Evan
"Você ligou para Charlene, por favor, deixe mensagem."
A voz dela soa pelo telefone, pela terceira vez, e sem mais escolha eu gravo uma mensagem de voz.
— Olá, Charlene, aqui é a Evan. Desculpa estar ligando tão cedo, mas é que Angie está desaparecida desde ontem, a gente foi ao supermercado e de repente ela sumiu, eu acho que Noel está envolvido nisso. Estou desesperada, não sei o que fazer. Por favor, me ligue de volta assim que ver essa mensagem.
Aperto em enviar e passo a mão no rosto, consciente do quanto meus olhos e minha cabeça doem. São seis da manhã, e eu passei a noite em claro. Ainda não tenho nenhum sinal de Angie, seu telefone continua dando desligado, e isso está me matando.
Meu coração está tão pesado! Minha intuição fica mais forte a cada segundo, e não tenho mais dúvida de que Noel tem um dedo nisso, eu só me pergunto como ele a capturou em pleno supermercado, para onde a levou e o que ele é capaz de fazer com ela. Eu vou à loucura só de imaginar as opções, a julgar por quão desequilibrado aquele sujeito estava.
Se ele tocar um dedo nela, eu mato ele. Eu juro que eu mato.Sento no sofá juntando as mãos e encaro o celular sobre a mesa a espera de uma resposta. Eu liguei novamente para a polícia há apenas poucos minutos, mas eles me falaram de novo acerca das malditas 48h, portanto só me resta comunicar à sua família, e sua irmã é a única de quem eu tenho o contato.
Meu relógio de pulso está marcando oito horas quando meu celular decide tocar, e afobadamete eu puxo para atender.
— Charlene. — minha voz está rouca.
— Evan. — ela soa aflita — O que está acontecendo? Como assim Angie desapareceu?
— A gente foi ao supermercado ontem e ela simplesmente desapareceu... — me faltam palavras para explicar — eu a procurei por todo lado, tentei ligar para a polícia, mas eles disseram que não é considerado desaparecimento até passar quarenta e oito horas... ela desapareceu ontem as dezasseis, então só passam cerca de dezassete...
— Ai, meu Deus! Onde ela deve ter ido? — Charlene soa preocupada — Onde você está, Evan?
— Em casa.
— Estou vindo aí.
Meu cenho se franze para o celular.
— Como assim? Você não está em Canton?
— Não, eu estou na California, em San Diego, na casa dos pais de Bob. — ela explica — Estamos vindo para aí.
Assentindo, ouço ela interromper a ligação. Vou a cozinha engolir água e tento me acalmar, mas minha cabeça lateja dolorosamente. Arranjo uma aspirina e tomo, mas não consigo obter calma nenhuma. Minha mente está trabalhando a mil, e não gosto da direção onde meus pensamentos estão me levando.
Por volta das nove, Charlene chega acompanhada de Bob. Eu os recebo no alpendre e torno a repetir detalhadamente o sucedido, e ao final eles se entreolham desesperados. Eles tentam pensar em alternativas para o que pode ter acontecido, mas nenhuma é credível ou faz sentido o suficiente. Então, Charlene puxa seu celular da bolsa e bate o polegar nervosamente no ecrã.
— Para quem você está ligando? — seu marido pergunta.
— Pro papai, eu preciso avisá-lo, e ele tem uns contatinhos na policia, com certeza vai conseguir meter um detetive trabalhando. — ela se afasta, e após uma rápida conversa retorna — Ele disse que está a caminho.
Sinto um certo nervosismo ao ouvir essas palavras. Não sei muito a cerca de Freddie Boyce, e não sei como ele pode reagir quando eu contar o que houve, se ele vai me culpar ou algo assim. Na verdade, eu já estou culpando a mim mesma, me condenando por apenas tê-la deixado alguns minutos sozinha na perfumaria. Ah, se eu soubesse...
YOU ARE READING
Hands Of love [Romance Lésbico]
RomanceEvan Grayson estava encantada com sua nova vizinha, e apesar de estar numa relação, cada vez que aqueles olhos verdes olhavam para ela, seu coração batia mais depressa. Angie não era exatamente seu tipo de mulher, mas não podia ignorar a chama cresc...