30 - Esclarecendo

672 69 71
                                    

POV Cheryl Blossom

- Cheryl, como está se sentindo essa manhã? – Perguntou o Dr. ao me examinar rapidamente com uma lanterna de pupila.

- Eu me sinto bem, doutor. Só quero ir para casa. – Respondi sentindo meu estômago roncar, alto demais, já que o doutor riu e eu corei de vergonha – Também estou com fome.

- Claro que está, você irá poder comer agorinha e sobre você ir para casa a resposta é não, você ainda precisa ficar alguns dias em observação – Ele disse e eu bufei. Deus, só o que eu queria era minha cama, não aguento mais ficar olhando para essas paredes frias.

- Quanto tempo?

- Só mais alguns dias. – Ele disse anotando algo em meu prontuário. – Mas se te deixa feliz, vou liberar as visitas para você.

- Ao menos uma notícia boa, mas não é o suficiente. – Disse fingindo irritação.

- E o que seria suficiente?

- Quero comer, mas não essa comida de hospital, posso ligar para uma amiga me trazer as refeições? – Perguntei e tenho certeza que estava parecendo uma criança esfomeada.

- Vejo que a senhorita tem bom apetite – Ele disse tocando a ponta do meu nariz e eu corei – Tudo bem, pode ligar para ela.

- Obrigada – Respondi um pouco animada demais. O senhor apenas assentiu e saiu da sala, me deixando sozinha, de novo.

Olhei para o relógio que havia ali, estava marcando ser 12:15, explicado o porque eu estava com fome. Me inclinei na cama para pegar o telefone quando ouço duas batidas na porta.

- Tudo bem, pode entrar – A porta se abriu, mas tive que me levantar um pouco para ver quem estava entrando. Deus, era um garotinho, ele tinha um buquê de rosas nas mãos, foi inevitável não rir quando ele quase tropeçou com suas perninhas desengonçadas. – Olá.

- Oi – Ele disse envergonhado, apenas se aproximou e me entregou o buquê.

- Obrigada, são lindas – Eu disse inalando o cheiro bom de vida que as rosas exalavam.

- Não são minhas – Ele disse com as mãozinhas para trás e o olhar fixo no chão.

- Não importa, você as trouxe e eu estou te agradecendo. – Ele riu e corou como um pimentão. Eu tive vontade de gargalhar, mas ele ficaria ainda mais com vergonha. – Quem pediu você para trazê-las?

 - A tia Toni, ela disse que não iria entrar, mas que eu podia entrar no seu quarto para falar com você e ela disse também que vai me dar uma rosca maior que eu, mas eu acho que ela está mentindo para mim de novo, da última vez ela disse que ia me dar e não me deu, deu apenas um monte de rosquinhas, eram muitas e eu comi todas, mas me deu dor de barriga – O pequeno disse tudo em um fôlego só e eu estava concentrada tentando acompanhar tudo, quando terminou para respirar ele corou mais, se é que era possível, eu não aguentei e caí na gargalhada.

- Tia Toni mente às vezes, mas eu te prometo que quando eu sair daqui eu vou te dar uma rosca maior que você. – Disse e me levantei para colocar as rosas no jarro vazio que havia ali, especialmente para as rosas de todos os dias.

- A senhora promete? – Ele disse um pouco empolgado.

- Sim, eu prometo. – Me agachei para tentar ficar da altura do pequeno. Seus olhos negros como a noite eram pura ternura.

- Uau, a senhora é mais legal que a tia Toni e eu vou contar isso para ela.

- Tudo bem, pequeno. Qual o seu nome? – Perguntei ao passar a mão em seus cabelos sedosos, cabelos negros também.

Dark Paradise {Choni Version}Where stories live. Discover now