ato III: i like skinny pants

15.5K 2.3K 4.3K
                                    

Costumo ser bem sincero quando digo que depois de me tornar um adulto, passei a desacreditar nesse papo de sorte e sempre acabo fazendo a escolha errada ao me envolver em situações ruins.

Entretanto, depois do perrengue que venho passando essas últimas semanas e, levando em consideração o aumento que recebi pelo esforço que venho fazendo para conseguir as ferramentas necessárias para o decorrer da peça, venho reconsiderando essa ideia de sorte.

Minhas definições de sufoco foram definitivamente atualizadas, não posso mentir. Mas, fui tão bem recompensado que estou gradativamente de bom humor 24/7.

Há quem se pense que sorte é uma coisa que vem por causas místicas, mas, no meu caso, costumo apelidar essa velha amiga de casualidade, a pura e mais óbvia cúmplice do karma.

Somos todos induzidos a pensar que a sorte vem de coisas que nunca achamos que poderíamos fazer e do nada, isso custa a acontecer. Não acho que seja verdade.

A sorte é uma causa acidental. Mas, em sentido estrito, a sorte não é causa de nada.

Nesse momento, estou agachado atrás da cortina, movimentando o cenário fotográfico, enquanto Yoongi rapidamente testa os efeitos de luz ao mesmo tempo que eu.

Consigo ouvir a voz de Hoseok ao interpretar o seu personagem, em seguida, Chanyeol e Miseok pisam com força contra o palco e quando ele grunhe abaixo de mim, empurro a corda com mais força.

No mesmo segundo, a estrutura se movimenta e consigo ver Seokjin abrir um sorriso em minha direção, erguendo os polegares e assentindo com a cabeça.

Me sinto um Deus da produção de palco, ninguém pode me parar.

Acompanhado ao jogo de luz, o rosto de Hoseok se ilumina em um tom de azul e o de Jungkook, em um tom de vermelho, quase solto uma gargalhada ao pensar que aquilo realmente havia sido proposital.

Porque certamente, Jungkook é a definição de vermelho. Poder, paixão, energia e excitação. Tudo em um homem só, em um misto incrível de combinações igualitárias.

Me afasto da corda, visto que o cenário do segundo ato estava perfeitamente posicionado, e encosto meu corpo contra a parede, apoiando os pés contra o mármore enrugado.

Não sei distinguir quanto tempo levo para tombar a cabeça para o lado ao observá-lo discretamente, porque hoje, ele definitivamente havia ultrapassado qualquer limite da beleza.

Meus olhos correm até sua calça de couro, incendiando meu estômago com revira voltas ao observar a definição de suas coxas.

Logo após, meu olhar corre até a fivela do seu cinto; brilhante e prateada, chamando a atenção de qualquer visão. Sem pensar nas consequências, subo meu olhar para a sua camisa folgada e branca, quase transparente.

Lubrifico os lábios e paro em seu rosto, ele tem um mínimo sorrisinho sarcástico em seus lábios, o típico personagem principal; há um fio de suor escorrendo contra o seu pescoço, na medida em que ele passa uma das mãos entre os fios capilares e joga a cabeça para trás.

Estou certo de que não preciso ver nenhum pornô para ter a certeza de que aquele homem era a definição de sexo em si mesmo, mas, ao mesmo tempo, poderia ser a tranquilidade e intensidade.

Seu corpo é incrível, seus lábios são lindos e seus cabelos estão brilhando como os meus olhos nesse momento. Desvio o olhar, pigarreando intensamente ao perceber o quão idiota estou sendo ao ficar o observando.

Eu supostamente deveria estar odiando toda essa situação, mas, o meu corpo não odeia como o meu cérebro. Age por impulso e toma decisões erradas, não consigo controlar.

Disorder  | Jikook (Incompleta)Where stories live. Discover now