Capítulo 15

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O quarto estava imerso em completo silêncio

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O quarto estava imerso em completo silêncio. O único barulho audível era o irritante "tic tac" do relógio. Novamente, Bárbara olhou para o indicador que marcava oito da manhã. Num cálculo mental rápido, deduziu que havia ficado três semanas e cinco dias internada ali.

Era mais tempo do que o necessário e Bárbara desconfiava que sua estadia tão demorada no hospital tinha a ver com Thiago. Estava pronta e vestia um vestido leve. Calçava um sapato baixo e ao seu lado, estava seu novo acessório provisório: a muleta. Durante seu antepenúltimo dia, recebeu uma pequena aula introdutória de como usar muleta, pois assim, pouparia a perna esquerda de se apoiar no chão por causa da pressão que sentia no local onde o punhal havia sido cravado.

Dr. Nanderitti, recomendou que esforços não fossem feitos, o intuito era que o fluxo sanguíneo estivesse sempre minguado naquela região do corpo para que o músculo e veias se recuperassem da melhor forma sem lidar com a pressão do esforço.

Para sorte de Bárbara, ou não, os dedos a serem quebrados haviam sido os da mão esquerda. Logo, com a parte direita do corpo se apoiaria na muleta, mas em contrapartida, teria muitas dificuldades nas tarefas do quotidiano. Agora, estava sentada na cama, sentindo-se apreensiva pela chegada de Thiago. Vivenciava a sensação de desconforto, nervosismo e medo, toda vez que olhava em direção a porta do quarto de hospital fechada. 

Ansiosa, olhou pela janela, para além dos montes que cercam a cidade italiana. Num gesto inconsciente e de aflição e inquietação, raspou perenemente o dedo polegar na tala do dedo indicador, causando um arruído que se misturava ao tic tac do relógio de parede.

De repente a porta foi aberta de modo abrupto por um homem vestido todo de negro, portando visivelmente uma arma na cintura e um rádio comunicador, em seguida, Thiago entrou.

Ele vestia terno e calças sociais pretas sob medida. Aparentava sempre a mesma elegância e imponência de sempre, seja para qualquer ambiente ou lugar.  Os sapatos, claramente pareciam ostentar extremo aparato, os cabelos estavam molhados e penteados, a barba bem aparada e desenhada. Era um homem lindo e que certamente chamaria a atenção facilmente das outras mulheres, mas não a de Bárbara. Naquele momento, ela só tinha muito medo e ainda por cima o odiava.

Bárbara viu que os olhos dele estavam compenetrados nela. Thiago estudava minuciosamente e varria com o olhar cada centímetro recuperado dela. As feições estavam de um jeito diferente, mas estranhamente, eram quase as mesmas. Os olhos pareciam mais límpidos e maiores, as maçãs do rosto mais salientes, o rosto e os lábios mais cheios, e o queixo parecia estar mais desenhado. As manchas roxas e as marcas de semanas atrás não mais existiam. Nada restava de toda aparência física caótica de meses atrás. O rosto estava perfeito! O único resquício do acidente deplorável era uma cicatriz funda que ia da lateral da testa até sumir dentro do couro cabeludo.

Sentindo-se inibida e desconfortável diante de toda aquela observação silenciosa, resolveu não fazer contato visual, afinal, para ela, era constrangedor e sufocante tê-lo ali depois de tudo, olhando-a como se fosse uma joia rara.

A Dama Sem Nome: Um Romance da Máfia- NOVA VERSÃO 2023Onde as histórias ganham vida. Descobre agora