Capítulo 34

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Evan

"Você ligou para Charlene, por favor, deixe mensagem."

A voz dela soa pelo telefone, pela terceira vez, e sem mais escolha eu gravo uma mensagem de voz.

— Olá, Charlene, aqui é a Evan. Desculpa estar ligando tão cedo, mas é que Angie está desaparecida desde ontem, a gente foi ao supermercado e de repente ela sumiu, eu acho que Noel está envolvido nisso. Estou desesperada, não sei o que fazer. Por favor, me ligue de volta assim que ver essa mensagem.

Aperto em enviar e passo a mão no rosto, consciente do quanto meus olhos e minha cabeça doem. São seis da manhã, e eu passei a noite em claro. Ainda não tenho nenhum sinal de Angie, seu telefone continua dando desligado, e isso está me matando.

Meu coração está tão pesado! Minha intuição fica mais forte a cada segundo, e não tenho mais dúvida de que Noel tem um dedo nisso, eu só me pergunto como ele a capturou em pleno supermercado, para onde a levou e o que ele é capaz de fazer com ela. Eu vou à loucura só de imaginar as opções, a julgar por quão desequilibrado aquele sujeito estava.

Se ele tocar um dedo nela, eu mato ele. Eu juro que eu mato.Sento no sofá juntando as mãos e encaro o celular sobre a mesa a espera de uma resposta. Eu liguei novamente para a polícia há apenas poucos minutos, mas eles me falaram de novo acerca das malditas 48h, portanto só me resta comunicar à sua família, e sua irmã é a única de quem eu tenho o contato.

Meu relógio de pulso está marcando oito horas quando meu celular decide tocar, e afobadamete eu puxo para atender.

— Charlene. — minha voz está rouca.

— Evan. — ela soa aflita — O que está acontecendo? Como assim Angie desapareceu?

— A gente foi ao supermercado ontem e ela simplesmente desapareceu... — me faltam palavras para explicar — eu a procurei por todo lado, tentei ligar para a polícia, mas eles disseram que não é considerado desaparecimento até passar quarenta e oito horas... ela desapareceu ontem as dezasseis, então só passam cerca de dezassete...

— Ai, meu Deus! Onde ela deve ter ido? — Charlene soa preocupada — Onde você está, Evan?

— Em casa.

— Estou vindo aí.

Meu cenho se franze para o celular.

— Como assim? Você não está em Canton?

— Não, eu estou na California, em San Diego, na casa dos pais de Bob. — ela explica — Estamos vindo para aí.

Assentindo, ouço ela interromper a ligação. Vou a cozinha engolir água e tento me acalmar, mas minha cabeça lateja dolorosamente. Arranjo uma aspirina e tomo, mas não consigo obter calma nenhuma. Minha mente está trabalhando a mil, e não gosto da direção onde meus pensamentos estão me levando.

Por volta das nove, Charlene chega acompanhada de Bob. Eu os recebo no alpendre e torno a repetir detalhadamente o sucedido, e ao final eles se entreolham desesperados. Eles tentam pensar em alternativas para o que pode ter acontecido, mas nenhuma é credível ou faz sentido o suficiente. Então, Charlene puxa seu celular da bolsa e bate o polegar nervosamente no ecrã.

— Para quem você está ligando? — seu marido pergunta.

— Pro papai, eu preciso avisá-lo, e ele tem uns contatinhos na policia, com certeza vai conseguir meter um detetive trabalhando. — ela se afasta, e após uma rápida conversa retorna — Ele disse que está a caminho.

Sinto um certo nervosismo ao ouvir essas palavras. Não sei muito a cerca de Freddie Boyce, e não sei como ele pode reagir quando eu contar o que houve, se ele vai me culpar ou algo assim. Na verdade, eu já estou culpando a mim mesma, me condenando por apenas tê-la deixado alguns minutos sozinha na perfumaria. Ah, se eu soubesse...

Hands Of love [Romance Lésbico]Where stories live. Discover now