Eclipse

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Mesmo sendo sete da manhã, o dia já surgiu escuro. O eclipse duraria toda a manhã, até que a eleição do novo líder fosse decidida. Devido a isso, Seul se fechou dentro de suas casas. Ninguém saiu, foi trabalhar ou fez qualquer barulho. Era como nos dias de vestibular, só que pior. Nenhum táxi quis me buscar então minha alternativa foi obrigar Jaebum a me levar, ameaçando denunciá-lo ao chefe por obstrução de investigação. Não era um argumento muito bom, mas funcionou.

O templo de Gangnam serviu novamente como local de encontro, mas parecia menos sombrio desta vez, mesmo com a luz deficiente. Havia um garoto mal-humorado parado logo na frente. Na verdade, mal humor não o definia muito bem. Ele parecia morto por dentro.

— Quem é você? — ele perguntou assim que entrei.

— Jeon Jungkook.

— De que ordem divina você é?

— Nenhuma. Sou o policial que investiga o assassinato. E você, quem é?

— Kyungsoo. Encarnação de Queres. Deus das mortes dolorosas. — Se estou surpreso com essa informação? Nem um pouco.

— Boa escolha para recepcionar os convidados. — Minha ironia custaria minha vida? Pela expressão dele, sim.

— Estou aqui para informar a imprensa e mediar a sessão — ele deu um longo suspiro exausto. — Vá logo antes que eu perca a paciência — passei por ele, seguindo pelo corredor. Não dei mais que alguns passos antes de Taehyung aparecer, acompanhando por duas deusas, literalmente. Eram as mulheres mais lindas que já vi na vida e ambas passaram por mim como se eu nem estivesse lá. Taehyung pôs uma mão sobre meu ombro.

— Já conheceu o Soo?

— Sim, muito amável — Taehyung riu de minha ironia.

— Ele é muito melhor depois que o conhece. Ele, Yoongi e Jinyoung são a trindade das trevas — riu um pouco da própria fala —, têm que parecer durões ou ninguém vai levá-los a sério.

Finalmente eu dei alguma atenção ao rosto de Taehyung. Uma péssima ideia. Seu cabelo estava castanho, mas haviam algumas mechas verdes, resisti ao impulso estranho que senti de tocar os fios. "Qual era meu problema? " Sua roupa parecia com o uniforme da marinha, a primeira medalha, no canto direito do seu peito, datava de 1945. Provavelmente a ganhou durante a Segunda Guerra. Havia outras, mas não pude ler as inscrições.

— Cabelo legal... — apontei, ainda resistindo ao impulso de tocar.

— Obrigado. Você ouviu? — ele perguntou, mas eu não escutei nem uma única palavra. Acenei que não. — Jackson estará aqui. Outros também estão, mas ele é mais difícil de encontrar.

— Ok — Taehyung passou a me guiar pelos corredores até uma sala, muito maior do que a do velório. Havia no mínimo umas 50 pessoas lá, entre deuses gregos e nórdicos. Fiquei feliz quando vi Jongin e Hoseok se aproximando quando me viram, foi quase como quando eu chegava numa festa e via meus amigos. Havia uma terceira pessoa com eles, uma garota, que parecia minúscula do lado dos dois. Não consegui tirar os olhos dela, não por sua beleza espetacular ou algo do tipo. Sim porque ela parecia terrivelmente comum. E com certeza ocidental.

— Que bom que veio, Jungkook — Jongin disse primeiro. — Eu queria mesmo ver você, eu e Hobi pesquisamos um pouco mais sobre a espada e...

— Agora não, crianças. — Ainda era estranho Taehyung falar isso quando ele parecia ter exatamente a mesma idade que eles. — Precisamos falar com Seokjin sobre os membros votantes.

— Verdade, eu tinha esquecido — Hoseok disse. — Sun, faça companhia ao Jungkook, nós já voltamos — ele pediu à garota que deslizou silenciosamente para o meu lado. Os três se afastaram em seguida, deixando-nos para trás.

God Killer - PRIMEIRA VERSÃOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora