Hora de superar

Capítulo 6

"Amor, achei uma clínica com disponibilidade de atendimento hoje. Enviando a localização em anexo, encaminhe essas informações para Angelina e veja se ela está de acordo. Confirme comigo se prefere que cheguemos juntos ou se nos encontramos lá. Te amo, beijos, H."

Digito e coloco o celular em cima da mesa. Como a manhã estava tranquila, com apenas algumas planilhas para revisar, tomei a iniciativa de procurar por laboratórios especializados em teste de DNA na região. Dormi pouco à noite, preocupada com Keenan. Natural que ele ficasse sensibilizado com a possibilidade de Omar ser seu filho, porém, essa revelação trouxe à tona passagens da sua infância que o deixaram bastante emocionado.

- Está tudo bem com você? Levanto os olhos e vejo Ed em frente a mim.

- Sim... Sim, por quê? Ajeito minha postura na cadeira.

- Eu chamei algumas vezes, não atendeu... E quando me aproximei, demorou a perceber minha presença.

- Desculpe, acho que só estou um pouco cansada. Mas, no que posso ajudar? Sorri com os lábios selados.

- Bem, eu queria saber se Melinda e você queriam tomar um café, tudo está tão parado hoje que estou quase dormindo de olhos abertos! Ele riu e posso jurar que vi covinhas que insistiam em se esconder em sua barba.

- Mel foi para uma visita técnica com clientes e só volta mais tarde. Porém, se eu for o suficiente como companhia, pode me convidar. Estou repassando alguns cálculos e preciso me manter acordada.

O vejo corar e morder o lábio inferior. Entretanto, não parece ser com desejo, mas sim timidez. Ele coloca as mãos no bolso e me olha nos olhos, fazendo com que agora eu ruborize.

- Você quer tomar um café comigo, Hazel? Sua voz sai baixa e naquele tenho certeza que a mordida no próprio lábio foi realmente acanhamento.

- Sim, Ed. Aceito.

- Prefere ir à cafeteria ou quer que eu traga as bebidas para consumirmos aqui? Ele ergue a sobrancelha aguardando por minha resposta.

- Aqui, está tudo calmo até a gente relaxar e alguém aparecer aqui com algo emergencial! – Rio porque é o que quase sempre acontece.

Ele assente e anda em direção à porta, até que o advirto.

- ED! ESPERA! – Digo em um tom mais alto, mas quando me atende, falo normalmente. – Como vai pedir minha bebida se não sabe o que quero?

- Latte?

- Nossa, mas eu devo ser bem previsível, hein?! – Ele acertou. É meu tipo de café preferido e, no apê que divido com Melinda e no de Keenan não podem faltar cápsulas de Latte. – Deixa eu te dar o dinheiro...

- Já volto! – Deu uma piscadela para mim e saiu antes que eu pudesse pegar minha carteira na bolsa.

Meu telefone apitou anunciando a mensagem de Kee.

"Ela confirmou que irá, pequena. Adiantarei minhas tarefas e deixei Devon avisado sobre nosso compromisso. Caso atrase meu retorno ao escritório, ele vai segurar as pontas. Posso passar aí para irmos juntos, se incomoda? Te amo, K, o seu bombonzinho"

Dei um berro mental.

"Admitiu que é o meu bombonzinho? Beijos, sua pequena."

Organizo os papéis que estava analisando e recebo outro aviso do aplicativo de mensagens.

"Pensei melhor no que você disse e tem razão: Sou um bombom, tenho a pele achocolatada e sou gostoso. Além disso, na sua boca deliciosa, me derreto todinho! Até mais, pequena. Beijos, K."