Perversa

31. Complicated

SEM REVISÃO.

***

Sentiu seus músculos tensos, vendo a figura alta e forte se despedir do filho. Superman ficou preocupado com o que acontecera com Agustín, vindo o mais rápido possível para vê-lo, chegou pela manhã e passou o dia com ele. Agora já era noite, e ele abraçava o garoto loiro de maneira afetuosa, dando-lhe conselhos e dicas sobre como se defender.

Camila quem o levou até a porta quando ele decidiu que já estava na hora de ir. Mas algo na forma em que ele parou frente sua porta, encarando-a de um jeito inquisidor, a fez pensar que não era apenas por Agustín que ele estava ali.

— Como você está, Camila? Eu não cheguei a perguntar. — foi o que ele disse, Camila franzindo o cenho sem entender.

Aquele homem nunca lhe dirigiu a palavra.

— Eu, uh, estou bem. Por que? — questionou, curiosa, segurando na maçaneta da porta, vendo-o observá-la já no corredor.

Ele a encarou por alguns instantes, os olhos azuis de alguma forma querendo desvendar sua alma.

— Nada. É bom saber que alguém tão importante para o meu filho está bem. — sorriu com seus dentes de porcelana. — Agustín ama muito, obrigada por estar sempre com ele. Até mais ver!

E saiu andando.

Afinal, que porra tinha sido aquilo?

***

Seus dedos corriam nervosos na tela do celular, buscando o número que ela sabia que não deveria ligar, mas que queria ligar. Estava sentada em uma das mesas da cafeteria frente seu prédio, estava muito frio para uma tarde tranquila de sexta feira em Paris.

Grunhiu frustrada por clicar no botão verde e esperar que a outra pessoa atendesse. Três toques.

— Uau, que surpresa. — ouviu a risada rouca do outro lado. Lauren. — Você costumava ser mais orgulhosa, Camila.

— Onde você está? — perguntou, ignorando o que a mais velha disse.

— Hmm, eu estou em casa, por que? Está com saudades? — ela riu mais uma vez e Camila revirou os olhos, bufando.

— Cale a boca, estou chegando em cinco minutos. — e desligou.

A verdade é que com tudo que vinha acontecendo, Camila sequer teve tempo de pensar em Lauren ou em como o reencontro das duas fora inusitado. Tudo parecia acontecer rápido demais e parecia não ser real, Camila até diria que a noite de sexo com ela teria sido coisa de sua cabeça se não tivesse gozado tanto. Mas era, de fato, curioso. Haviam se passado 7 anos e tudo que Camila sabia sobre Lauren era que ela continuava fodendo bem e estava noiva. Não sabia o que ela fazia da vida e o porquê aqueles olhos pareciam menos obscuros do que antes, mas queria descobrir.

Queria muito conhecer o lado novo da garota que ela quase amou com tudo de si e talvez esse fosse o motivo criado por ela para estar indo visitá-la. Não tinha nada a ver com estar com saudades, nada disso.

Respirou fundo antes de bater na porta do 5° andar, havia perguntado para a recepcionista onde se encontrava Lauren Jauregui e agora mantinha-se estática frente o número 442.

Logo um ser de cabelos incrivelmente negros e pele pálida surgiu, sorrindo de canto. Ela vestia uma calça jeans, assim como Camila, e um sweater vinho. Juntou-se a porta para que Camila entrasse, e em silêncio, ela o fez, olhando tudo ao seu redor.

Era tudo muito bem organizado e padronizado em cores que iam de bege claro a preto. Nada que não pudesse esperar de Lauren.

— Então... — a anfitriã começou. — O que eu fiz para merecer uma visita tão especial? — Camila estava de costas para ela mas podia sentir a ironia em sua voz. Camila sorriu.