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Ele me encara e segura meu rosto.

- Esta tudo bem, ok? - nego e soluço. Me agarro nele.

- Estou sendo caçada de verdade... - sussurro. - Até mesmo você está fazendo isso. - digo e ouço ele suspirar. O celular dele começa a tocar e ouço a música insistente. Rammastein. Creio que é "Du Hast". Ele atende e continua me abraçando e acariciando minha cabeça.

- Alô? Oi, sim... Peguei ela, agora vou esperar a situação acalmar, estou um pouco sem controle, e se eu sair agora, serei capturado... Ok... Fique tranquilo, sabe não vou deixar... - Tony suspira. - Eu estou tentando! - ele gralha e tensiona. - Também não é fácil para mim, e deveria saber disso, já que eu sou uma das maiores vítimas disso tudo! - ele diz e desliga. Olho para ele e me sinto muito fragilizada.

- Quem era? - ele beija minha testa e me aperta.

- Tio Silver. Céus... Achei que ele ia te levar. - ele me aperta mais e me sinto espremida.

- Tony... - ele afrouxa e me encara. Segura meu queixo e foca os olhos em minha boca.

- Não diga novamente que tem medo de mim... Você já sentiu medo uma vez e eu paguei da pior forma possível... - minha mente parece clarear.

- Foi por isso que escondeu tudo? - ele nega.

- Foi por causa de sua promessa. - ele sorri e desvia o olhar. - Você nem lembra disso. - ele bufa e se move, olho em volta, estamos em um beco mal iluminado e sujo, tem sacolas de lixo, papelão e caixas ao redor, além da caçamba, que nos protege. Ele se curva e olha para o lado contrário. - Droga... - ele resmunga e olha em volta. Ele se levanta apressado e começa a chutar uma porta. Olho para ele horrorizada.

- O que está fazendo?! - ele chuta ela outra vez e a porta voa. Fico boquiaberta. O estrondo é grande e ele segura minha mão, me puxando para cima. Entramos e ele desce as escadas de emergência do lugar segurando o telefone. Vejo ele ligar para alguém.

- Gabriel? Preciso de você aqui... Venha com Philipe, estou em um prédio perto do hospital psiquiátrico, te enviarei a localização, estarei no estacionamento deles, então peça para Philipe farejar o cheiro de Ayla. - ele diz e no segundo seguinte desliga. Descemos as escadas apressados. Ouço o helicóptero em algum lugar por perto do lado de fora. Meu coração quer saltar para fora.

- Tony! - chamo e ele abre uma porta e me puxa, fechando ela em seguida. Saímos em um estacionamento e ele parece procurar ao redor por algo. Tento seguir seus olhos, mas ele procura de forma frenética, Anthony volta a me puxar e caminhamos em direção a um aglomerado de carros. Ele me leva em direção a uma camioneta e cheira o ar.

Ok... Isso é esquisito.

Abro a boca, chocada, quando ele abre a porta de um dos carros e me empurra para entrar.

- Não! - sussurro. - Isso é loucura... - sussurro novamente. Ele aperta o maxilar.

- Não temos tempo, entra logo. - nego. Ele bufa e me puxa para o colo. Me debato e sou jogada no banco traseiro. Tony entra em seguida e fecha a porta, ele parece instável, e respira de forma acelerada, toco seu braço e ele fecha os olhos. - Tira as mãos de mim, preciso me acalmar. - a voz parece ter passado férias na geladeira. Solto ele e me ajoelho em cima do banco, olho para o estacionamento pelo vidro traseiro e analiso, mas está tudo em silêncio. Tony rosna e olho para ele, alarmada.

- Tony? - ele para de rosnar e geme baixinho.

- Eu preciso correr... Preciso gastar minhas energias. - ele diz e pisco vezes seguidas.

- Não se transforme agora, ok? Não sei o que fazer se você fizer isso. - digo e ele rosna mais alto. Pisco vezes seguidas e ouço um barulho. Olho para a porta do estacionamento e vejo policiais, mas esses não são comuns, eles usam roupas no estilo da SWAT. Começo a me preocupar, parece que ativaram o sinal vermelho da cidade, e todos estão em alerta. Sou puxada para baixo e enfiada entre os bancos, acabo deitada no chão do carro e me sinto desconfortável quando Tony se deita sobre mim. Ele ofega e está suando. - Você está bem? - sussurro e ele nega. Ele solta um pouco do seu peso e sinto um frio na barriga. Socorro! Algo pressiona minhas coxas e eu não sou inocente o suficiente para não saber o que é. Olho para o rosto de Tony e ele mantém a boca fechada e reprime um rosnado. Seu peito vibra.

- Ele não deve ter ido longe! Só pode ser a fera! Só ele conseguiria afundar o teto daqueles carros! Procurem em todos os andares e ao redor. Ele pode ter saído do prédio a muito tempo e estar longe. - alguém diz do lado de fora. Tony abre a boca e quase morro com a visão. As pressas enormes ficam a vista e engulo seco. Ele baixa a cabeça e apoia a testa em meu ombro. Anthony parece lutar contra algo, sei que ele precisa se transformar, sei que ele está evitando isso. Ele ofega e tento ignorar a pressão em minhas coxas.

As vozes ao redor me deixam em alerta e depois de longos minutos, começo a sentir meu corpo dolorido com Tony em cima. As vozes somem e Tony finalmente sobe para o banco, deitando de costas, e encarando o teto do carro. Me sento no chão do automóvel e olho para ele. Seus olhos estão violentos.

Ele uiva e tampo os ouvidos. É muito alto e quase ensurdecedor. Os carros ao redor começam a disparar os alarmes, e se torna uma barulheira tremenda.

Ele para de uivar, e se levanta na velocidade da luz, abre a porta do carro e estende a mão.

- Precisamos sair daqui. - ele diz. Sou puxada para fora e me apoio nas minhas pernas vacilantes, me assusto quando vejo uma camioneta entrando, mas agradeço por ser a de Tony. Ela freia e o barulho é agudo. A porta traseira é aberta e entro apressada com Tony entrando em seguida. Olho para frente e vejo Philipe e Gabriel, Gabriel está no volante e com um grande fone de ouvido. Ele sai acelerado e acabo consumindo mais um pouco de adrenalina, meu corpo já está pronto para fibrilação, de tanta adrenalina acumulada. Tony rosna e me encolho no banco do lado contrário. Ele me encara e olho para frente, em direção aos rapazes.

- É seguro ficar perto dele?! - pergunto alarmada.

- Se você ignorar o fato de que ele quer te comer, sim. - Philipe diz e encaro Tony. Abraço meu próprio corpo. Ele mantém os olhos em mim e levanta a cabeça. Tampo os ouvidos. Tony uiva e Philipe acompanha. Se torna duas vezes mais alto. Meus ouvidos doem.

Entramos na ruas e olho para Gabriel, apavorada, quando eles param de fazer barulho.

- A polícia não vira atrás da gente?! - pergunto gritando para ele ouvir.

- O carro tem isolamento de som. Dá uma boa abafada no som deles. - Olho para Tony e ele tira a camiseta.

- Você não está pensando em se transformar agora não é?! - pergunto com receio.

- É isso ou ele realmente vai precisar arrancar um pedaço seu... - Philipe diz rindo. - Gosto mais da segunda opção, já que estou falando metafóricamente.

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Eita '-'

É justificável seu medo Ayla.

E aiiiiii meus Minionzinhos
Tudo bom?
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O conto do Lobo Mauजहाँ कहानियाँ रहती हैं। अभी खोजें