Insuficiência.
A única palavra capaz de abranger, em apenas uma citação, a vida de milhares de cidadãos de todo o mundo.
A insuficiência é de longe, a grandeza de se sentir insuficiente ao realizar qualquer ação no dia a dia; interfere na vida de muitos e destrói a capacidade de conseguir oportunidades.
Entretanto, nós não temos a oportunidade de escolher quando ficaremos inseguros, ou quando surgirá a súbita vontade de agir com fé em si mesmo.
Essa rotina domina o cotidiano de várias pessoas, diariamente, na maioria das vezes, as encontramos nas que fingem uma coisa que não são.
De longe, eu consigo saber. Consigo reconhecer. E como sei? Porque infelizmente, eu já fui uma dessas pessoas.
Insuficiência não é sobre estar em um lugar e sentir o corpo tremer por pura antecipação, é sobre estar nesse mesmo lugar e sentir que não é merecedor daquilo.
É sobre se sentir inseguro até mesmo em sua zona de conforto; acabar o dia frustrado por não ter feito nada, porque, de fato, você não se sente suficiente o bastante para realizar algo.
Nos teatros, a presença desse sentimento está atualmente caracterizado e atrelado ao medo de não ser o melhor ator que os críticos já viram.
Em todos os meus anos de experiência, eu tive a infelicidade de presenciar sacos e mais sacos de algodão durante o backstage; ruídos de vômitos no banheiro dos fundos; crises de ansiedade antes e depois das apresentações e desmaios constantes durante os ensaios.
Pode parecer simples, atuar, decorar um roteiro e ter a vida toda traçada perante uma apresentação, mas, o mundo dos palcos é mais difícil do que todos pensam.
É muito fácil subir num palco e fingir que está tudo bem, abrir um sorriso e atuar como se nada tivesse acontecido, porque, em frente à uma platéia, tudo precisa estar impecável.
Numa apresentação teatral não se pode voltar e refazer a cena novamente, não se pode dar pausa e esperar para a próxima cena, é corrido, sofrido e frustrante.
Nas primeiras fileiras estarão os críticos, sedentos para escrever a pior matéria sobre você; no restante dos espaços, as pessoas loucas para presenciar um espetáculo; e atrás da cochia, estão as pessoas que querem te passar a perna.
O teatro abrange emoção, sentimentos e improvisos, são inúmeros atores conhecidos pelos melhores improvisos, e inumeráveis conhecidos pelos piores improvisos.
São inúmeras quedas registradas e enviadas à nível global, inúmeros erros de cena e roteiro; além de erros de iluminação e preparação de palco.
Em toda a minha história como diretor de palco, eu só cometi um único erro. E não que eu queira me gabar, mas, isso me torna o que sou hoje.
Tenho a imagem impecável, porque, claro, eu sou Park Jimin. O lindo, impecável, irreversível e regrado diretor de palco que toda a Seoul artística já ouviu falar.
Minha conta do Instagram é lotada, meus seguidores nas redes sociais estão da mesma forma, minha vida parece prática e tenho o melhor amigo do mundo.
Entretanto, porque me sinto tão insuficiente? Porque próximo aos meus familiares e pessoas próximas, eu me sinto tão insuficiente?
Dentro do teatro, eu sou a pessoa que sempre fui conhecida por ser; eu tenho uma imagem, eu mantenho uma reputação e sempre há alguém esperando para acabar com ela. De qualquer forma.
Anteposto, quando Jungkook entrou em minha vida novamente, tudo isso começou a desabar de forma arrasadora e descomunal.
Jungkook costumava ser a tirada dos meus sapatos no fim do dia, e hoje, eu sinto como se o sapato tivesse apertado o suficiente para que eu ao menos tire os cadarços.
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Disorder | Jikook (Incompleta)
FanfictionQuando Park Jimin se viu um diretor de palco teatral regrado, disciplinado e extremamente profissional, não imaginaria que sua vida se tornaria uma completa bagunça ao conhecer seu parceiro de trabalho, Jeon Jungkook, um ator de cinema renomado e pr...