27. Esmeralda - Part. 1

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oi gente k

SEM REVISÃO.

Eram 2h da manhã e aquela música ainda tocava, perfurando sua alma e insistindo em se manifestar por sua mente. As lembranças a assombravam, vivas diante de seus olhos. Ela conseguia ver todos os seus melhores amigos ali, dançando e rindo ao ritmo da batida, ela sorria.

Hermione tinha os cabelos mais longos do que antes, Ally tinha crescido alguns centímetros, Diana usava suas roupas de seriados como sempre, e Cameron finalmente aprendeu aquele passo de dança que tanto queria. Eles a olharam, e sorriram de volta para ela. Logo uma mancha em suas testas surgiu e foi alimentando de tamanho. Uma marca.

Um tiro.

E lá estava, sangue e corpos no chão.

O efeito do LSD havia passado.

Ela piscou, atordoada e sem ar. Era sempre bom usar aquilo para vê-los, para matar a saudade, mas não para vê-los mortos. Levantou-se da poltrona do quarto, passando as mãos pelo face, indo até o banheiro e ligando a torneira da pia. Jogou água no rosto e esfregou os olhos, Ariana e Agustín estavam dormindo naquele momento, e eles não podiam sonhar que ela estava usando aquilo. Sentou-se na tampa do sanitário, seu corpo começando a tremer em pequenos espasmos, as pernas e braços dormentes. O fim do efeito.

Era sempre assim, Camila já estava acostumada. Levantou-se após alguns minutos, caminhando para o quarto novamente, jogou-se na cama e pegou o celular em mãos.

02h36m em Paris.

Bufou entediada de tudo, pegando uma de suas camisas longas espalhadas pelo colchão e vestindo. Logo ela estava na porta de Ariana, entrando com cuidado, invadindo os lençóis da outra em puro silêncio. Os olhos inchados e sonolentos de Ariana se abriram, e suas sobrancelhas franziram ao ver quem se aconchegava ao seu corpo àquela hora da madrugada.

— Por que não veio antes? — foi sua única pergunta, passando seus braços ao redor da mais velha. Ela nada respondeu, seu rosto na curva do pescoço de Grande, as coxas se enroscando aos poucos. — Teve outro pesadelo?

— Nah, eu só estava entediada. — ronronou, confortável demais onde estava para poder perder tempo falando.

— Uhm. — Ariana suspirou risonha. — Boa noite, então, garota entediada.

— Boa noite.

E, com um aperto, Ariana caiu no sono de novo. Camila entendia o motivo dela estar tão cansada, há dias ela não dormia pesquisando sobre o mistério das cartas e o atentado no salão de festas. Era de se admirar o seu desempenho, ela sempre se esforçava demais e as vezes colocava em risco sua própria saúde para concluir um trabalho. Camila sabia que todo esse perfeccionismo dela era devido a insegurança que ela tinha por ser a única do trio sem poderes, sabia o quanto Ariana odiava sentir-se inútil, mas todos sabiam que ela não era.

Continuou deitada em seu corpo, ouvindo a respiração dela.

Foi doce a primeira vez que a beijou, estavam discutindo a melhor forma de acabar com uma tropa de gangsters do Sul de New York, quando Camila berrou que a força era melhor que a ciência, apenas para provocá-la. Ariana ficou vermelha de raiva, e pediu para que Camila provasse. Foi quando Camila ficou próxima demais, ensinando um golpe de luta para ela, que seus lábios se uniram e tornaram-se sedentos.

Camila lembrava-se de ter fodido com ela na mesa de experimentos.

Mas não era nada mais que isso, alguns beijos e noites trocadas para suprir a necessidade de carinho que as duas sentiam. Ariana era madura o suficiente para saber que aquilo não envolvia sentimentos mais intensos do que a pura e boa amizade, e Camila sequer pensava alguma coisa além disso.

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