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Como alguns mistos e tomo um copo cheio de água. Tony está sentado de frente para mim e vez ou outra olha em direção a sala. Papai está assistindo TV. Coloco o copo na mesa e faço uma carranca.

- Pare de me encarar. - peço. Ele se debruça na mesa e sorri.

- Você está brava? - nego. Mordo o interior das bochechas e tento parecer indiferente. - Ayla... - ele faz beicinho e acabo sorrindo.

- Não consigo ficar com raiva por muito tempo... - coloco a mão em sua cabeça e bagunço seu cabelo - E esse olhar não ajuda a me manter com raiva. - ele assente e segura meu pulso me fazendo parar de bagunçar seu cabelo. Seu olhar se torna profundo e ele fica sério.

- Melhor assim... - ele sussurra e ouço papai limpar a garganta. Tony solta meu pulso e se endireita na cadeira. Olho para trás.

- Pai! - repreendo. - Não chega dessa forma! Tony vai vir me derrubar da cadeira. - provoco. Ele gargalha. Lembra que eu disse que ele me tratava como uma pedra no sapato quando éramos crianças e papai provocava ele? Já fui diversas vezes tratada como um estorvo só porque papai ou mamãe pegou ele sendo carinhoso.

- Não duvido. - papai replica. Olho para Tony e ele faz uma carranca e cruza os braços.

- Ha-Ha-Ha! Estou morrendo de rir com as piadinhas de vocês. - ele diz e acabo rindo mais.

- Vai me dizer que serei tratada como uma rainha? Discordo. - provoco.

- Não vou te derrubar da cadeira pelo menos. - ele diz ainda sério e me levanto rodando a mesa. Ele me encara com uma interrogação na expressão. Pisco para papai e ele ri. Paro ao lado de Tony e ele parece em alerta para qualquer gracinha. Abraço ele de forma desengonçada.

- Quem é o irmãozinho mais fofo da face da terra? - digo com voz de criança e papai se curva gargalhando. Tony se levanta me afastando e parece se segurar para não rir.

- Você é muito idiota Ayla! - ele diz rindo e me endireito colocando as mãos na cintura. Estou realmente feliz com esse momento, ele é quase perfeito, para completar eu realmente gostaria que mamãe estivesse aqui. Meu coração se aperta e afasto os pensamentos, não quero estragar esse momento. Papai sai rindo.

- Preciso fazer xixi! - ele diz rindo e gargalho. Ele sai apressado e olho para Tony. Ele está rindo e acabo rindo junto. Ele fica sério de repente e meu riso acaba se tornando apenas um sorriso. Ele me encara e coloca as mãos no bolso, seu olhar é intenso.

- O que é? - pergunto e ele desvia o olhar apertando a boca em uma linha fina. Tony abaixa a cabeça.

- Nada. - ele diz, me olha sorrindo. - Estou aliviado apenas... Achei que estivesse brava. - engulo seco.

- Não acho que aquele rapaz seja o assassino. - introduzo já que o fato de que eu estava brava era porque ele está me usando como isca. Ele parece se irritar.

- Não vamos falar sobre isso. - suspiro.

- Tony... Ele realmente não parece um assassino, sério... - digo. - Ele parece inofensivo para mim. - ele me olha e parece realmente bravo.

- Não defenda ele. - ele diz e assinto. Me viro para sair e olho para ele antes de deixar a cozinha.

- Acho que estou interessada nele. - jogo e saio. Caminho para as escadas e confiro o relógio. Quase cinco. Subo as escadas e entro no quarto. Entro no banheiro e fecho a porta. Me olho no espelho.

"Ele me chamou para sair não é?"

Tomo meu banho e saio enrolada na toalha. Olho para minha cama e levo a mão ao coração. Tony está sentado, e levanta a cabeça assim que abro a porta.

O conto do Lobo MauWhere stories live. Discover now