Capítulo 20

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Evan

Uma salva de palmas soa assim que entro na minha sala, na Academia de Artes Marciais de San Francisco, e um sorriso se abre em meu rosto quando vejo que são para mim, dirigidas pelos meus alunos e ao fundo está Jerome, com um sorriso enorme. Isso automaticamente me dá boa disposição.

— Bem-vinda de volta, treinadora. — Fletcher assobia, entusiasmado, e eu faço a vénia rindo.

— Obrigada. Obrigada à todos. — nisso, aceito alguns abraços, que me são dados pelos meus alunos mais queridos, os mais novinhos da classe, e eles me fazem um monte de perguntas sobre o meu pé.

Gargalho sonoramentr quando um deles, que não tem mais de seis anos, pergunta se o meu pé quebrou e eu tive que trocar por um novo.

— Não, docinho, ele não quebrou. — respondo, antes de olhar para a mão estendida para mim.

— Bem-vinda de volta, Grayson. — Jerome assobia.

Sorrio e aperto a mão dele com firmeza, antes de abanar a cabeça.

— Obrigada, é bom estar de volta, mas vocês estão fazendo parecer que eu estive ausente durante décadas, quando foram só dois dias.

Jerome sorri de volta para mim e me deixa com o meu pessoal, então começo a bater palmas para colocar ordem na barulheira.

— Ok, pessoal, chega de papo, vamos ao trabalho.

Eles respondem com gritos de excitação, e lá começamos a aula.

Ao meio dia, quando termino o primeiro turno, vou comer alguma coisa no refeitório, e quando estou regressando cruzo com Jerome nas escadas. Ele tem seu sorriso enorme no rosto, o cabelo loiro puxado num rabo de cavalo e está coberto de suor, fedendo como um cachorro.

Eu sei que ele está indo direito tomar um banho, por que eu conheço seus hábitos, e eu sinto uma vontade louca de zoar de seu odor, como sempre faço, mas hoje eu não estou com disposição.

Jerome é hétero, mas um cara super mente aberta e não foi difícil gostar dele desde que a gente conversou pela primeira vez.

— Hey Grayson, a gente está saindo para ver futebol e tomar uma cerveja essa noite, o que acha? — diz animado.

— Ah, não, Jer, não estou nada a fim.

— Quê isso, Grayson? Vamos lá, todo o pessoal vai. — insiste ele, batendo no meu ombro — Assim você me conta por quê está com essa cara de quem tomou um pé na bunda.

Eu rio em resposta.

— Onde vai ser?

— Num barzinho de um conhecido. Os Lakers estão jogando essa noite.

Ao me ver hesitar, ele volta a esmurrar o meu ombro.

— Vamos lá, Grayson, vai ser legal. A gente bebe umas cervejas e esquece um pouco as mulheres que estão aquecendo nossas cabeças.

Suspirando, eu me rendo.

— Bem, talvez eu esteja a precisar disso mesmo.

Às oito da noite, estamos no barzinho com Jacob, Carson e Stan, também nossos colegas. É um lugar velho e pessoal, coisa de família, com um monte de mesas, TV e nada de pista. O dono é um cinquentão simpático e parece conhecer todos os frequentadores, que são restritos e locais.

Estou na minha segunda cerveja, olhando para TV e trocando piadas com os meus companheiros sobre o jogo quando noto uma morena olhando para mim.

Ela está numa mesa distante, sentada na perna de um homem mais velho já grisalho e cheio de rugas, mas seus olhos me fisgam com um brilho de malícia enquanto ouve o que ele lhe sussurra no ouvido, entre tragos de charuto, e passa as mãos por seu peito sobre o terno branco. Ignorá-la não é difícil, já que o jogo me mantém entretida.

Hands Of love [Romance Lésbico]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora