ato XXII: the beggining

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[🐣+🐇]

Cinco anos atrás. O ano era 2014.

Uma mansão, uma festa. Foi onde tudo começou.

Desespero: eminente, conterrâneo, absoluto e completamente variável.

Pensei em fugir, pro leste, pras montanhas, para as colinas, mas achei que pudesse ser longe demais para um homem sedentário como eu.

E de fato, pareço atrair tanta coisa negativa que seria mais provável que eles decidissem acampar nas montanhas que me escondi.

Park Jimin, adolescente de dezenove anos, é encontrado vivendo sozinho, com medo e com fome, vítima das maliciosidades da sociedade.

Sou o típico Platão em seu mito da caverna, vejo as sombras do lado de fora, ora caminhando, ora correndo, enquanto estou acorrentado em meus próprios medos.

Fecho os olhos, tentando esconder o meu nítido desespero, tentando evitar a crua verdade do que é ser tímido quando existem milhares de pessoas carismáticas nesse ramo.

Meus dedos se pressionam um contra o outro, meu corpo afunda ainda mais no estofado do sofá, baixo a cabeça.

Mamãe disse que seria bom pra mim, seria bom conhecer um pouquinho mais da minha turma antes das aulas começarem.

E bem, eu não discordei, até chegar aqui e me deparar com uma equipe totalmente alcoolizada e sem noção do que estavam fazendo.

E só me fez ter mais certeza de que essa definitivamente não era a turma na qual eu gostaria de passar os meus próximos dois anos de curso.

Não mesmo. Mas, eu não podia escolher, podia? Não podia.

Além do mais, nunca tive o privilégio de achar que tudo que acontece vai servir como um problema. Muito pelo contrário.

Sempre acreditei que tudo que acontece na minha vida é um desafio, serve para me fazer evoluir, enfrentar os meus medos, mas sou pequeno.

E sei que me refiro também ao tamanho, mas sou pequeno, minúsculo, desdenhável, porque carambolas eu cheguei a pensar que seria bom aderir à esse ramo?

Não sirvo pra isso. Sou tímido demais, e bom, eles são carismáticos demais, sorriem demais, se tocam demais, mexem o corpo demais. Eu não consigo fazer isso.

— Jimin, você está tão calado, querido! — Dessa vez, a voz que chama minha atenção é a da garota de cabelos ruivos no meio da sala. — Tem certeza que está tudo bem?

Ela segura uma garrafa da cor verde, o embrulho indica totalmente que aquilo com certeza possuía um alto teor alcoólico.

Ergo a cabeça, lubrificando os lábios, tenho certeza que todos estão olhando para o garoto tímido de cabelos castanhos agora.

Não gosto de toda essa atenção. E sei que ela sabe disso, é extremamente visível o quanto me sinto incomodado com olhares ao meu redor.

Levo o olhar até suas roupas, ela é estilosa, linda de verdade, tem lábios vermelhos e carnudos, um corpo de dar inveja, certamente daqueles que ficam bem em qualquer peça de roupa.

Suas vestimentas são uma calça de couro, seguidos de uma camisa com um nome em inglês no qual não consigo identificar, mas está por dentro, sua cintura está amostra da mesma forma.

Ela parece uma deusa, exibindo aqueles cabelos ruivos incríveis, pisando no carpete com seus saltos enormes, como se dominasse o lugar.

Seu nome é Kang Seulgi.

Disorder  | Jikook (Incompleta)Onde histórias criam vida. Descubra agora