Capítulo 136: POV Gabrielle DeChamps

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FLASHBACK

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FLASHBACK

Quando eu acordei e dispensei as minhas criadas animadas com a minha primeira manhã como futura rainha de Illéa, eu achei que estava adiantada. Ainda eram oito horas e eu podia jurar que Charles teria me chamado para nós irmos atrás do ferreiro juntos. Mas depois de bater à minha porta e entrar, ele segurou a chave na frente dele.

"Ai, meu deus," eu soltei, assim que a vi.

"Quê? Isso é uma coisa boa," ele disse, a colocando no bolso.

"Eu sei, eu sei," eu fui até ele. "É só que também é um pouco assustador.

"Você não precisa vir se não quiser," ele disse, me dando um beijo na bochecha. Seus lábios continuaram seu caminho, descendo até meu pescoço. "Eu posso ir sozinho. Se você. Quiser," ele falava entre beijos.

Não era justo! Eu não conseguia me concentrar assim. "Não," eu disse, e ele parou de me beijar para me mirar. "Não era para parar!"

Ele riu de leve, colocando seus braços em volta da minha cintura e me puxando para ele. Eu deixei a minha cabeça cair de lado, enquanto ele voltava a se ocupar do meu pescoço, afastando meu cabelo com uma mão.

"Eu vou junto," eu disse, rezando na minha cabeça para que ele não parasse. "Eu preciso ir. Eu devo isso à Nina."

"Hm-hm," ele murmurou tão perto da minha pele, que eu senti um arrepio me descendo pelas costas. "A boa notícia," ele continuou, sussurrando, "é que Amélie só vai terminar seu banho e sair do quarto às dez da manhã."

"Dez da manhã?" Eu perguntei, já imaginando as mil coisas que nós poderíamos fazer em duas horas.

"Hm-hm," ele fez de novo e o mesmo arrepio me percorreu o corpo inteiro.

Seus lábios voltaram a subir até encontrarem os meus. Sem perceber direito o que eu estava fazendo, ele foi me levando devagar até a minha cama, onde ele me deitou, subindo em cima de mim, fazendo sua mão delinear meu corpo devagar. Naquela hora, eu já nem me lembrava o que nós tínhamos que fazer.

Mas talvez eu devesse ter pelo menos colocado algum tipo de alarme para nos lembrar. Quando eu percebi já era quase onze da manhã e nós ainda estávamos ali, entrelaçados um no outro. E eu nem percebi porque eu mesma olhei no relógio. Não. Minhas criadas bateram à minha porta, nos apressando para o almoço.

Eu me levantei correndo da cama, tentando alisar meu vestido que nós tínhamos amassado quase completamente. Depois de perceber que seria inútil, eu empurrei Charles para fora do meu quarto com alguns beijos e me troquei para o almoço.

Se não fosse obrigatório estarmos lá, não só eu e Charles, mas todos, nós poderíamos aproveitar aquele horário para vasculharmos o quarto de Amélie. Mas ela fez questão de ter todos na sala de jantar para o seu último almoço solteira. Coisa, que ela esquecia que ainda era. De pé, atrás da mesa da família real, ela levantou sua taça de vinho e nos explicou como aquele era o melhor dia da sua vida.

Não se eu puder evitar, eu pensei, sentada do outro lado da mesa, com Charles à minha esquerda. Se eu pudesse evitar, aquele não seria o melhor dia da vida dela. Mas o melhor dia da vida de Nina.

Eu levantei minha taça quando ela terminou o brinde e tomei um pouco do meu vinho, tão nervosa com a urgência e o atraso do nosso plano, que eu mal conseguia engolir.

Assim que ela nos liberou daquela tortura, Charles, Sebastian e eu começamos a andar em direção à porta. Mas é claro que ela não podia simplesmente deixar passar a oportunidade de fazer aquele dia ser ainda mais insuportável para seu noivo.

"Bastian!" Ela o chamou, fazendo nós três pararmos de andar. Mas nenhum de nós se virou, quase na esperança de que ela desistisse se nós ficássemos imóveis o suficiente. Ela acabou andando até nós e se colocando na frente de Sebastian. Não demorou até seus braços estarem enrolados em volta do pescoço dele. "Essa é a última vez que eu vou te ver até o nosso casamento," ela disse, toda sonhadora. Charles segurava a minha mão com mais força do que o necessário, mas não me incomodou. Eu também sentia aquela raiva. "E aí nós vamos ficar juntos para sempre. Nós três."

Eu queria ouvir dúvida. Eu queria poder detectar a mentira dela nas suas palavras, queria poder ter algum instinto feminino que me gritasse que ela estava mentindo, que não tinha filho nenhum na sua barriga. Mas nada aconteceu. E eu senti meu coração começar a bater ainda mais rápido. Talvez não fosse adiantar. Talvez nós chegássemos lá, vasculhássemos tudo e não encontrássemos nada. Talvez a sua caixa só tivesse joias mesmo, como Beatriz achava que era. Ou moedas. Ou qualquer coisa tosca.

Mas ainda existia a possibilidade de ser segredos. E qualquer coisa que criasse dúvida, qualquer coisa que fizéssemos pensar que aquele filho possa ser de outro cara seria o suficiente.

"Argh," Sebastian soltou assim que nós nos livramos dela e saímos pelo corredor. "É bom que ela esteja guardando uma bomba naquela droga de caixa, senão eu mesmo vou ter que explodir esse castelo com ela dentro."

Quando a Chuva Encontra o Mar [Completo]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora