Capítulo 10: Sucesso?

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Julia

Gustavo, Gustavo, Gustavo, Gustavo.

Com licença Gustavo, você tem uma ligação na linha um.

Eu só vou dar uma saída para almoçar, Gustavo.

Enquanto chegávamos ao trabalho, eu fiquei cantarolando frases banais na minha cabeça, tirando o "Sr. Herrera" delas e substituindo por Gustavo.

Era tão incrivelmente libertador poder chamá-lo pelo primeiro nome dentro e fora da minha mente, que eu não conseguia para de repetir, uma vez atrás da outra, até que finalmente a palavra perdeu o significado.

Certo, eu admito.

Isso é mentira.

O que eu realmente estava tentando fazer era desesperadamente impedir a mim mesma de olhar e verificar se ele permanecia fisicamente excitado.

E o que eu realmente não conseguia parar de repetir na minha mente era: eu excitei Gustavo, eu excitei Gustavo.

Ele não olhou para mim até que o carro estivesse estacionado na garagem da empresa. Quando desligou o motor, Gustavo virou-se em seu assento e eu pude sentir seu olhar penetrante sobre o meu rosto. Eu não correspondi o olhar, simplesmente porque se me virasse não era para o rosto dele que eu olharia.

Eu o ouvi suspirar no que parecia ser um resfôlego decepcionado, e em seguida falou suavemente. "Eu sinto muito por antes, eu pensei... bem, eu senti que..."

Oh, merda, ele pensou que eu me arrependi de flertar com ele. Apressando-me para corrigir o mal-entendido, libertei o meu mastigado lábio inferior dos meus dentes, e me virei para Gustavo com o cenho franzido em uma expressão confusa.

"Antes?" Perguntei numa voz inocente, certificando-me que meus olhos acompanhavam o meu tom de voz.

Gustavo franziu a testa, e nós éramos dois estúpidos pervertidos franzindo um para o outro dentro de uma Ferrari.

"Na garagem... quando eu..." ele deixou a frase no ar, ainda sem perceber que eu estava brincando com ele.

Eu ajustei minha pasta e o café numa mão, abri minha porta com a outra, e coloquei um pé para fora do carro. Quando já estava me erguendo, me virei novamente para Gustavo, e o olhar inocente foi substituído pela melhor cara de me-seduz-por-favor que eu podia fazer.

"Não se preocupe Gustavo, eu não senti nada. Talvez seja tudo coisa da sua cabeça."

Eu só tive tempo de vê-lo se inclinando para mim, enquanto seus olhos escureciam, antes que eu fechasse a porta na cara dele. Obviamente, eu havia feito o perfil do meu chefe de forma excelente, porque aquele pequeno gracejo sexual havia enervado o Gustavo da vida real tanto quanto aquele dos meus sonhos.

Não dei três passos para longe do carro antes de ouvir a porta dele bater e seus passos rápidos atrás de mim no concreto. Agilmente, ele logo estava ao meu lado, com a sua mão posicionada nas minhas costas, guiando-me até o elevador.

"Você não sentiu nada, é?" - Ele ponderou delicadamente, enquanto eu comparava esse Gustavo com o Gustavo de três semanas atrás. Três, o inferno! De uma semana atrás, que jamais, nunca tinha andado tão perto de mim a ponto de eu sentir todo o calor do corpo dele se impregnando no meu vestido.

"Não," falei descontraída.

A mão dele que estava nas minhas costas serpenteou por ela até pousar possessivamente na lateral do meu quadril, formando uma curva com o braço atrás de mim. Ele se inclinou e sussurrou em seguida no meu ouvido.

A SecretáriaWhere stories live. Discover now