SEM REVISÃO
falem comigo no tt: @nicollescr
apenas babados nesse cap
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Foi rápido quando entrou dentro de seu carro e se debruçou sobre o volante, chorando tanto que começara a soluçar. Ela podia ouvir Lauren do lado de fora chamando seu nome, ela podia ver seu corpo através da janela e ela podia sentir o quão tinha sido enganada.
Era tudo falso, afinal.
Camila sentia-se quebrar da cabeça aos pés, seus dedos trêmulos ligando a Lamborghini e saindo com tudo pela cidade. Os faróis iluminavam o trânsito movimentado daquela noite, mas ela sequer conseguia prestar atenção nos vários carros que se moviam a sua frente.
Sua cabeça doía e seu peito se contraía a cada vez que ela respirava. Já tinha sentido isso antes, todas as vezes que seu pai prometia-lhe algo que nunca estava disposto a cumprir. Talvez essa fosse a sentença de Camila, amar tudo que a machuca como se fosse algo fácil de se fazer, mas para ela não era. Não, nunca foi.
Como amar poderia ser fácil para alguém que cresceu vendo o amor não valer a pena? E como ela poderia amar vendo que, atualmente, isso só a machucava?
Dirigiu sem ver a estrada, seus braços tremendo e suas mãos se esforçando para continuar no volante. Ela odiava aquela sensação, suas paredes desmoronando depois de tanto tempo passado para construí-las.
Infelizmente elas eram feitas para defendê-la de Batman, não de Lauren.
Chegou em casa com seu vestido mais puro manchado de café, seus olhos vermelhos e seu rosto banhando de lágrimas. E quando ela se jogou sobre o sofá, pegou o celular e ligou para Agustín, fora um ato automático.
Ela não queria enchê-lo de suas decepções amorosas, mas aquilo era demais para ela e talvez ela, sozinha, pela primeira vez, não conseguisse suportar.
— Oi, Mila.
— Você poderia vir me ver? Preciso de companhia. — ela disse, seu peito doendo saber que no dia anterior poderia ser Lauren do outro lado da linha, e ela poderia estar convidando-a para passar a noite consigo. Mas quem liga?
— Ah... Claro. Por que sua voz está assim, Camila? Aconteceu alguma coisa? — a preocupação dele se elevou e Camila sorriu fraquinho. Ela o agradeceria depois por isso.
— Venha aqui em casa e eu te explico tudo. E, por favor, não demore.
Então ela encerrou a chamada e esperou alguns minutos, até o loiro aparecer com sacolas e um mochila. Ela sequer se ergueu sobre o sofá para vê-lo ou falar com ele, e ele seguiu até a cozinha, mexeu em algumas coisas, foi até o quarto dela, pegou o cobertor mais grosso que ela tinha e voltou para sala.
Ela ainda estava chorando quando ele se deitou e ela correu para se esconder no peito dele. Por alguns instantes, apenas os dedos de Agustín em seu cabelo bastavam para lembrá-la de quem ela era e de que não precisava sofrer por aquilo, mas ela sofria porque era sentimental demais para que sua máscara pudesse continuar firme.
— Foi o seu pai de novo? — em algum ele perguntou, e parecia hesitante em suas palavras. Ele tinha medo de machucá-la mais do que ela já parecia estar.
— Não. — ela negou, chorando mais forte e apertando o tecido da camisa dele. — Lauren.
Então o silêncio prevaleceu e Camila sabia que Agustín estava tentando raciocinar o que Lauren poderia ter feito. Ainda chorando, muito por sinal, ela se ergueu para encará-lo, apoiando seu queixo no peito dele.
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