O conto do Lobo Mau

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🖤ANTHONY🖤

Retribuo o abraço.

- Está tudo bem. - digo e beijo o topo de sua cabeça.

Ela se afasta em prantos.

- Mamãe disse que eu te manipulei, que eu me aproveitei do fato que você me amava, a gente por acaso... - nego. Céus... A mãe dela pode ser cruel com as palavras.

Éramos crianças e não... Acho que foi a única coisa que ela não fez, o intuito de Ayla naquela época, era me matar, apenas isso. Me usar para sua própria diversão, já que eu me sentia responsável e precisei protegê-la para não voltar para trás com a notícia de sua morte.

- Não. Não fizemos nada assim... Você queria apenas brincar, então na temporada de caça, eu fui caçado várias vezes, por sua causa. Caçado pela fera e pelos caçadores. - ela fecha os olhos expressando pura dor no olhar.

Suspiro.

Não tenho orgulho de ter me deixado levar por aquela criança perversa, já que eu sempre terminava com alguém tentando roubar minha vida, mas foi a primeira vez que ela não correu e que não sentiu medo nenhum, de nada é nem da morte. Ela permaneceu com uma mania apenas. Dizer que passou e que está tudo bem.

Por isso, nessas horas, tenho certo receio que ela volte a tentar me entregar a eles, mesmo que eu saiba que para ela não é divertido mais, mas por medo. O mesmo medo que ela sentiu quando correu pela floresta, de mim e da fera. Dois lobos. Uma presa.

E eu não ia matar ela.

A história completa, foi contada apenas por ela.

A boa e inocente garotinha que desobedece sua mãe, se enfia na floresta, casa de predadores, e decide dizer a ele como chegar a casa da vovó. Talvez... A versão de, não desobedeça ou você morre e leva tudo com você, não se aplique a chapéuzinho da vida real, já que aqui, ela é a vilã.

- Eu não quero lembrar... Não quero lembrar se isso significa que vou lembrar que tentei te machucar. - ela diz e abre os olhos. - Me leve para casa. Preciso descansar. - assinto e entro no carro. Ela dá a volta e entra. Ligo e dirijo em direção a casa dos Silver's.

Assim que chegamos, estaciono e ela desce. Desligo o carro e vejo ela entrar. Fecho os olhos e abro novamente. Ela já não está na minha visão. Meu celular toca e puxo ele do bolso.

- Alô?

- Anthony? Temos outra vítima. Atacada agora a pouco e você não vai acreditar... É a primeira que bate com a descrição de nove anos atrás. Seja o que for, a fera matou alguém parecida a Ayla dessa vez. - meu coração acelera. Entro no carro e coloco a chave na ignição.

- Ninguém viu?

- Não. - acelero em direção ao laboratório. - Mas encontraram ela aqui perto do hospital psiquiátrico, não faz nem cinco minutos, estou aqui já... Estava por perto e assim que avisaram, eu vim. Cara... Ele acabou com ela... - cerro os dentes.

- Pede para os policiais puxarem os vídeos das câmeras. Deve ter algo. - ele suspira.

- Ela está em um beco e não... Não tem. Não sei como ele pensa, mas o animal é inteligente. - sei exatamente que animal é.

- Estarei no laboratório em seguida. Ele deve ter deixado algum rastro... Aliás, o rosto está inteiro?

- Não. Nada. Destruído, mas o cabelo e o corpo, tamanho e tudo é idêntico a Ayla.