Capítulo 15: POV Sebastian Regen

5.3K 630 98
                                    

 Passei pelas selecionadas enquanto caminhava ao Grande Salão

Ops! Esta imagem não segue as nossas directrizes de conteúdo. Para continuares a publicar, por favor, remova-a ou carrega uma imagem diferente.

 Passei pelas selecionadas enquanto caminhava ao Grande Salão. Elas faziam o caminho contrário ao meu, se dirigindo à Sala de Jantar. Quando cheguei às portas que buscava, ouvi uma menina gritando de dentro do cômodo.

"Você não tem ideia do que está fazendo!" Ela berrava. "Você está perdendo o AMOR DA SUA VIDA!"

Não pude evitar rir da imagem que veio à minha cabeça. Charles pequeno de culpa enquanto ela gritava na sua cara. Aproximei a orelha da porta e ouvi Silvia mandando os guardas tirarem ela de lá. Consegui recuperar minha pose um segundo antes deles abrirem as portas e passarem com ela esperneando nos seus braços.

Me segurei para não rir de novo, enquanto as quatro meninas eliminadas passavam de cabeça baixa, algumas chorando baixinho. Ver a decepção nelas me deu um pouco de tristeza e acabou com o ar cômico da situação. Cumprimentei as poucas que olharam à minha direção com um aceno de cabeça.

"Charles," chamei quando finalmente entrei no Salão.

Ele estava conversando com uma menina, mas se virou para mim.

"Me pediram para ver se vocês iam demorar muito," eu disse, andando até ele.

"Já tem sua resposta?" Me perguntou retoricamente e se virou novamente para a menina. "Beatriz, você poderia nos dar um minuto?"

"Claro, Alteza," ela nos fez uma reverência e saiu pela porta.

"Você terá que voltar lá e avisar que eu vou tomar meu café da manhã sozinho," ele me disse. Mas depois pensou um pouco e continuou, "bom, não sozinho, mas sem as outras."

"Ah!" Eu soltei, entendendo o que ele queria dizer. "Aí, garoto," lhe dei um tapa no ombro. "Olha só você, estava super medroso e agora já tem seu primeiro encontro. Estou orgulhoso, de verdade."

"Obrigado, Sebastian, significa muito para mim," ele disse, sarcástico. "Mas não é só um encontro."

"Uhul, não é só um encontro," repeti, fazendo uma voz para zombar dele.

"Dá para parar?" Ele pediu, mas estava rindo. "É só um encontro, mas é que é uma circunstância especial."

"Não dá para eu parar se você continuar falando assim!"

"Ela terminou o noivado dias antes de vir para cá," ele explicou, fazendo todo o momento perder um pouco da graça. "Eu queria tentar animá-la."

"E posso perguntar como você pretende animá-la? Ou é uma coisa íntima demais para você falar alto?" Levantei as sobrancelhas, esperando sua resposta.

"Por que você tem que levar tudo com malícia?" Ele perguntou e eu dei de ombros. "Ela gosta de música, então vou mostrar a coleção de instrumentos da mamãe."

"Não acha melhor pedir permissão antes? Sabe, para ela não te matar."

"Ela não vai me matar, porque você vai avisá-la," ele disse, me dando um pequeno empurrão no ombro que me fez perder o equilíbrio.

"Muito legal da sua parte derrubar isso nos meus braços," eu disse. "Aí se ela tiver que matar alguém, vai ser eu, né?"

"Por aí," ele falou. "Agora, se você me dá licença, eu tenho uma menina muito deprimida para alegrar."

"Vá em frente," falei, enquanto ele andava até a porta. "E boa sorte."

Ele fez um aceno com a cabeça e saiu.

Fiquei para trás para observar o que sobrou de todo aquele evento. Silvia coordenava algumas criadas em como arrumar o salão de volta ao seu estado normal. Era como se eu nem estivesse ali.

O que era mais esquisito, na verdade, era como eu estava assistindo tudo sem estar participando. Era como um treino para a minha vez, mas eu ainda não sentia que fosse ter que passar por aquilo. Era escolha minha, meu pai falou, já que eu nunca teria que ser rei a não ser que algo acontecesse com meu irmão. O que era uma coisa bem amarga, ao mesmo tempo que doce. Ser rei seria incrível, praticamente o meu sonho de vida. Mas ter que perder meus pais e meu irmão para isso era um preço alto demais e que eu nunca estaria disposto a pagar.

E enquanto eu ficava com o doce da realeza, me sobrava o amargo de ser um mero espectador.

Respirei fundo uma última vez e saí de lá. Estava virando o corredor, quando senti uma pessoa se jogando contra mim, um objeto duro entre nós. Seus cabelos loiros e cacheados inundaram meu rosto antes dela conseguir se recompor e dar um passo atrás.

Seu olhar era de pânico quando ela percebeu quem eu era.

"Alteza," ela disse, completamente assustada. "Me desculpe, por favor."

"Não se preocupe," eu falei, me divertindo com a cena.

Me abaixei para pegar os livros que ela tinha derrubado e ela rapidamente se juntou a mim.

"Pode deixar, eu pego, foi pelo meu descuido mesmo que eu esbarrei em você," sua voz sofria com a culpa.

Fiz questão de continuar ajudando e me esticar para pegar o mesmo livro que ela ao mesmo tempo. Nossos dedos se tocaram de leve, fazendo ela parar de mexer e suas bochechas corarem. Fiquei satisfeito de ver a reação que causara nela.

"Perdoe-me," eu disse, fingindo estar encabulado.

Me apressei para recolher os que faltavam, me levantei e lhe ofereci minha mão para ajudá-la a se esticar também. Ela pareceu apreensiva, mas acabou se segurando em mim. Quando senti seu peso, a puxei, fazendo-a chegar o mais perto de mim que seus livros deixavam.

Não demorou muito para ela dar um passo atrás, mas naquele segundo que ficou perto de mim, pude observar seus olhos verdes olhando para mim. Não conseguia ver o que tinha por trás deles, mas, o que quer que fosse, pareceu derreter a armadura que eu carregava dentro de mim.

"Obrigada," ela disse, sua voz doce ecoando pelo corredor.

"Meu prazer," eu falei, ainda sem entender o que era aquilo que ela tinha que me deixava tão confuso.

Meus olhos pousaram no seu bottom. Nina.

Quando a Chuva Encontra o Mar [Completo]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora