Chegamos na escola depois de quase vinte minutos, os vinte minutos mais demorados da minha vida.

Cumprimento o porteiro entrando na escola e tendo que assinar a lista de atraso, esse lixo de escola não tem mais o que fazer.

Deixo minha mochila em frente a minha sala e vou até o pátio vê se tem um felizardo atrasado que nem eu e Guga.

Vejo Pietro e uma menina que acho já ter visto aqui na escola, sei que não é novata.

Nós vamos até os dois que conversavam animadamente, pelo menos é o que parece.

- Bom dia! - falo sentando no banco de concreto e querendo um botão agora que se eu o apertasse me levaria para minha cama.

- Bom dia neném, essa é a Clara? - olho para a menina e para Gustavo que nega, lembro como se respira soltando um oi para ela.

Pensei que era a tal da Clara de ontem, a de Gustavo.

- Levanta a cabeça, capeta. - o carinhoso e o fofo do meu amigo fala comigo e assim eu faço sentindo ele fazer um cafuné perfeito.

Me aconchego em seu colo sendo abraçada por ele, me perco em seu abraço quentinho e acolhedor.

Queria continuar recebendo seus carinhos mas a droga do sinal bateu e agora eu tenho que entrar para a aula de geografia, esse cocô.

Saímos do pátio indo até nossa sala, parece bem chata e na verdade é. Sento no fundo deitando minha cabeça na cadeira, Guga senta do meu lado mas levanta quando um certo alguém que era ex dele caminha até aqui.

- Oi amiga. - falo soltando beijo para ela assim que ela senta. - Como foi a aula do professor Carlos?

- Um saco, sorte a dele que ele é legal.

O professor de geografia entra com a maior cara de quem não quer dá aula para a nossa turma, dá bom dia e apaga o quadro.

Corno, viu que eu estou copiando e ainda tem a audácia de apagar. Minha vontade é de jogar o caderno na cara dele, mas o ele não merece um caderno lindo desses.

Coloco na matéria dele ligando o gravador no celular, não estou nem um pouco afim de prestar atenção na aula dessa miséria.

Prendo meu cabelo com a xuxinha, esse ar parece que pifou. No dia que eu trago casaco faz um calor porque não prestar já está velho.

Tinha que fazer uma reforma geral nessa escola, dá uma renovada de vez em quando.

10:38

Entro no quarto de Bernado sentindo seu cheiro gostoso, amo esse cheiro, me acalma de um jeito bom.

Sento na cama tirando meu tênis e deixando no canto do quarto, tiro o celular da mochila vendo as horas.

Ele já deveria ter chegado.

Não que você saiba a hora que ele chegue

E eu realmente não sei sub, mas ele
já deveria ter chegado

Então tá

Abro suas gavetas procurando qualquer coisa interessante que eu ache, mas só vejo cuecas. Nada no guarda-roupa também e nem debaixo da cama.

- Não deveria está na escola agora? - ouço a voz do meu namorado me assustando por eu estar mexendo em suas coisas.

A filha do dono do morroWhere stories live. Discover now