Universo

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JEON JUNGKOOK

[HUMANO]

18 de abril

O celular tocou pela décima vez uma música irritante de um grupo pop americano que eu odiava, treinador Choi sempre dizia que colocar músicas ruins como despertador era ótimo, "Te dá mais um motivo para acordar, você levanta para desligar a música", dizia. E estava dando certo na maioria dos dias, porém hoje não foi o caso e logo após a música irritante findar veio o toque do meu celular, olhei a tela vendo o número de Jaebum-hyung.

— Hyung? — perguntei ainda sonolento, tentando fazer minha mente prestar atenção em suas palavras.

— A ronda começa em 20 minutos, cadê você? — ele gritando no telefone foi o bastante para me fazer acordar, pulei para fora da cama, prendendo o celular entre a orelha e o ombro e tropecei em direção ao banheiro — Tá ficando frequente, Jeon. Você sabe que não é nenhum favorito aqui, não pode ficar dando brecha para o chefe te chutar para fora — Deixei o celular no viva-voz enquanto eu tirava as roupas e corria para o banho — Você ainda estava dormindo?

— Sim — gritei, o som da água abafava demais minha voz e a dele também, mas ainda assim era compreensível — Eu não paro de ter pesadelos, hyung. Fica difícil ter uma noite de sono decente.

— Você precisa é de férias, garoto. Você não sai de férias desde que entrou para a corporação. A não ser aquelas viagens curtas que faz a Busan.

— Eu sempre volto pior de lá, meus pais são complicados — ele ficou um tempo em silêncio enquanto eu terminava de lavar o cabelo, até achei ter desligado, porém voltou a falar.

— Por que não vai ver aquele cara do mar? Você falava dele e sempre voltava ótimo depois dessas visitas.

Cara do mar? Por que eu sentia saber do que ele falava ao mesmo tempo que não? Eu não conseguia me lembrar de nenhum "cara do mar".

— Ele é da marinha? — continuou — Acho difícil você estar fodendo com Poseidon. — riu do outro lado da linha.

— Eu não estou fodendo com ninguém! — bem que queria, talvez eu estivesse tão tenso por falta de sexo. Eu precisava sair de casa, talvez aceitar sair com a oficial Kang, apesar de que a ideia não me empolgava muito, mesmo que ela fosse muito bonita.

— Já bateu uma para o deus do mar? — ele estava gargalhando do outro lado.

— Eu vou contar para o YoungJae-hyung o que você fica me perguntando! — isso fez ele ficar quieto, geralmente não éramos tão receptivos um com o outro, mas eu gostava do fato de Jaebum-hyung ser como um amigo. Ou quase. Quase era a palavra-chave aqui — Vou pôr o uniforme e chego aí em dez minutos.

— Melhor correr.

(...)

— Qual a desculpa dessa vez, Jeon? Mais um pesadelo com o mar? Por que se recusa a procurar Poseidon? Ele com certeza consertaria essa sua cabeça cheia de água — chefe Im me olhou de cima a baixo depois que me apresentei diante dele, no fim da ronda - que nunca tinha nada demais aquele horário - era só um padrão obrigatório — Você tem ido ao psicólogo? — perguntou em voz baixa, para que mais ninguém ouvisse além de mim.

— Sim, senhor. Não tem avançado muito, infelizmente. Senhor — completei, suspirou alto, apoiando uma mão em meu ombro.

— Garoto você sabe porque faz parte da corporação, não é? Nós respeitamos legados de família aqui, trabalhei com seu pai e conheci seu irmão e é só por isso que está na minha frente hoje. Mas você sabe que seu lugar não é aqui — ele acenou para que eu o acompanhasse até sua sala, segui-o já imaginando que enfim eu seria chutado para fora da corporação. Isso já estava para acontecer desde que meus sonhos ficaram piores — O tal deus sol, Hoseok, ele vai abrir vagas para novos artistas, eu vi ontem na tv. Se inscreva e deixe a polícia. Você é um artista, Jeon. E já é velho demais para tentar agradar sua família, nenhum artista hoje em dia passa fome, deuses pagam muito bem por arte, e você é dos bons, já vi seus quadros. Hoseok vai pagar fortunas para ter você na equipe de artistas dele.

God Killer - PRIMEIRA VERSÃOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora