ato IV: the condom guy

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Após uma longa jornada para sair da cama, eu finalmente larguei meus devaneios matinais e me desloquei até a cozinha estilizada do meu apartamento.

Soltei um longo e demorado bocejo ao ver Yoongi de pé, com a expressão sonolenta e a mão esquerda enfiada no bolso do seu moletom enorme.

Com sua mão direita ele fritava alguns ovos na frigideira e lutava contra o sono matinal, afim de terminar nosso café da manhã.

Eu sempre admirei o instinto materno do meu amigo ao pensar em mim quanto a todas as suas decisões; não importava o que podia acontecer, eu seria sempre sua primeira opção.

E ele a minha. Quando cheguei em Seoul, procurei de imediato um apartamento que cobrisse metade dos meus gastos, e quando achei o anúncio desse apartamento, não imaginaria que pudesse me dar tão bem com alguém quanto me dou com ele.

Yoongi estava sempre lá, apesar da carinha emburrada e a expressão raivosa, ele era apenas um rapaz com os mesmos desejos de todo mundo; realizar seus sonhos.

E essa talvez seja a parte que mais admiro nele. 90% do corpo dele exala negatividade, mas, os 10% que sobram é tudo sobre positividade e sonhos. Ele é intenso.

Não demoramos para descobrir que o destino nos queria como melhores amigos porque no segundo em que saímos de casa e seguimos o mesmo caminho, descobrimos que trabalhávamos no mesmo lugar.

Eu recebi essa proposta há exatos cinco anos, quando terminei o curso e alguns testes. Desde então, nunca parei de trabalhar e me esforçar para ganhar o que ganho.

Com o tempo, eu acabei descobrindo que as vezes o destino colabora com as decisões positivas que você toma e decide para sua vida, com muito esforço e dedicação.

E olhando para esse homem de cabelos bagunçados e biquinho matinal, me dou conta de que eu realmente não poderia pedir por um amigo melhor.

— Bom dia, neném. — Murmuro, chamando a sua atenção.

Ele olha pra mim com os lábios inchados e olhos sonolentos, me analisando desde os cabelos despenteados, até o lençol que cobre o meu corpo suavemente.

Parecia até um anjinho ao tombar a cabeça para o lado e lutar contra os olhos forçando a fechar suas pálpebras.

Mas, antes disso, vem o choque de realidade.

— Você tá pelado, Jimin? — Ouço sua voz atônita e incrédula, quase como um grito.

— Bem... — Engulo em seco, juntando as mãos em frente ao corpo. — Na verdade, essa é uma camada de pele nova. Comprei ontem.

— Você é ridículo. — Ele solta uma risadinha debochada, virando os ovos mexidos dentro da panela. — Vá se trocar, os ovos estão quase prontos.

— É que... — Pigarreio, olhando para os lados. Droga, estou encrencado. — É que...

— Jimin-ah? — Ouço a voz grave no corredor e solto um breve e audível suspiro. — Cadê você?

— Eu estou aqui. — Murmuro, cobrindo a parte de trás do meu corpo com o lençol, quando ele se aproxima e toca minha cintura.

— Bom dia, hyung. E bom dia... — Ele olha para Yoongi, um tanto sugestivo.

— Vai tomar no cu. — Yoongi resmunga, revirando os olhos. — Não vou transar com você, amigo.

— Esse aqui é o Sung... — É Sung? Ou Song? Eu não me lembro. Mal me lembro de perguntar o seu nome antes de o beijar.

— Sungwon. — Ele coça a nuca, desajeitado.

A expressão em seu olhar muda rapidamente, o desejo em seus olhos já não é mais plausível o suficiente pra me manter atraído.

Disorder  | Jikook (Incompleta)Onde histórias criam vida. Descubra agora