Capítulo 23: Epifania

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Julia

Eu o compreendia totalmente agora.

Quero dizer, antes, ele era um completo enigma, uma série de personagens diferentes que possuíam características próprias e distintas.

Mas, agora?

Agora, eu entendia completamente o Keanu Reeves.

Eu nunca conseguia compreender direito porque ele tinha que dizer "whoa" em praticamente todos os seus filmes.

Tipo: aconteceu algo de tão incrível assim, foi, Keanu?

Porém, para descrever a noite de ontem, tudo em que eu conseguia pensar era...

Whoa.

Acabei de perder minha virgindade para Gustavo Herrera. E havia sido a experiência mais maravilhosa e encantadora de toda a minha vida. Ele me tratou como se eu fosse feita de cristal, algo precioso que precisava ser adorado e reverenciado – ele havia literalmente ficado de joelhos à minha frente, me oferecendo prazer, como se me dar essa sensação máxima era sua única preocupação no mundo. O modo como ele acariciou cada centímetro da minha pele, o modo como ele falou meu nome debaixo do meu ouvido enquanto entrava em mim foi reverente, perfeito.

O jeito que Tonia e Alice descreveram o ato sexual para mim sempre soava como algo egoísta, era um homem arrancando seu prazer da mulher, usando o corpo dela para servir às suas próprias necessidades. Eu estava ansiosa para isso, imaginando que não poderia ser uma experiência tão ruim, já que era com Gustavo, o homem que amo, e que estaria tendo seu prazer comigo.

Ele havia derrubado essa teoria facilmente. Sexo com Gustavo era como – uma droga. Uma experiência viciosa, que muda sua visão, seu pensamento, e à medida que eu olhava para trás e refletia, parecia que tinha acontecido com outra pessoa. Apenas a ligeiramente prazerosa irritabilidade que eu sentia entre as minhas coxas me apontavam para o contrário.

Isso e aquela coisa enorme do Gustavo me cutucando nas costas.

Ele ainda estava dormindo, com um de seus braços dobrado na direção da sua cabeça para que eu pudesse usar seu rígido – embora infinitamente preferível – bíceps como travesseiro. Eu havia me afastado um pouquinho dele enquanto dormia e a despeito do emaranhado suado e ofegante que era nossos corpos, eu agora podia sentir o peito dele pressionado contra as minhas costas cada vez que Gustavo puxava o ar para os pulmões.

Apesar de ainda não conseguir enxergar nada dentro do quarto porque as cortinas estavam fechadas, eu sabia que ainda era bem cedo, muito antes de precisarmos nos levantar para o trabalho. Eu havia adormecido logo após meu – defloramento – e presumo que Gustavo também dormiu logo em seguida – isso é, depois de ter parado de me puxar para mais perto dele, ao ponto que pensei que chegaria a cair em prantos da maravilha que era a situação toda.

Acordei agora apenas porque Gustavo estava gemendo e murmurando enquanto dormia. Primeiro, pensei que ele estivesse tendo algum tipo de pesadelo, e eu tinha toda a intenção de acordá-lo, sendo que eu jamais seria capaz de ouvi-lo sofrer sem tomar alguma atitude. Mas, em seguida, ele começou a balançar seus quadris enquanto dormia, e embora sua virilha não estivesse tocando diretamente meu corpo, eu podia sentir a extremidade de sua ereção me dando um olá-bom-dia pelas costas. Porque era assim grande que aquela coisa era. Senti o formigamento úmido crescendo entre as minhas coxas e decidi ali, naquele momento, que eu não estava mais assim tão sensível, lá.

Determinada, rebolei de volta para Gustavo, subindo pelo seu corpo levemente até deixá-lo acomodado entre as minhas nádegas. Os gemidos dele aumentaram enquanto eu me movia e ele começou a se movimentar contra o meu corpo, também. Pelo jeito, esse homem podia literalmente comer alguém dormindo.

A SecretáriaWhere stories live. Discover now