Alma

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Quando acordei pela manhã, Taehyung estava sentado diante da parede de vidro, tentei não emitir nenhum barulho, mexendo-me o mínimo, para não desviar seu foco. Era fascinante ver os cardumes praticamente dançando na água, tentando atrair sua atenção. Ele tocava o vidro como se desejasse estar na água. Nas memórias que vi, ele dizia sentir falta do oceano. Ele estava longe há muito tempo e sem previsão de retorno. Eu era seu motivo de ficar na terra, ele mesmo admitiu.

Além de ser um mortal, ainda era completamente avesso ao oceano, não havia pessoa pior para ser sua... alguma coisa.

— Hoje de manhã — começou, percebendo que eu estava acordado, seus olhos ainda estavam na água — Faremos a primeira parte da cerimônia.

— Primeira parte?

— Sim, eles precisam do aval de Moros também. O "departamento de almas gêmeas" pertence a ele, se Hansol aceitá-los a chance de o universo aceitar também é ainda maior. Você vai gostar de ver, é uma cerimônia muito simples, mas bonita — ele voltou-se para mim — Se quiser passar a eternidade comigo vamos passar por isso também, daqui uns anos talvez, mas vai ter que superar seu medo de água.

— Tem que ser dentro d'água?

— Sim. No fundo do mar, mais especificamente. Tem de ser no território do deus mais forte. A que acontecerá hoje será no Arcádia porque aqui também pertence a Jimin e ele é o deus mais forte já que...

— O amor é mais forte que a morte — ele sorriu por eu concluir com precisão — Mas se não acreditavam na encarnação de Moros, como achavam que... sabe? O aval... — eu não estava sabendo explicar.

— Bom, antes eles achavam que o universo que realizava essa etapa também. O destino nunca precisou estar presente. E nessa encarnação não tivemos nenhuma assembleia — deu de ombros, virou o corpo para mim, apoiando as costas no vidro. Os peixes pararam seu "balé", já que sua platéia não dava mais atenção.

— Eu poderia usar o tempo livre após a cerimônia para dar uma olhada nos jardins suspensos — me larguei de volta no colchão, ainda sentia o sono pesar em meu corpo, ainda me sentia exausto mesmo Taehyung tendo levado a sério sobre me deixar dormir mais — Mas eu não acho que tenha sido nos jardins, Baek disse que os hóspedes ficam lá mesmo pela madrugada, como ninguém teria visto alguém ser morto? — A cama afundou levemente quando Taehyung deitou ao meu lado.

— Acho que somente o bosque é uma área realmente isolada aqui, mas Sehun está ocupado com a festa, não é bom que vá sozinho procurar.

— Tem algo de errado lá?

— Lá e nas portas é onde tem a maior convergência espiritual. Não é seguro. Para ninguém.

— Portas? — Ninguém tinha mencionado sobre isso.

— As portas de Jongdae — quando disse, me lembrei de quando falou no hospital e também, meses atrás, quando meu pai mencionou sobre elas — Podem levar a qualquer lugar, mas não sei onde fica, o acesso é limitado, aparentemente não tem um ponto fixo no hotel, constantemente mudam de lugar. Vai precisar pedir a Jongdae para vê-las se quiser.

— Eu gostaria — recorrências não podiam ser ignoradas nessa situação, não era a primeira vez que as portas eram mencionadas — Taehyung?

— Sim.

— E se Hansol disser não? Para Yoongi e Jimin, no caso, o que acontece?

— Bom... primeiro, como já disse, não será o próprio Hansol a vir, você verá como é. Mas se não forem aceitos, a cerimônia no dia B não vale de nada. O universo não permitiria que deuses que não são a alma gêmea um do outro arruinarem sua ordem não tão perfeita assim para ficarem juntos.

God Killer - PRIMEIRA VERSÃOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora