Capítulo 32: Junte-se a eles

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Julia

Gustavo estava deitado no que restou da briga do seu pai com seus irmãos, suas pernas estavam separadas de qualquer forma, e ele repousava em seus cotovelos, com sangue e vinho e vidros por todo lugar.

Seus cabelos estavam molhados com champanhe, e o líquido caía em seus olhos enquanto ele ria para mim, todo folgadão e vitorioso e divertido.

Se eu dissesse sim a essa insanidade, seria uma decisão precipitada. Eu devo ter paralisado com o choque, porque Gustavo usou seus cotovelos para se apoiar e sentou, cambaleando levemente.

"O que você acha?" Ele questionou, indiferente ao grupo de garçons frenéticos a menos de dois metros dele, tentando apagar uma parte da mesa que tinha pegado fogo.

"O que eu acho sobre me casar com você?" Indaguei com as mãos ainda nos meus quadris, a expressão furiosa dando espaço para a wtf?

"Deixa eu te dar as vantagens." Gustavo sorriu, gesticulando exageradamente com uma de suas mãos. Ele quase acertou um dos garçons que parecia particularmente estressado, mas o homem, tendo visto a briga, teve o bom-senso de sair do caminho antes que qualquer outro problema surgisse.

"Bolo de casamento," Gustavo foi listando, "meu cartão de crédito, eee...," ele me lançou um olhar como se o seu próximo ponto fosse a chave da negociação, "sexo oral ilimitado. Pelo resto da sua vida."

Oh, yeah... Tudo aquilo soava incrivelmente bem.

E, tipo, se você não pode vencê-los, junte-se a eles, certo?

Eu finalmente entendi essa filosofia.

O que mais alguém poderia fazer quando todo mundo ao seu redor tinha embarcado no expresso da loucura?

Me permiti dar a primeira risada desde que a noite começou. Era uma mistura de riso com choro, a este ponto. Então estendi minha mão para ajudar Gustavo a se levantar, falando a ele em um tom de derrota, "Vamos pra casa, ok?"

Gustavo pegou minha mão na sua, e usou sua outra mão que estava no chão para se empurrar e se pôr de pé. Então ele me agarrou, colando meu corpo ao seu, e sussurrou em meu ouvido, "Está com pressa pra chegar em casa porque você está pensando no bolo de casamento?"

Bufei, rindo, e me afastei dele para conseguir olhar em seus olhos. "Não," sussurrei de volta, "e eu não estou pensando no cartão de crédito, também."

Gustavo riu e me puxou mais uma vez de encontro ao seu peito, enterrando seu rosto em meus cabelos antes de deixar que eu me afastasse de novo. "Bem, então vamos começar logo, não é? Uma rapidinha e então eu passarei a noite toda... dispondo meus bens para a sua avaliação."

Uh-lá-lá.

Como a pessoa consegue permanecer coerente e responsável quando este é o plano dele?

Julia bobona.

Julia bobona e tarada.

Julia bobona, tarada, e omg, Gustavo falando bêbado assim comigo...

"Você é impossível," suspirei, sacudindo minha cabeça diante desta situação – especificamente em relação a Gustavo me pedindo em casamento depois de ter sido um Sr. Luta-Livre com os seus irmãos e pai, e então querendo correr dali pra me mostrar os seus "bens".

E vejam só, eu estava provavelmente pior do que ele; porque não havia nada que eu gostaria mais naquele momento do que dar uma checada nos seus supracitados bens.

Gustavo simplesmente me respondeu dando de ombros, nem negando, nem confirmando minha opinião dele, e estendeu sua mão para mim.

E é claro, com a mesma facilidade com a qual eu respiro, eu a peguei.

A SecretáriaWhere stories live. Discover now