Capítulo 18 - parte 2

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Um dia de viagem até Rikiblár era rápido mas com a ansiedade e raiva que Freya estava cada segundo pareciam horas.

– Venha para o quarto, Freya. – Simon apareceu

– Preciso pensar. – Freya suspirou

Ela estava do lado superior do convés sentindo a brisa do mar. Eles chegariam ao anoitecer então Freya tinha apenas esse tempo para pensar em um plano, mas era difícil, estava frustrada por ter deixado que a selvagem sequestrasse o pequeno Edmund bem em baixo do nariz de todos.
Freya estava preocupada e pensante, tinha muito o que fazer. Porém, Simon não era assim. Ele mesmo sabia que o concelho poderia não apoiar ele e se descobrisse as coisas que ele a apoiou a fazer no passado, tanto ela como ele seriam mortos da forma mais dolorosa das penalidades de morte. Então ele estava apenas com um lema: aproveitar do jeito que bem quisesse.
Isso incluía gastar com viagens e aproveitar ao máximo o conforto e o dinheiro do reino. Não tinha herdeiros para passar nada e Freya não lhe daria isso. Isso a incluía como parte dos prazeres que ele iria aproveitar ao máximo. Como um desfavorecido ele tinha que recorrer a uma mulher como Freya para conseguir o que queria, então tinha que ouvi-la. Mas como homem, como um injustiçado que agora tinha tudo que devia ser seu por direito, Freya era só uma das partes mais gostosas disso.

– Eu lhe disse para vir ao quarto, Freya – Ele repetiu um pouco mais duro

– Não quero nada com você agora, me deixe aproveitar esses minutos de paz – Ela murmurou.

Ele se estressou, ela já estava querendo se aproveitar demais e ele não iria deixar. Ela era sua mulher agora e o trato deles de antes de tudo tinha sido bem claro. Ela o obedecia quando ele queria.
Freya estava franzindo a testa quando Simon a segurou pelo coque do cabelo a fazendo se virar para ele tomando sua boca. Freya arregalou os olhos e empurrou ele para se soltar, isso fez com que Simon a segurasse forte pelos braços.

– Fique quieta e venha. Te quero fazendo a única coisa que é útil como mulher, me servindo na cama.

Ele a arrastou até o quarto, ninguém os viu quando já lá em baixo Simon trancou a porta soltando ela.

– Simon pare com isso! – Ela disse com a voz trêmula sem ter como fazer nada

– Parar com o que? – Ele sorriu – Tire esse vestido antes que eu mesmo o arranque do seu corpo, e digo isso porque só vai te trazer mais marcas do que já ficará.

– Não! Saia de perto da porta! Quero sair! Eu sou a rainha, Simon! – Ela tentou alcançar a porta.

– E você me fez o rei – Ele agarrou ela depois de tirar o cinto e prendendo-a contra parede foi fácil atar as mãos

Freya fechou os olhos tentando respirar fundo enquanto sua bochecha estava amassada contra a parede.
Confie em Simon, Confie nele de novo.
Mas de nada servia esses pensamentos. Não, na verdade isso só fazia cada vez mais sua memória borbulhar de lembranças ruins.

Três anos antes do casamento com Erik, Freya estava aprendendo etiqueta de outras nações no palácio de Rikiblár. Seu instrutor Sir. Healer, o mesmo desde os nove anos tinha mudado. Ele estava estranho, estava mais próximo, a olhava estranho. Freya estava se tornando uma mulher, ela sabia dos perigos que começaria a ser rodeada, mas em sua cabeça ela sabia que deveria, que confiava em Sir. Healer. Ele era seu instrutor a anos, conhecia a ela e sua família, além de ter um dever muito importante de ensinar etiqueta a futura rainha através do noivado.
Tudo desmoronou quando chegando cedo em uma das aulas que fazia junto com o príncipe Willian estava apenas Sir. Healer e ela sozinhos.

– Freya, chegou cedo – um silêncio se passou até o Sir ir até ela – Que tal repassarmos o que aprendemos na última aula mas sozinha?

– Pode ser – Ela sorriu inocente, paralela as intenções do homem adulto.

Tudo começou normalmente, mas ela sentiu aos poucos as mãos de Sir. Healer mudando para uma postura invasiva. Quando o homem percebeu que ninguém chegaria a sala já que até o momento o príncipe não aparecera parou a dança puxando o laço das costas do vestido da jovem.
Freya se assustou tentando virar rápido para olhar nos olhos de Sir. Healer e questionar o que ele estava fazendo quando aquele adulto que ela confiava segurou mais firme tampando sua boca com a mão.

– Fique quieta, será rápido se colaborar – Com a outra mão ele foi aos poucos tirando tudo que prendia o vestido.

A jovem adolescente tremia querendo gritar sem conseguir, por mais que suas mãos estivessem soltas não conseguia fazer nada. Ela sabia muito bem o que ele estava fazendo, o que iria fazer e isso a assustou mais. Com o vestido aberto as mãos do instrutor entraram por trás indo até os pequenos seios que começavam a crescer e os apertou.

– Sir. Healer – Ele tampou a boca dela de novo impedindo de falar. Lágrimas escorreram saindo dos olhos dela e molhando os dedos que apertavam a boca da menina.

– Sente como é bom? – o homem estava descendo a mão por entre as pernas dela agora e os olhos dela se arregalaram mais ainda em pânico.

Novamente ela tentou escapar. Queria gritar por seu pai, mas o duque Alfred não estava por perto. Ela estava sozinha naquele palácio, naquele salão com seu instrutor que estava fazendo coisas que ela não queria e ninguém viria a seu socorro. Ela não era importante o suficiente para isso.
Naquele dia ela quase foi violada, sua virgindade fora preservada apenas pela chegada do príncipe Willian que estava apenas atrasado. Ninguém sabia do ocorrido além de Freya, Willian que viu o estado da garota e foi quem a ajudou, e Sir. Healer que mais tarde foi tirado de sua posição de instrutor graças às reclamações do príncipe de que o homem era péssimo ensinando e que seu jeito não era nada eficaz.

Freya saiu com dificuldade da cama, Simon já estava fora a muito tempo mas só agora que ela conseguira levantar. Ela se vestiu com um vestido que tampava quase que toda sua pele. Tinham chegado a Rikiblár e estava na hora de enfrentar rei Willian caso a selvagem tivesse conseguido êxito no que Freya acreditava que ela pretendia fazer. 

A que salvou o rei - Gab MachadoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora