Capítulo 4

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Evan   

Na manhã seguinte, tomo meu café da manhã antes de sair de casa. Como um croissan, uma banana, tomo um chá gelado e por fim devoro uma enorme tigela de cereais de chocolate com leite.

Vinte minutos depois, estou atravessando a porta de saída da minha casa, com uma mochila no ombro onde levo meus materiais, e depois que tranco a porta puxo o zíper do meu casaco olímpico até o pescoço.

Quando olho ao redor, admiro vendo que minha vizinha ao lado também está saindo de casa, trancando sua porta.

Tomo uma respiração profunda.  Ela está bonita. Usando uma saia vermelha xadrez que me lembra uma das minhas camisas, justo a que eu estava usando ontem quando a gente se conheceu. Ela acompanha com um blusão azul e converse All Star, seu cabelo vermelho preso num coque médio com alguns fios de cabelo caindo.

Quando seus raros olhos verdes encontram os meus, eu prendo minha respiração.

Eu estou tentada a dizer alguma coisa, a cumprimentar, qualquer coisa, mas sua carranca logo me mete na reserva. Ela está olhando para mim como se quisesse me incendiar com seus olhos, à medida que se vira e afasta. 

Sua atitude é um verdadeiro contraste a essa sua aparência de “boa menina”, e eu me pergunto se ela não está percebendo que está sendo mal educada, ou ela apenas não se importa.

Eu acho que a segunda opção é a válida, considerando que para ela homossexuais não são pessoas normais, ela deve estar pensando que ela está sendo prudente. Na pior das opções, justa.

Quanta cegueira mental!

Ela avança até um taxi que eventualmente para na frente de sua casa, então eu também me afasto, indo para a garagem tirar meu carro.

Pouco depois, eu estou conduzindo meu Mercedes pelas ruas de San Francisco, ouvindo e assobiando minha música preferida, “Believer”, do Imagine Dragons.

Eu absolutamente adoro essa música.  Mas eu não termino de ouvir quando meu celular toca, com “The Hills”.

Eu conecto com o carro e coloco no viva com um sorriso.

— Hey, baby.

— Hey… — a voz de Arianna soa rouca — Viu meu relatório?

— Vi. — confirmo, lembrando de sua mensagem me dizendo que ela conseguiu o que queria — Que bom que tudo se resolveu.

— É. Você me conhece, Evan, sabe que eu nunca perco.

— Eu sei. 

— Pronta para dar sua primeira aula?

Viro pelo terminal da Avenida e ajeito meu retrovisor.

— Penso que sim.

— Com certeza seus alunos vão adorar você. São todos meninos, néh?

— Não. Eu penso que não. — digo com a testa franzida.

— Você também terá alunas?

Seu tom aspantado me faz rir.

— Ar, isso é tipo óbvio. Mulheres também se interessam por Artes Marciais, aliás, você namora uma.

Ela bufa.

— Hum… É bom que não tenha nenhuma metida, eu não quero ter que bater nas suas alunas. 

— Ei, deixa de ser paranoica. Não vai ter nenhuma metida, não comigo de certeza. — dou uma risada — O que você está fazendo?

Hands Of love [Romance Lésbico]Where stories live. Discover now