Capítulo 36 - ALEX

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Entro no quarto segurando firme a garrafa de whisky e me sento no maldito puff de frente a janela. Olhos focados nas luzes de Nova York começo a beber do gargalo mesmo. Solto um gemido sentindo as dores da briga de cedo. Dores que daqui a pouco estariam adormecidas pelo álcool.

Ao sermos expulsos do apartamento por uma Rose bastante brava continuamos a nossa briga no estacionamento do prédio. Tentei me explicar. Contei que estávamos juntos num relacionamento sério e nada de casual como sua irmã relatou.

Dereck zombou não acreditando que realmente eu amasse Rose que tudo não passava apenas de tesão pela "irmãzinha do melhor amigo". Nossa discussão piorou. 

Até certo ponto entendia sua raiva e até aceitava as merdas que estava falando, mas quando passou do limite em algo que não deveria perdi o resto de consideração e paciência que me restava partindo para cima dele. Hector e o porteiro foram quem separaram a gente.

Está noite tinha sido uma merda. Não saiu como eu planejava. Se tornou um desastre. Porra! Só posso ser mesmo um bastardo covarde que traiu o melhor amigo e que vai perder a mulher que ama assim que o amanhecer chegar.

— Fodi tudo. — resmungo entornando a garrafa.

Dereck contaria tudo para Rose. Tinha razão eu não poderia fazer sua irmã feliz. Sou um homem que não vale a pena amar. Eu deveria ter dito antes. Falado dos meus pesadelos que tanto me atormentam.

Eu ainda posso ir no seu apartamento e contar antes que seja tarde demais. Porra! Ainda tem a Dafine que é amiga dela e irmã do Beto. Caralho! As coisas podiam piorar?

Pego o celular discando seu número. Ligo e fico sem resposta. Melhor ir lá. Tento me levantar, mas cambaleio e caio de volta no puff. Começo a rir feito um maluco e vendo que estou embriagado decido que ir desse jeito apenas pioraria mais do que estão as coisas. Sentado prometo que ao amanhecer tudo se resolveria. Falaria do meu envolvimento com a Dafine e o que quisesse saber.

Em algum momento devo ter desmaiado. Sentindo um dor infeliz de cabeça acordo com a peste do empata foda lambendo meu rosto. Empurro Eros e olho a redor vendo a garrafa vazia jogada no chão ao meu lado. 

Esqueço por um breve segundo o motivo de ter enchido a cara e dormido num puff com o sol me queimando, mas quando as lembranças do que ocorreu desabam em mim o meu estômago se revira fazendo com que eu corra rápido para o banheiro. Enquanto vômito tudo que bebi o suor escorre pelo meu corpo.

— Sério, primeiro Dereck e agora você.

Vomitando com o rosto enfiado na vaso sanitário escuto uma doce voz sarcástica. Rose manda Eros ficar quieto para depois sentir as pequenas mãos em mim. Tremo com o simples contato. Merda! Ela tinha que me ver justo assim.

— Um banho vai te ajudar, mocinho.

Ela espera que eu termine de por tudo para fora e depois começa a tirar minha roupa. Solto uma curta risada fraca ao ver como soou parecida com aquelas mães mandonas. Exausto e de ressaca fico parado a vendo tirar cada peça me deixando nu. Sem dó me jogou debaixo do jato gelado fazendo com que eu solte um palavrão. 

Limpo sou levado para a cama. Engulo o comprimido que me entrega. Como tinha se molhado ao me ajudar Rose troca a roupa por uma seca. A observo querendo saber o porquê de estar aqui principalmente cuidando de mim. Não consigo perguntar com medo da sua resposta.

Se tratando dela me tornei um grande covarde. Tenho vergonha de mim, um homem impetuoso que se tornou um garotinho assustado por causa de uma fodida mulher.

Cansado fecho os olhos. A cabeça ainda lateja. Sinto como se tivesse sido atropelado por que meu corpo todo doía. Eros se acomoda ao meu lado e nem me preocupo por estar em cima da cama perto de mim. Acabo me entregando ao sono.

Apenas Uma ChanceWhere stories live. Discover now