Capítulo 13: Questões paternas

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Julia

Eu estava muito nervosa enquanto aguardava Gustavo vir me apanhar em casa na manhã de quinta-feira.

A conversa que ele teve com o pai na noite passada durou cerca de dois minutos, e fiquei com a impressão de que Victor estava ligando da linha de Christian porque esse era o único meio dele garantir que Gustavo o atenderia.

Pelo que pude ouvir da voz de Gustavo, ele soava hostil e beirando a linha da indelicadeza, o que não condizia com o jeito de Christian e Nathan ao falarem sobre Victor. A diferença óbvia estava na maneira como Gustavo pronunciou "pai" num tom grave, muito diferente de Chris e Nate. Christian até mesmo dizia papito às vezes.

Isso acabou me fazendo concluir que se tratava de alguma questão da parte de Gustavo que dificultava a relação entre pai e filho, embora eu estivesse considerando evidências completamente circunstanciais. Afinal de contas, também podia ter a ver com o fato de que o pai dele tinha acabado de ser atendido por um Gustavo extremamente frustrado sexualmente, pronto para me comer no banco da frente do carro dele, e novamente, eu não tinha certeza de nada.

Por mais que tentasse ficar horrorizada por Gustavo ter basicamente falado para Victor, seu pai e meu patrão, acima de tudo, que ele estava prestes a transar comigo, meu cérebro não conseguia parar de reprisar as coisas incríveis que Gustavo e eu havíamos feito um com o outro. Ter que reviver cada momento, palavra por palavra, para as meninas ontem à noite também não ajudava minha causa.

Tudo o que eu conseguia pensar era em Gustavo me encarando quando ele gozou durante o jantar, e em como ele havia falado que eu estava apertada e molhada, como se a única finalidade para que eu ficasse desse jeito era lhe oferecer prazer.

Fiquei realmente decepcionada pela interrupção de Victor, porque ele havia estragado completamente o clima rolando entre eu e Gustavo. Nós nos despedimos envergonhados, porém ainda assim foi um boa noite caloroso, tão logo ele encerrou o telefonema do pai.

Alice ficou chocada por eu estar disposta a abrir mão da minha virgindade no assento de uma Ferrari parada no meio de uma garagem, até que Tonia destacou que as duas haviam perdidos suas virgindades no banco de trás de carros quaisquer, ainda na época do colegial, num drive-in. Tipo, mais clichê impossível.

Minha mente tocava sem parar nos meus ouvidos todas as coisas sacanas que Gustavo falou para mim na noite passada até que o ouvi bater suavemente na porta do apartamento; então não fiquei nem um pouco espantada que minha primeira reação quando abri a porta para vê-lo e a bati atrás de mim, tenha sido empurrá-lo contra a parede, invadindo seus lábios com a minha língua.

Quando eu interrompi nosso beijo para poder respirar e o fitei através dos meus cílios, ele jogou a cabeça para trás completamente derrotado. "Jesus. Fodeu. Porra. Ser bonzinho por hoje já era."

Em seguida, era eu quem estava pressionada contra a porta, sentindo a coxa de Gustavo entre as minhas pernas, tendo as mãos seguramente confinadas por uma mão dele sobre a minha cabeça, enquanto a outra apalpava asperamente meu seio.

"Você gosta disso?" - ele perguntou, com a testa encostada na minha enquanto assistia sua própria mão me tocando. Eu usava um vestido fino e apertado de seda preta, e embora estivesse usando um sutiã delicado por baixo, meus mamilos rijos estavam evidentes mesmo sob o tecido, respondendo a pergunta de Gustavo por mim. Eu podia sentir uma certa parte da anatomia dele enrijecendo contra o meu corpo também, em compensação.

"Você sabe por que gosta tanto disso aqui, querida?" - ele sussurrou, com os lábios sobre os meus, enquanto continuava a estimular meu seio. "Porque seu corpo está sob o meu controle."
Eu teria adorado mais do que tudo negar isso, mas a verdade era que Gustavo Herrera controlava minha mente, meu corpo e - o mais assustador de tudo - minha alma.

A SecretáriaTahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon