Capítulo 11

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Bárbara escutou o barulho sendo fechada, mas não se deu ao trabalho de olhar para trás e ver quem era. Estava deitada na cama e de costas para a porta. Sentia o lado esquerdo do rosto arder e uma queimação na garganta e no peito. Mas a pior sensação era a física, que a rondava: A humilhação.

Era muito difícil de explicar a si mesma, como, e quando havia compactuado em viver daquele modo num relacionamento destrutivo e abusivo. Tinha certeza que jamais nutriria sentimentos de desejos por homens violentos, mas lá estava ela: casada com um.

Ainda não acreditava que havia levado um tapa de um homem, e que este mesmo homem queria obrigá-la a dormir com ele na mesma cama, mesmo após ter se relacionado sexualmente com alguém ao longo do dia. O bolor em sua garganta só aumentava. Queria gritar, correr e fugir. Mas quando pensava nisso, o rostinho meigo e inocente de Júlia preenchia sua mente.

Não posso fugir e deixar minha filha para trás! — Alegou veementemente para si.

Experimentou uma premonição ruim quando sentiu alguém parado atrás de suas costas. Escutou o farfalhar de roupas e logo após, a voz grave e rouca de Thiago:

— Quero você pronta em 30 minutos. O jantar será servido na ante sala do lado leste.

Ela demorou alguns segundos para processar a informação. Juntou as forças que tinha, guardou as lágrimas e vestiu a armadura de força que sabia que teria de ter.

Levantou-se da cama, passou as mãos pelo rosto e encarou Thiago, que a olhava com frieza. Assentindo obediente, caminhou para o banheiro de cabeça baixa e trancou se lá. Soltando o ar que nem sabia que havia prendido.

Abriu a porta do quarto envolta num roupão de algodão preto e grande demais

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Abriu a porta do quarto envolta num roupão de algodão preto e grande demais. Imaginou que o roupão pertencia a Thiago no mesmo momento em que o vestiu e sentiu-se receosa, entretanto achou melhor do que sair do banheiro nua.

Entrou no grande closet e viu que os cabides eram abastecidos de muitas roupas, mas que, a maioria, eram espalhafatosas demais, curtas demais, ou provocantes demais. Nada ali parecia condizer com seu gosto. Mas por sorte, havia um jeans que quase não lhe entrara, e uma blusa de alcinhas que ficara demasiadamente apertada no busto.

Abaixou-se e analisou todos aqueles infinitos pares de sapatos. Não havia nenhum sapato simples, ou que simplesmente servisse para ocasiões que não fossem uma festa. Cogitou descer descalça, mas relutantemente, escolheu e calçou um sapato de salto, que dentre todos, achou ser o mais básico.

O sapato ficou grande em seu pé, estranhamente, ela não calçava mais aquele tamanho. Sentou-se num pequeno assento que havia e travou uma pequena batalha para fechar o fecho do sapato. Os dedos das mãos, ainda estavam rígidos por conta do acidente, e não respondiam com agilidade para executar o pequeno serviço. Desistindo, resolveu não amarrá-los.

Fez uma leve maquiagem, apenas para esconder um pouco as manchas roxas e esverdeadas que teimava em não abandonar seu rosto, e uma vez pronta, viu que estava alguns minutos atrasada.

A Dama Sem Nome: Um Romance da Máfia- NOVA VERSÃO 2023Onde as histórias ganham vida. Descobre agora