Capítulo 38 - ALEX

21.5K 2.3K 112
                                    

Não sei quanto tempo fiquei encarando a porta fechada esperando que talvez Rose voltasse. Somente pude sair do meu estado de transe quando escutei o choramingo acompanhado dos latidos.

— Merda, ela se esqueceu justamente de você. — eu disse quando entro no quarto e encontro Eros na cama. Ele se cala de imediato e fica me encarando. — Eu sei que fiz merda. Não precisa me olhar assim.

Vou até a cama e ao me sentar Eros coloca o seu focinho na minha coxa. Fico sem qualquer reação. Nunca tive um cachorro, mas então sem muito jeito começo a cariciar sua pequena cabeça como vi Rose fazer tantas vezes.

— Pensando bem ela vai ter que voltar para te pegar, né? — esperançoso observo Eros que late em resposta. — Eu só posso está maluco conversando com um cão.

A noite chegou e nada dela voltar. Estou na sala de frente a televisão junto com Eros ao meu lado comendo um segundo pote de sorvete dos vários que comprei para Rose que era viciada nessa porcaria. Enfio outra colher cheia na boca. 

Caralho! Estou parecendo a droga de uma mulher sentado aqui sofrendo agarrado ao pote de sorvete.

— Rose vai me matar quando souber o que te dei. — resmungo vendo Eros com o focinho enfiado na sua vasilha que no momento permanece cheia de chocolate. Ao me ouvir o cão apenas me dar um rápido olhar antes de voltar a comer e me ignorar por completo. — Ingrato!

Olho para a porta finalmente aceitando, desistindo. Solto um suspiro e volto a tentar prestar atenção no filme que passa na televisão. Não consigo e tudo que penso é se minha menina retornará. 

Puta que pariu, quando foi que eu comecei a agir feito uma mulherzinha?!

Vou mudando de canais até que resolvo deixar num que passa clássicos do rock. Hora de ser macho. Sou homem porra! Jogo o pote em cima da mesinha e me levanto do chão frio. Vou atrás da minha fiel companheira que é sempre bem vida nos momentos onde o amor fode por completo um homem o tornando um tremendo babaca apaixonado.

No pequeno bar coloco uma dose exagerada de whisky e quando estou indo me servir da segunda a porta se abre para então a pessoa que eu perdi as esperanças de ver neste momento aparece só de camisola. 

Meu Deus! Um única dose já estou vendo coisa. Imagina quando eu realmente começar a encher a cara.

— Você homem maldito! — parecendo uma deusa grega aponta o dedo e caminha na minha direção. — É um cafajeste! — parado sem reação a observo se aproximar de mim. Será que adormeci e estou sonhando? Isso não pode ser coisa de apenas uma dose. — Eu deveria te odiar. Nunca mais querer te ver,  mas eu não consigo mesmo tendo feito essa fodidas merdas. Eu odeio que você saiba exatamente o que fazer para que a idiota aqui não fique por muito tempo brava com você. Isso é tão injusto.

Mais que porra. É possível ser coisa da minha cabeça? Coloco a garrafa e copo de volta no balcão do bar e quando abro minha boca para falar algo Rose se joga em meus braços e me beija profundamente. Por uns meros segundos fico em choque, mas passa bem rápido quando a agarro e a coloco sobre o balcão do bar derrubando no chão garrafa e copo que se quebram.

— Eu preciso que saiba que eu sinto muito. Nunca quis te machucar. Estou arrependido por não ter contado sobre a Dafine antes, mas acredite se eu pudesse voltar no tempo especificamente depois que saímos daquele bar de karaokê eu teria te dito. — me desculpo aflito.

— Passou, Alex. — ela disse contra meus lábios me acalmando. — Te amo tanto, cretino.

— Isso realmente está acontecendo de verdade? Será que desmaiei? É um sonho, só pode.

— Estou aqui e não é um sonho, Alex.

— Te amo, minha pequena menina safada. — sorrio esperando que não seja um fodido sonho. — Pensei que a tinha perdido.

— Chegou bem perto. — ela confessa e eu estremeço.

Ficamos no balcão nos beijando e quando o clima esquentou Eros "empata foda" que antes estava se entupindo de sorvete aparece latindo e começa a arranjar minhas pernas tentando subir. Mando ficar quieto e sumir só que Rose rapidamente me empurrou e desceu do balcão. 

Sério que serei trocado por um cachorro? Competir com a peste não é justo.

— Oh, meu fofo. — ela o agarra abraçando. — Desculpe por ter deixado você aqui com esse babaca, mas a mamãe estava tão puta que não pensava direito quando saiu.

— Babaca? Obrigado por mais um dos belos elogios dirigidos a minha pessoa. — eu disse sarcasticamente ganhando apenas um doce sorriso antes dela voltar a dar carinho no Eros.

Vendo que perdi a atenção para a peste do cão que no momento está sendo mimado eu vou me sentar no sofá.

— O que é isso? — pergunta Rose tocando no pelo do cachorro. — Alex por que Eros está sujo de... Isso é chocolate?

Oh, Merda! Lascou. Pensa rápido.

— É... — engulo em seco a vendo colocar o cachorro no chão. — Eu estava comendo sorvete daí esse cão enviado pelo diabo pulou no sofá me assustando. Acabei derrubando o pote no chão. Tentei impedir que comesse, mas você sabe como o guloso é rápido quando se trata de comer algo principalmente proibido.

Eu prendo a respiração enquanto Rose fica me analisando para ver se contei a verdade ou não. Porra! Não deveria está mentindo depois da merda que houve, mas é apenas uma besteirinha. De qualquer forma ela vai saber que estou mentindo. Ela sempre sabe e vai ficar puta por eu ter dado sorvete ao seu cachorro. Esperando sua repreensão agradeço quando justo neste momento Eros decide derrubar o pote de sorvete que coloquei na mesinha de centro.

— Não, Eros! — repreende Rose pegando o cachorro que começa a choramingar por ser afastado para longe do sorvete. — Não pode comer. Eros irá te fazer mal.

— Eu duvido desde que mais tarde essa bola de pelo vai colocar tudo para fora mesmo em algum lugar do meu apartamento. — resmungo

— Sinceramente não consigo entender essa cisma que você pegou com Eros. Você tem algum trauma com cachorro? O que custava dar uma ordem firme de macho para outro macho para não comer algo? Você tem que mostrar quem manda quando eu não estou por perto.

— Esse cachorro tem compulsão alimentar e eu levo a culpa? — eu argumento

— Eros não tem compulsão alimentar. — ela discorda e com Eros nos braços caminha em direção a porta do apartamento aberta. 

Penso por um momento que vai fechar, mas fico em alerta quando ela não faz isso.

— Aonde vai? — me levantando rápido do sofá.

— Embora.

— Por quê? — corro parando ela. 

Não é possível que tenha vindo somente para pegar o cachorro.

— Ficar aqui não vai dar certo.

— Não vai da certo por quê? — sorrio ao entender tudo. A Rose não iria conseguir manter essa farsa de "estou ainda brava então não vem que não tem" para cima de mim. Não iria aguentar. — Por acaso a senhorita está com medo de algo? Eu não mordo, meu amor. A não ser que você peça.

Rose me encara vendo o desafio estampado em meus olhos. Meu bem vamos ver o quanto aguenta lutar contra as minhas investidas. A noite vai ser longa e divertida.

— Babaca! — ela resmunga fechando a porta. — E você nem ouse me tocar por que se não arranco suas bolas.

Ela sobe os degraus para o andar de cima onde ficam os quartos. Eu me jogo no sofá rindo da minha fodida sorte. Isso está mesmo acontecendo? Anteriormente estava na maior deprê pensando que tinha perdido minha pequena menina safada e agora estávamos aqui discutindo besteiras como sempre fazíamos. 

Porra! Amo essa mulher maluca cheia de surpresas.

Apenas Uma ChanceWhere stories live. Discover now