9. Escolhas

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Cheryl Blossom POV

Tudo estava tão corrido nessa delegacia, eu não havia conseguido nem sequer almoçar, eu estava com meu estômago na nuca, mas eu não podia parar naquele momento, comer seria um luxo. Eu estava afundada nas minhas investigações do maníaco, afinal, eu precisava dar respostas, respostas que eu não tinha.

Eu passei a manhã interrogando pessoas e mais pessoas e nada do que foi dito era relevante. Dei uma olhada nos laudos legistas, e a única coisa que constatava é que o nosso assassino tinha muita raiva ao cometer os crimes, fora a brutalidade, porque todas as vezes, os corpos vêm aos cacos. E o que me intrigou é que algumas das vítimas tiveram seus corpos esfaqueados após a morte, o que indicava que a pessoa tinha muita raiva. Seria algum tipo de vingança? Pergunto-me isso porque a pele humana é muito dura para ser perfurada com tamanhas profundidades, a pessoa teria que estar muito fora de si para fazer isso. O que foi encaixado também, é que as vítimas são estupradores, isso foi confirmado em 100%, apenas com a minha aguçada desconfiança.

Parece que eu tenho em minhas mãos algum tipo de justiceiro, o que de certa forma me deixou admirada. Eu estava de verdade aliviada em saber que alguém não saía por aí matando pessoas brutalmente, eu sei que isso é falta de compaixão da minha parte, mas eu estava pouco me importando. Esse maníaco salvou mais vidas do que as tirou. Pegar ele seria questão de curiosidade, honra ou sei lá o nome disso. Gostaria de sentar com ele -ou com ela- em uma sala de interrogatório e lhe dizer "- Hey, eu conheço sua historia, te acompanho desde o começo, por favor, me diga os motivos".

Eu tinha uma coleção incrível do intitulado Maniac Polaroid. Algumas fotos dos olhos foscos das vítimas, bilhetes e agora um CD... Tudo se encaixava. Exatamente tudo. O CD com a música que dizia "Eu quero te usar, te abusar" era um recado dele, provavelmente a dica que fez meus instintos aflorarem. O primeiro bilhete, no entanto é o que me deixou mais chocada e surpresa. Em minhas investigações, eu descobri que o primeiro bilhete se trata de um mapa mental, um mapa mental é usado para gestão de informações, para aprendizado, usa-se muitos mapas mentais quando não se quer esquecer de algo, você faz o mapa mental com palavras chaves, isso ajuda a memorizar. E foi isso o que o Maniac fez, ele não quer ser esquecido, ele quer ser lembrado, foi genial, porque no mapa ele jogou frases do hino dos Estados Unidos, talvez seja um recado dele, de que não quer que o país dele se esqueça da sua "justiça". O que coincidentemente no centro do papel em meio às frases embaralhadas tem o nome da boate onde a Toni trabalha. La Bonne Nuit. Oh Deus, o que dizer sobre Toni?! Não me saiu da cabeça também. Na verdade, tudo me faz lembrar ela, tudo me leva a ela, sentimento de culpa é o pior de todos, ele não te deixa em paz.

Sacudi a cabeça em negação, eu já havia passado muito tempo nessa delegacia, minha cabeça estava zonza, eu precisava comer alguma coisa. Meus pensamentos foram interrompidos quando o som estridente do meu celular começou a tocar, o peguei em cima da mesa, irritada, mas sorri ao ver o número no visor.

.: Jay Jay! - Disse animada

.: Cheeer! Como você está?

.: Estou ótima, quando vou poder buscar você?

.: Eu liguei pra isso, pode me pegar agora?

.: Jay, eu estou em uma delegacia, aqui não é lugar pra você.

.: Mas, Cher... Eu não me importo - Sua voz estava tristonha do outro lado da linha.

.: Mas eu sim, pequeno.

.: Tudo bem, eu espero você sair daí então.

.: O jantar vai ser você que vai preparar.

Dark Paradise {Choni Version}Onde as histórias ganham vida. Descobre agora