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Estamos quase chegando em casa, viramos em direção a nossa rua e me surpreendo com a quantidade de viaturas e carros com vidro escuro, jornalistas e muitas câmeras. Tem até uma ambulância. Olho para Tony e me encolho no banco. Ele me olha de relance e estaciona desligando o carro.

- Sobrevivemos. - Erick diz. - Sério, estou chocado com tudo isso. Não saio da casa de campo pela próxima semana nem com reza prolongada. - ele diz e Philipe ri. Os dois descem do carro e Tony olha para mim.

- Quer minha camiseta? - assinto. Ele tira a camiseta e me passa, tiro o cinto e coloco a camiseta. Ela não tampa muito e olho para fora. Papai está conversando com Erick e Philipe e parecem pegar alguns dados. Tony desce e meu coração acelera. Tem câmeras do lado de fora e me sinto exposta. Tony gira e abre a porta do meu lado. Ele se coloca na frente da porta e olha em volta. Papai se aproxima e para ao lado dele.

- Você está bem querida? - assinto e sinto meu rosto queimar.

- Eu não consegui me vestir a tempo, não quero aparecer na frente dessas câmeras assim... Acho que vou ficar dentro do carro. - digo e ele me olha com ternura.

- Vou entrar e pegar alguma coisa para vestir por baixo, tudo bem? - assinto e ele sai. Tony permanece parado na frente da porta e encaro ele. Sorrio.

- Obrigada pela camiseta. - ele faz uma careta.

- Quer minha calça também senhorita Silver? - rio.

- Nem pense nisso, fique com elas. - ele segura meu queixo e foca os olhos em minha boca.

- Queria te levar para bem longe de todas essas pessoas. - jogo os braços em seus ombros.

- Me leve então. - ele ri e balança a cabeça.

- Que tal Transilvânia, dizem que lá tem essas coisas estranhas como estão tendo aqui. - ele diz com ironia. Aperto as pálpebras.

- Anthony Meyers, é minha impressão ou você quer transformar minha vida em um filme? - ele dá de ombros.

- Podemos excluir as partes que te levo para um quarto e criar um conto infantil. - rio.

- Não, já não basta você me chamar de chapéuzinho e não seria um conto infantil... - corrijo - Seria um conto de terror. - ele suspira.

- Droga, achei que poderia contar para as crianças, naqueles acampamentos chatos, que temos que ir nas férias. - balanço a cabeça.

- Eu gosto de acampamento de verão! - digo e ele torce o nariz.

- É horrível. - nego.

- Você não foi com as pessoas certas então. - digo e ele assente.

- Pode os acampar só nós dois então. - assinto.

- Vou adorar. - digo e ele me beija. O beijo é carinhoso e ele se afasta segundos depois, olhando para baixo e apertando o maxilar. Suspiro. Sei que ele precisa controlar a transformação. Papai não demora a retornar e para ao lado de Tony, me afasto dele e ele olha em volta fechando a porta. Ele e papai caminham para perto do portão e vejo alguns jornalistas se aproximarem e estenderem microfones para ele. Ele parece desconfortável e papai tira o colete e entrega para ele. Ele coloca e sorrio. É muito sexy vê-lo de jeans e colete. Parece esses "gogo boys" contratados para festas de despedida e aniversários.

Tiro o foco deles e coloco o shorts que papai trouxe. Abro a porta do carro e piso no chão, meus pés descalços não se agradam, mas é o que temos para hoje. Olho para a casa e me sinto acanhada do mesmo jeito. Respiro fundo e me aproximo do portão. Passo por papai e me sinto assustada quando sou bombardeada de perguntas.

- Senhorita Silver, como se sente tendo a fera te caçando? Te lembra os acontecimentos de criança?

- Senhorita Silver, Reconheceu a Fera? É a mesma de Deadwood? Como você e Anthony Meyers farão agora?

- Senhorita Silver, acha que a fera está atrás dos dois porque quer terminar o serviço? - meu coração aperta e me pergunto se eles não tem um pingo de amor ao próximo, quer dizer, terminar o serviço significa nos matar.

Sinto um nó na garganta e olho para as câmeras de forma assustada. Minha cabeça lateja. Vejo cenas aleatórias onde estou sendo carregada por um policial e tem várias câmeras ao redor. A cena do resgate. Levo as mãos a cabeça e sinto um braço ao redor da minha cintura.

- Ela não quer falar sobre isso, sabem que ela perdeu a memória. - a voz de Tony soa autoritária.

- Anthony Meyers, como tem sido a relação de vocês? É verdade que foram criados como irmãos? - sinto as mãos de Tony pressionarem minha cintura. Olho para Papai e ele parece enfurecido.

- Deixe meus meninos! Eles acabaram de sair de uma perseguição e precisam descansar. - papai interrompe e olha para Tony, ele gesticula e Tony começa a me puxar para entrar na casa. Paramédicos estão na porta. Uma moça sorri para mim.

- Estamos aqui apenas por precaução, vocês estão bem? - ela pergunta e assinto.

- Só quero ir para meu quarto. - digo e ela sorri com ternura.

- Já falamos com os outros rapazes, neste caso, vamos embora. - sorrio.

- Obrigada. - ela sorri.

- Até mais, se cuidem. - ela diz e sai com os outros. Tony está me abraçando por trás e caminhamos para dentro. Subo as escadas e ele me solta assim que chego na porta do quarto. Ele me olha com certa cautela.

- Deveria dormir comigo hoje. Estou preocupado com o ataque. Vai ter homens ao redor da casa, mas ainda assim, me preocupo. - sorrio com ternura.

- Sabe que não me importo em dormir com você. Acho melhor também. - digo e olho para meu quarto, me sinto realmente assustada estando aqui. Algo dentro de mim me diz que os próximos dias não irei ter paz, meu único medo... Fazer Tony reviver tudo que ele viveu quando criança, eu sei que fui horrível, mas esqueci da maioria das coisas, não lembro direito como foi alguns dias até mamãe ser internada e não lembro direito do resgate, mas sei que ele se lembra. E agora... Eu estou sendo caçada e trazendo Tony novamente nessa bagunça.

Giro nos calcanhares e encaro ele, meus olhos marejam.

- Eu não quero te ferir mais... - sussurro e ele passa o polegar em minha bochecha.

- Eu sei que não, mas não vou te deixar, seria a pior coisa a se fazer, não posso ver você morrer na minha frente enquanto não faço nada. - mordo o interior das minhas bochechas e abraço ele.

- Desculpe Anthony... Por criar tanta dificuldade para você.

- Está tudo bem.

🖤🖤🖤🖤🖤🖤🖤🖤🖤🖤🖤
Aaaaaaffffffff!
Ele é muito compreensivo e prestativo ...

Vontade guardar o lobinho em um potinho >.<

E como você está se sentindo hoje? Tudo bem? ^^ Espero que esteja tudo bem viu!

Até quarta-feira Híbridos!

Dedo na ⭐ e Tchau :*

O conto do Lobo MauWhere stories live. Discover now