ato XXXI: failure

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O que algumas pessoas chamam de sorte, eu costumo chamar de privilégio.

Nesse universo, existem milhares de caracterizações em relação aos privilégios, eles se co-relacionam em questões de gênero, raça, cor e classe social.

Fomos criados pensando no quanto precisamos estar por trás de uma máscara em frente a sociedade, mas esquecemos da parte em que não deveríamos incentivar a criação de uso de máscaras. Nos render a esse tipo de propósito.

Fui criado para manter uma máscara durante toda a minha vida. Eu me tornei uma farsa por conta do meu pai, da minha mãe, do meu curso, mas a única coisa que realmente me manteve fora de todos esses quesitos, se chama amor.

O amor está em todo lugar. Em alguns casos, na família, em outros, no trabalho, mas em sua maioria, centralizado na pessoa com quem estamos nos relacionando.

Viemos a esse mundo para crescer em cima de uma imagem que não é a nossa, e então, por escolha, somos cotados a nos desconstruir em prol do amor e das suas diversas necessidades e sensações.

Cotados, porque algumas pessoas possuem o privilégio de explorar o amor em suas diversas versões. De vivenciar e ter por consciência o quanto essa sensação pode mudar o homem e o seu jeito de ver o mundo.

Vovô costumava me dizer que na época em que ele conheceu nossa avó, em meio a tantos conflitos em nosso país, ele conseguiu ver uma luz. Uma luz maior que as guerras.

Já Yoongi, apaixonado do jeito que é, costuma me dizer que o amor vive além da vida, é a única coisa que nos mantém devidamente conectados até depois do plano carnal.

Eu nunca fui de acreditar em amor; eu nunca fui uma pessoa que me envolvia romanticamente de forma fácil, eu sempre tive essa barreira que me impedia de fazer qualquer coisa que necessite de um apelo emocional.

Não, porque eu não conseguia. Mas, porque eu não queria me envolver dessa maneira e ser machucado como da última vez. Então, a única coisa que eu fiz, foi me manter quieto, evitando a situação até que ela se esvaisse.

Há algo sobre mim em relação aos meus desejos carnais; eu costumava usar deles para me distrair das coisas ruins que me aconteciam. E eu fazia sexo. Eu tinha uma vida sexualmente ativa.

Não quer dizer que eu não tenha; mas, que, depois dele, depois da sua chegada, essa vontade mudou. Mudou porque ele me ensinou que não preciso disso pra aliviar minha dor, só preciso buscar um método. Esse método se chama: parar de fugir.

Estar no quarto com alguém, é de certa forma, nada esclarecedor, mas um inibidor pra outras sensações que estão do outro lado da porta.

Outros dedos me tocando, outras bocas me beijando, me sentindo, costumava ser bom, porque era superficial, não conseguiam me descobrir de verdade.

Mas, com ele não. Com ele, é impossível me manter dessa forma; a forma como o seu toque me despe e o seu corpo se conecta ao meu chega a ser ensurdecedora. Ele entende tudo através do meu olhar, ele sabe quando estou triste, feliz, irritado ou angustiado, e a melhor parte, é que ele também acredita que eu possa resolver e lidar com essas situações.

Ando pensado muito em como me resolver com Jungkook em relação ao que temos. Mas, infelizmente, ainda não tenho coragem de contar. Eu sou meio irredutível nessas questões.

Disorder  | Jikook (Incompleta)Where stories live. Discover now