Capítulo 6

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Angie

Eu não acredito que eu estou fazendo isso!

Abano a cabeça para mim mesma, enquanto desço do taxi e faço trajeto até a calçada, parando no lugar combinado. As ruas estão agitadas pela noite de sábado, e daqui consigo ouvir duas músicas diferentes chegando até mim, abafadas.

Eu tenho sérias dúvidas de que eu vou ter qualquer diversão, esses ambientes sempre me deixam enjoada e sufocada, mas às vezes a gente tem que quebrar um galho para uma amiga.

Dou uma olhada em mim mesma mais uma vez, e quanto mais olho, mais pareço antiquada no meu blusão de malha, uma calça jeans e converse.

Eventualmente passa por mim um grupo de garotas rindo e quando reparo em cada uma me sinto ainda mais fora do padrão. Todas estão usando roupas muito curtas, ou muito brilhantes. Cabelos deslumbrantes e maquilhagens.

Olho para o meu telemóvel para disfarçar o desconforto. Eu apenas não sou descontraída o suficiente para ousar no look, mas o julgamento das outras pessoas sempre me preocupa. Não estou a fim de ser zoada.

Enfim, acendo meu celular para ver horas. É quase sete da noite. Maribeth já deveria estar aqui, aquela atrasada.

— Angie!

Me viro ao som da aguda voz feminina, e a vejo com um enorme sorriso, antes de ser arrancada do chão. Ela me abraça tão forte que minhas tripas quase saltam pela boca e minha cabeça roda.

— Hey... — eu digo mal disposta, quando meus calcanhares voltam ao chão, bem antes de passar meu olhar nela que parece algo como vestida para matar.

Maribeth é baixinha e com muitas curvas. Está de um vestido azul-turquesa de decote aberto, o cabelo escuro e liso espalhado por seu busto, bem maquilhada, e usando uns saltos assassinos.

— Você está bonita. — elogio sinceramente, e seu sorriso se alarga enquanto ela dá uma volta.

— Obrigada. Estou super excitada, essa noite vai ser o máximo. — ela me repara de baixo para cima com uma expressão de dúvida — Você está... bem, você.

— Eu não sabia o que vestir. — confesso com os ombros caídos.

— Então você foi em frente e vestiu apenas a roupa da vovó.

Seu gracejo me faz revirar os olhos.

— Se você vai começar com o bullying eu vou apenas dar meia volta e ir embora, Maribeth.

— Hey, eu estou brincando. Poxa, a pessoa não pode nem brincar mais? — ela me examina com seus olhos puxados abaixo de sua franja loira-platina — Não está tão mal... deixa eu dar um jeito nisso.

Ela ajeita as mangas caídas do meu blusão e examina meu rosto, antes de sacar um gloss da bolsa e começa a pintar meus lábios. Faço um som de protesto, mas me limito a espalhar quando ela recua.

— Odeio ter coisas gordurosas no lábio. — resmungo.

— Isso justifica por quê você não transa. — ela gargalha, enquanto eu a encaro boquiaberta, e quando começo a rir dou um tapa no seu ombro — Anda, bora entrar.

Ela pega minha mão enquanto atravessamos a estrada no sinal vermelho e do outro lado nós passamos algumas vetrines de loja antes de chegar na porta discreta guardada por dois seguranças, de onde sai uma música eletrônica abafada.

Ela compra nossos bilhetes de entrada e nós ganhamos um carimbo nas mãos, antes de avançar. Subimos dois muito estreitos lances de escada e assim que entramos no ambiente eu sinto vontade de me agarrar a sua saia.

Hands Of love [Romance Lésbico]Where stories live. Discover now