— Vejo que está pronta. — Bárbara, apenas assentiu confirmando. Reprimiu o arrepio ruim que lhe correu no corpo quando a voz grave e forte reverberou novamente no ambiente silencioso do quarto. — Precisa de ajuda?

A pergunta foi um choque tão grande que ela olhou para Thiago e viu que ele mantivera a mesma feição.

O que havia mudado ali?

O que ela havia visto nele da última vez, sequer beirava aquele homem ali de pé à sua frente. Com um riso nervoso de descrença, Bárbara perguntou:

— Você me tortura e depois me pergunta se preciso de ajuda? — Perguntou com voz baixa e tranquila.

Um segundo após, viu que não foi uma boa ideia questioná-lo daquele modo. Num instante, a feição de Thiago endureceu e Bárbara repreendeu-se mentalmente pela frase impensada.

— Vai começar, porra? — Quando Bárbara se retraiu e se afastou, Thiago percebeu que acima de tudo, agora ela o temia. — Não se faça de santa e nem de dramática, isso não combina com você. Sabe muito bem o que fez para merecer o que teve. E enquanto não recobrar a memória, não vou tornar as coisas tão fáceis para você. Você está proibida de sair de minhas vistas, a não ser que eu permita.

Agora ele parecia ter aceitado o fato de que ela não se lembrava de nada anteriormente ao acidente? — pasmem, ela analisou aquela nova informação.

— E vamos logo, antes que eu me arrependa e a deixe aqui por mais alguns dias.

Com medo intenso, esperou que ele saísse para deixar cair as lágrimas que até então retinha. Buscando a calma que não tinha, respirou fundo tentando por si mesma ignorar cada investida de Thiago. Ia colaborar para que não saísse disso tudo mais detonada e machucada do que estava.

O carro que os aguardava era um Mercedes Presidencial, logo, para Bárbara, não foi muito difícil de entrar

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O carro que os aguardava era um Mercedes Presidencial, logo, para Bárbara, não foi muito difícil de entrar. Mas não pôde dizer o mesmo quanto a dificuldade que teve em se acomodar. O espaço na cabine traseira era grande, mas sentiu muita dor ao ser obrigada a dobrar a perna esquerda. O carro pôs-se em movimento, ela ia quieta, decidida a continuar com a decisão de permanecer assim até finalmente recobrar a memória, mas inevitavelmente depois de um tempo na mesma posição, a dor aflorou e Bárbara começou a agitar-se, conforme os minutos iam se passando buscando com inquietação a melhor posição para que a perna não doesse tanto. Thiago, que já não mais olhava compenetrado para a tela do celular, assistia tudo em silêncio e de cenho franzido.

Obstinada, Bárbara olhou para o banco da frente, e resolveu apoiar a perna enferma e dolorida ali, fazendo a barra do vestido subir até um pouco mais da metade de suas coxas. Não ligou. Sabia que agora, pelo fato de sua recuperação ter sido totalmente, já não estava tão magra como antes. Achava também, que o fato de seu corpo ter mudado por conta da gravidez contava em razão de suas antigas roupas estarem tão apertadas. Contudo, suspirou de alívio quando o gesto pareceu melhorar enormemente a pressão em sua perna.

A Dama Sem Nome: Um Romance da Máfia- NOVA VERSÃO 2023Onde as histórias ganham vida. Descobre agora