acredita ser certo, eu te amo, Henry.

– Eu também te amo, amo muito, muito irmã – Ele apertou ela contra seu peito a abraçando quando a consciência de sua irmã se foi e seu corpo se tornou mole, completamente vazio.

Willian chegou com os soldados que o acompanhavam, viu Eve cheia de sangue primeiro se apavorou com a possibilidade dela ter sido machucada, mas depois viu para onde ela encarava. Henry estava prostrado com Cherry morta em seus braços, estava acabado, ali tudo tinha acabado.

– Cherry... – Ele lamentou.

Bella continuava com os homens naquele lugar, tinha vomitado várias vezes e nada parava em seu estômago. Estava ansiosa e isso poderia ser um problema para o bebê, começava a sentir mudanças no tamanho de seu ventre confirmando mais ainda a existência dele.

– Não pode continuar aqui! Volte para casa e descanse.

– Não. – Ela bebeu a água que Idália a ofereceu.

– Mas é teimosa como uma mula mesmo! Estou mandando não te dando opção, vai acabar perdendo a criança com todo esse estresse.

- Só quando tiver seu trono de volta, enquanto isso guarde suas ordens para si mesmo. Minha resposta continua sendo Não e Não. Se acontecer qualquer coisa no fim será a culpa apenas minha e de mais ninguém. – Ela levantou e saiu para o terraço da torre, precisava de ar fresco.

Alguma coisa tinha dado errado, faziam quase oito dias que os soldados de Rikiblár deviam ter tomado o palácio.

– Bella. – Era a voz de Brayan.

Ela se virou e sorriu, correu até seu irmão e o abraçou. Brayan fez careta e olhou para a barriga dela.

– Devia comer mais, está péssima.

– Não aguento mais vomitar

– Está ansiosa. Tragam algo para ela comer. – Ele caminhou com ela até o canto onde se sentaram – Tenho notícias.

– Diga.

– Cherry apareceu com um exército e começou uma batalha contra Willian na divisa.

– Ela conseguiu fugir então.

– Sim fugiu, foram três dias de batalha direta, o exército dela resistiu até tentarem um ataque furtivo ao acampamento. Mas ela foi morta lá dentro mesmo.

– Morta? Mas Willian... Ele tinha a mesma promessa com Henry que eu fiz, não matar ela nem Freya.

– Foi o próprio Henry quem a matou, para proteger a rainha Eve. A dois dias prendemos os soldados de Anthony Smith, mas tentaram escapar e foram mortos assim como ele mesmo.

– O que estão esperando para atacar?

– O mensageiro real chegar com as ordens de Willian. Só assim entraremos no palácio, está toda uma enorme bagunça com o povo Abrahamsen, eles amavam a rainha Freya mas agora sabem que ela não pode fazer nada trancada em seu quarto.

– Tem uma previsão da chegada dele?

– amanhã à noite, só esperarmos

– Já esperamos isso a oito dias, mais um está tudo bem.

Um dos homens subiu trazendo a bandeja com comida. Ele colocou na mesa e olhou para Brayan abaixando a cabeça.

– Comandante, tem um homem querendo falar com o senhor.

– Quem é? Mande que venha até aqui.

– Sim senhor – Então o homem se foi pelas escadas.

Bella começou a comer, estava mais aliviada e calma pelo que tinha ouvido. Começou a comer o mingau, o tal convidado que queria falar com Brayan chegou.

– Graham?!

Freya estava se alimentando lentamente, as criadas estavam preocupadas. Diferente do que foi ouvido de Cherry, ela nunca tinha maltratado nenhuma das servas do palácio, na verdade era muito boa com elas então escolhiam não falar dos maus que a rainha já tinha feito, acreditavam que era a melhor de todas as rainhas do rei, odiavam mais que tudo a rainha Brunna, graças aos céus nunca mais tiveram notícias daquela mulher.

– Majestade, me perdoe por falar sem permissão – Ela suspirou colocando a colher de volta na tigela, as mãos da rainha tremiam frequentemente então não conseguia comer mais sozinha – Estamos preocupadas com a senhora.

Freya olhou para elas e abriu um leve sorriso.

– Por favor, não se preocupem tanto. Apenas não me sinto bem, meus dois irmãos morrendo tão de repente me deixaram ... Balanceada

As portas se abriram e Frolo, o homem de maior confiança de sua irmã, entrou.

– O que faz aqui? – Ela se levantou e acenou para as criadas – Podem ir, estão dispensadas.

Elas saíram e Freya foi para o salão acompanhada dele, já temia a notícia que ela tinha sido presa e estava prestes a ser exilada, pelo menos não poderia estar morta, por lei ela era mãe do primogênito então não importa o que eu fizesse, sua pena nunca deveria ser a morte.
A rainha se sentou no trono e Frolo péssimo, pálido e com vários cortes com sangue seco se ajoelhou em reverência.

– Seja direto, minha irmã foi exilada? – Ela disse com pesar.

– Não minha rainha – Frolo se levantou e Freya arregalou os olhos.

- Como não? O que aconteceu?

– A rainha Cherry está morta, fugi antes que me matassem, para lhe trazer a mensagem. Quando as tropas atacaram o-

– SAIA! NÃO QUERO OUVI-LO! – Freya berrou se levantando.

Frolo se calou e saiu com dificuldade. A rainha caiu de joelhos no chão se apoiando nas mãos, começou a chorar, os soluços travavam sua respiração de tão forte. Seu coração parecia parar juntos, parecia que iria morrer sufocada com aquele desespero, desejava que fosse tudo um pesadelo, o pior de todos os pesadelos que não superaria direito e a deixaria sem dormir por semanas.

E aquela voz apareceu lhe atormentando de novo mas agora tinha outra junto.

– Freya.

Cherry se abaixou na frente dela. Freya tentou tocá-la mas seu rosto se transformou no de Simon que sorriu para ela.

– Sem eles. Nenhum deles, só eu e você, minha querida. – a rainha gritou e gritou chorando, correu para trás e deu com as costas no trono então correu para trás dele.

Se encolheu e começou a chorar tremendo enquanto apertava seu vestido. Ouviu os passos dele, Simon apareceu na sua frente e se abaixou de novo. Freya agarrou o próprio coro cabeludo e apertou fechando os olhos e gritou querendo afastar ele mas sem conseguir.