Evan
Uma salva de palmas soa assim que entro na minha sala, na Academia de Artes Marciais de San Francisco, e um sorriso se abre em meu rosto quando vejo que são para mim, dirigidas pelos meus alunos e ao fundo está Jerome, com um sorriso enorme. Isso automaticamente me dá boa disposição.
— Bem-vinda de volta, treinadora. — Fletcher assobia, entusiasmado, e eu faço a vénia rindo.
— Obrigada. Obrigada à todos. — nisso, aceito alguns abraços, que me são dados pelos meus alunos mais queridos, os mais novinhos da classe, e eles me fazem um monte de perguntas sobre o meu pé.
Gargalho sonoramentr quando um deles, que não tem mais de seis anos, pergunta se o meu pé quebrou e eu tive que trocar por um novo.
— Não, docinho, ele não quebrou. — respondo, antes de olhar para a mão estendida para mim.
— Bem-vinda de volta, Grayson. — Jerome assobia.
Sorrio e aperto a mão dele com firmeza, antes de abanar a cabeça.
— Obrigada, é bom estar de volta, mas vocês estão fazendo parecer que eu estive ausente durante décadas, quando foram só dois dias.
Jerome sorri de volta para mim e me deixa com o meu pessoal, então começo a bater palmas para colocar ordem na barulheira.
— Ok, pessoal, chega de papo, vamos ao trabalho.
Eles respondem com gritos de excitação, e lá começamos a aula.
Ao meio dia, quando termino o primeiro turno, vou comer alguma coisa no refeitório, e quando estou regressando cruzo com Jerome nas escadas. Ele tem seu sorriso enorme no rosto, o cabelo loiro puxado num rabo de cavalo e está coberto de suor, fedendo como um cachorro.
Eu sei que ele está indo direito tomar um banho, por que eu conheço seus hábitos, e eu sinto uma vontade louca de zoar de seu odor, como sempre faço, mas hoje eu não estou com disposição.
Jerome é hétero, mas um cara super mente aberta e não foi difícil gostar dele desde que a gente conversou pela primeira vez.
— Hey Grayson, a gente está saindo para ver futebol e tomar uma cerveja essa noite, o que acha? — diz animado.
— Ah, não, Jer, não estou nada a fim.
— Quê isso, Grayson? Vamos lá, todo o pessoal vai. — insiste ele, batendo no meu ombro — Assim você me conta por quê está com essa cara de quem tomou um pé na bunda.
Eu rio em resposta.
— Onde vai ser?
— Num barzinho de um conhecido. Os Lakers estão jogando essa noite.
Ao me ver hesitar, ele volta a esmurrar o meu ombro.
— Vamos lá, Grayson, vai ser legal. A gente bebe umas cervejas e esquece um pouco as mulheres que estão aquecendo nossas cabeças.
Suspirando, eu me rendo.
— Bem, talvez eu esteja a precisar disso mesmo.
Às oito da noite, estamos no barzinho com Jacob, Carson e Stan, também nossos colegas. É um lugar velho e pessoal, coisa de família, com um monte de mesas, TV e nada de pista. O dono é um cinquentão simpático e parece conhecer todos os frequentadores, que são restritos e locais.
Estou na minha segunda cerveja, olhando para TV e trocando piadas com os meus companheiros sobre o jogo quando noto uma morena olhando para mim.
Ela está numa mesa distante, sentada na perna de um homem mais velho já grisalho e cheio de rugas, mas seus olhos me fisgam com um brilho de malícia enquanto ouve o que ele lhe sussurra no ouvido, entre tragos de charuto, e passa as mãos por seu peito sobre o terno branco. Ignorá-la não é difícil, já que o jogo me mantém entretida.
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Hands Of love [Romance Lésbico]
RomanceEvan Grayson estava encantada com sua nova vizinha, e apesar de estar numa relação, cada vez que aqueles olhos verdes olhavam para ela, seu coração batia mais depressa. Angie não era exatamente seu tipo de mulher, mas não podia ignorar a chama cresc...