Bônus - DERECK

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Bem, não foi dessa maneira que eu queria que Rose soubesse que sou adotado e que ainda por cima sou o meio-irmão do seu vizinho que inclusive andava em busca do meu paradeiro fazia um tempo pelo que soube. Porra! Desde ontem um bomba vinha atrás da outra.

— Espera, está querendo me dizer que meu irmão é o seu meio-irmão que tanto procura? — pergunta Rose confusa olhando para mim e Rodrigo.

Respiro fundo encarando a minha irmã. Sim, por mais que não fossemos do mesmo sangue Mari e Rose sempre serão as minhas irmãs. Eu me arrependo amargamente por ter me afastados das duas anos atrás quando soube da verdade.

— Sou o meio-irmão perdido do Rodrigo. Faz pouco tempo que soube. — declaro antes que Rodrigo possa a responder.

— Acho melhor deixar vocês sozinhos. — disse Rodrigo. — Sinto muito, Rose. Acredite eu queria e quase fiz naquele jantar, mas o melhor foi não ter te contado. É um assunto delicado de família então é preferível que seu irmão mesmo te conte tudo.

Ele sai do apartamento depois de se justificar como se tivesse alguma obrigação. Merda! Eu havia percebido que o Rodrigo nutria sentimentos por Rose, mas presenciar aquele olhar apaixonado é um porre.

— Como é possível? Se você fosse adotado papai e mamãe teria dito.

— Ou não. — acrescento. — Pode acreditar também fiquei em choque ao descobrir que nossos pais não eram os meus verdadeiros.

Lembro como se fosse ontem da mamãe chorando sendo aparada pelo meu pai enquanto tentavam se explicar. Foi algo que me abalou ao extremo e naquele momento tudo que somente eu sentia era raiva por que achar que minha vida tinha sido uma farsa. Eu pensava que era só mais um caso de caridade que um casal rico decidiu fazer.

— Quando foi que descobriu? E como teve a certeza?

— Você nunca se perguntou do meu sumiço quando entrei na universidade? Por que parei de telefonar, visitar e quando falava contigo estava estranho.

— Claro, quis saber o que houve para ter se tornado um completo babaca. Só que toda vez que tocava no assunto você fugia dele então depois que conversamos no meu aniversário resolvi deixar para lá. — ela responde. — Teve um dia que depois de presenciar um briga de você com papai no escritório comecei a achar que tinha se distanciado por que nosso pai não aceitava que se mudasse e cursasse arquitetura.

— Bem, não foi por causa dessa briga.

— Está querendo me dizer que... — ela arregala os olhos ao entender. — Dereck você sabia desde daquele tempo e não falou nada?

Toda vez que me ligava animada perguntando com andava a universidade eu pensava seriamente em contar, mas só que não fazia com medo que começasse a me tratar diferente. Agora eu sei que foi uma atitude muito estúpida. Mas o que eu podia fazer se naquele tempo estava magoado, com raiva e com medo que as pessoas que me amassem fossem parar de me amar. Imaturo pensar assim e eu soube disse anos depois.

Eu me sentia péssimo sobre esse assunto. Me senti pior ainda com o passar do tempo quando a culpa por esconder fez com que eu passasse a ignorar-lá. Eu e Rose éramos tão próximos que muitos dos meus amigos achavam estranho essa minha amizade com a minha irmã caçula desde que sabiam que as mulheres para mim serviam para diversão então quando viram como nós se tratavam de modo carinhoso e unidos ficaram chocados.

Nem mesmo com a Mari eu tinha essa ligação forte. A Rose era a única mulher com quem eu conversava abertamente sobre qualquer coisa sem que ficasse envergonhada e enojada. Minha irmãzinha era como um cara só que em vez de ter um pênis no meio das pernas tinha uma vagina. Ela nunca se incomodava com as palavras ou até mesmo a forma bruta que eu falava. 

Apenas Uma ChanceWhere stories live. Discover now