Capítulo 30

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Evan

Angie não diz uma palavra durante todo o caminho, e quando chegamos em sua casa seu silêncio está verdadeiramente me matando.

Meu coração está quebrado por ela e eu sinto muito pelo que aconteceu, mas não sei o que dizer. Ela está frágil, cabisbaixa, e me pergunto se será melhor eu ir embora e dá-la algum espaço. Sento-me silenciosamente no sofá da sala, enquanto ela vai para o quarto, e fico recapitulidando o que houve, sentindo uma verdadeira raiva do seu ex.

Quando Angie regressa, ela colocou seu pijama xadrez azul, pelo menos a calça, com uma blusa branca. Os olhos verdes me olham ocos, e então ela vem se instalar em meus braços, metendo os pés no cadeirão e se encolhendo como uma criança. Beijo seu cabelo e apenas a seguro forte, pousando o queixo em sua nuca.

Ficamos em silêncio, ouvindo nossas respirações, até que ela está pronta para falar.

— Me desculpe, amor. Você me perdoa?

— Pelo quê?

— Pelo que eu disse anteriormente. — ela olha para cima, seus olhos avermelhados e inchados de tanto choro encontrando os meus — Eu não quis dizer aquilo.

— Eu sei, pequena, e está tudo perdoado. — beijo sua testa e ela se espreme mais perto de mim, enquanto acaricia minhas mãos em seu colo.

Subitamente, ouvimos Birdy cantando, então ela vai para o quarto buscar o telemóvel. Seus olhos hesitantes me fazem querer perguntar quem é, mas logo ela se acomoda de novo em meus braços, colocando o celular na mesa de centro enquanto mexe.

— Charlene. — ela diz, me dando a entender que colocou no viva.

— Angelíque, onde você está? —  sua irmã soa desesperada.

— Em casa.

— Me envie o endereço, estou vindo para aí.

Ela olha para mim, hesitante, antes de responder:

— Ok, vou enviar por texto.

A chamada corta e Angie se encosta nos meus braços de volta, enquanto envia o endereço a sua irmã. Depois, se aconchega nos meus braços suspirando.

— Não acha melhor eu ir embora? — pergunto com delicadeza — Digo, quando ela estiver chegando.

— Não, fica aqui. — ela pede, e meu coração sossega.

Um pouco depois, ela vai para a cozinha e retorna com um pote de sorvete de baunilha e duas colheres. Santo céu, como essa mulher ama sorvete! Abano a
cabeça quando ela me estende uma colher, e nós partilhamos olhando para a TV, onde está passando algum filme vulgar.

Uma hora depois, escutamos a porta. As duas nos erguemos, mas deixo Angie abrir, e logo vejo sua irmã e sobrinho entrando. Me encosto no balcão, enquanto Angie pergunta se ela está com Bob, e ela diz que não, antes de apertá-la num abraço.

O menino logo se apossa da TV, colocando desenhos animados.

— Phil, nós não vamos demorar. — avisa Charlene, e olha na nossa direção bufando — Ele é viciado em TV! Uáu, que bonita a sua casinha, Angelíque, você a comprou?

— Você acha que eu tenho dinheiro para comprar essa casa, Charlene? — Angie solta, apesar de tensa — Não, eu apenas aluguei.

— Muito bonita. — sua irmã olha tanto para ela quanto para mim,
prosseguindo — Bem, a gente não vai demorar, então eu vou ser breve, antes que a Dona Olympia tenha outro chilique, pois eu não sei se o babaca do marido dela dá conta. Eu deixei Bob como garantia de primeiros socorros, embora eu ache que ela prefira morrer do que aceitar a ajuda dele.

Hands Of love [Romance Lésbico]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora