Capítulo 9 - ALEX

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Há duas coisas nesta cidade que me faz não querer voltar quando terminar meu trabalho. A primeira é o meu passado. Entendia e tinha motivos suficientes e de sobra para não querer mais viver em Nova York. Eu mal aparecia na cidade e quando resolvia vim era somente a negócios. Não suporto a cidade. 

E a segunda é Rosely Lyndrax. Não conseguia compreender por que essa garota me incomodava e irritava tanto. Ela tem um poder incrível sobre mim. A minha paciência e controle vão direto pro ralo em segundos apenas com a sua maldita língua atrevida. Eu odiava o fato dela não se intimidar comigo. Não ter medo. A pequena menina era muito corajosa e não se assustava quando eu estava irritado ou perto de perder o controle. Essa garota para mim era um enorme mistério.

"— Está me ouvindo, filho da puta?" — Dereck grita do outro lado da linha.

Porra! Tinha me esquecido que estava no telefone.

"— Olá?! Tem alguém ainda vivo? Droga, só o que me faltava meu melhor amigo morrer falando comigo no telefone. ALEX?"

"— Sim, estou aqui." — afirmo sem nem mesmo saber do estava me dizendo ou até mesmo lembrar do que estávamos falando antes.

Hoje acordei com uma baita dor de cabeça e um mau humor dos infernos concluindo que eu ter aceitado esse projeto foi uma grande burrada minha. Estava apenas um mês aqui e minha vida calma tinha evaporado. Tudo que eu queria agora era apenas que essa nova assistente chegasse logo para que pudesse me livrar dessa papelada na minha mesa. Se a mulher fosse bastante eficiente tudo seria resolvido possivelmente ainda hoje.

"— Então sobre o que te perguntei você concorda?" — ele pergunta com cuidado.

Isso é o que dá não prestar atenção. Mas o que eu podia fazer quando Dereck começa a falar não parava mais. E hoje não era um dos meus melhores dias para o ouvir. Maldição! Minha dor de cabeça querendo voltar. Onde foi que deixei mesmo a droga do comprimido para dor? Primeira gaveta da mesa. Voltando para a pergunta acho melhor responder sim, pois para ele perguntar se eu concordo deve ser algo relacionado ao trabalho.

"— Sim, concordo e..." — paro de falar quando Dereck começa a rir.

O que deu nele?

"— Eu sabia!" — disse ele entre gargalhadas.

"— Por que diabos você está rindo?" — pergunto enquanto ele continua rindo tão alto que é preciso eu afastar o telefone do ouvido.

"— Puta que pariu! Alex eu sempre soube."

"— Soube o quê?" — do que ele está falando?

"— Que você é viado." — ele disse cantarolando.

"— Hein?"

"— Aproveitei para te perguntar se você era viado então você concordou. Não se preocupe que não irei contar a ninguém. Eu te amo, cara. Independente de sua opção sexual."

"— Vá se danar, Dereck! Às vezes nem parece que é um maldito adulto."

"— Qual é, Alex? Pare de ser tão chato. Foi apenas uma brincadeira. Você não estava prestando atenção mesmo no que eu estava falando. Sabe de uma coisa você era muito mais divertido quando estávamos na universidade."

"— Mas a universidade acabou. Crescemos e nos formamos, temos responsabilidades agora. Somos pessoas importantes. Temos uma empresa para cuidar."

"— Cara você fala como meu pai. Só por que somos adultos não significa que temos que ser chatos. E você sabe que nunca deixamos nossas responsabilidades de lado, além disso, somos solteiros, bonitos e ricos. Nossa empresa anda muito bem, então já que tudo está no caminho certo vou aproveitar e me divertir muito. Tenho direito e dinheiro. Vou sair, gastar, viajar, beber e transar até quando estiver velho. E se por acaso meu pau não conseguir levantar tomarei aquela pilulazinha azul e problema resolvido..."

Apenas Uma ChanceWhere stories live. Discover now