Capítulo 13: Show e varanda

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Bea não quis voltar ao camarim, disse que ficaria ali com a mãe. Então fomos contra todas as regras e deixamos ela ficar com a gente no palco, óbvio que com um fone para abafar a barulhada. Bea também sorria a todo momento, ficou no meu colo, depois no de Dinah, Lauren, cantou segurando a mão de Ally e depois ganhou um abraço. Bea fez questão de segurar a minha mão e de Dinah durante Squeeze, e eu peço pra quem tiver uma foto disso, me mande urgentemente. Ah, também cantamos Write On Me pra ela. Vale ressaltar que essa pirralha me jogou água com Camila no fim do show, foi o show mais legal da minha vida em anos.

Bem, no final do show saímos do palco e eu estava com Bea no colo, ela parecia estar muito feliz, mas seu sorriso morreu quando viu a Tara.

- Eu disse que essa menina ia estragar tudo! - Dinah rapidamente pegou a filha nos braços e saiu, seguida pelas outras 3.

- Pena que a gente não liga.

- Pena que você ainda tá em Pr. Você sabe muito bem o quão rápido é pra mim te levar a falência!

Cruzei os braços em frente aos meus seios.

- Sério? Todo mundo sabe o monstro que você é.

- Monstro é essa menina!

- Cala boca! Todos gostam dela! Mas ninguém gosta de você!

Lhe dei as costas e caminhei em passos apressados para o camarim.

Hotel.

Sozinha.

Okay, talvez eu esteja fazendo um mini drama, mas é que ficar sozinha no quarto do hotel é chato demais. Ter Dinah comigo era simplesmente maravilhoso, ela sorria, cantava, brincava, dava cambalhota e deixava tudo muito mais alegre.

É... Ainda não me acostumei.

Bem, tomei um bom banho quente, coloquei um pijama e fui bater na porta do quarto de Dinah. Prometi a Bea que iria fazer ela dormir hoje.

E a porta é aberta por ela.

- Tia, Mani!

- Oi, meu amor! - Me agacho e a pego no colo, beijo seu rosto e fecho a porta. - Onde está a sua mãe?

- No banhelo. Quer assistir desenho?

- Claro!

Bea está tão lindinha, seu pijama de unicórnio está no tamanho perfeito, suas pantufas de gatinho são uma graça e seu cabelo preso em coque deixa ela ainda mais fofa.

Sentei na ponta da cama bem em frente a TV que passa um desenho desconhecido por mim, Bea deita com a cabeça na minha coxa e eu começo um carinho no seu braço. Ela não diz nada e aproveita o carinho e eu fico ligada no desenho, sério, esse desenho é muito bom, preciso saber o nome.

- Ei! Ela já dormiu! - Levo um grande susto com a imagem de Dinah saindo do banheiro.

- Ah... - Pego meu pequeno bebê no colo com cuidado para ela não acordar e a levo para o meio da cama. Cubro seu corpinho com o edredom e deixo um beijinho em seus cabelos loiros.

Dinah agora está apenas me observando com um sorriso discreto.

- Você está bem? - Pergunto a ela.

- Sim. E você?

- Você está bem mesmo? - Ignoro sua pergunta e tento me certificar de que ela está bem, mesmo eu sabendo que não.

Ela se vira em resposta e vai para o varanda do quarto, abre as portas com cuidado e se senta no puff que tem lá, olha para o céu e fica em silêncio. Óbvio, vou atrás dela em passos lentos, a observando.

- O céu está lindo hoje... Cheio de estrelas. - Ela diz.

- O céu é lindo todos os dias.

- Eu queria que... Meu coração estivesse cheio que nem o céu. Mas ele está vazio, totalmente vazio e eu me sinto sozinha.

Dinah não me olha, seu olhar está preso apenas no céu e isso me faz tem a total certeza de que ela está muito mal.

- Eu também me sinto sozinha.

Confesso, mesmo que ela já saiba que eu não me sinto sozinha no quesito "relacionamento amoroso" e sim em amizade. Sinto falta do meu ot4 junto a mim.

- Desculpe.

Suspiro, me aproximando dela e me abaixando para que eu fique na sua altura já que ela está sentada.

- Você quer conversar?

- Eu quero que essa dor vá embora. - Me olha, seus olhos castanhos estão tristes. Sem vida.

- Sei que sou o motivo da sua dor, Dinah. Sei também que nada do que eu falar agora vai fazer isso passar, mas eu prometo a você que o meu pedido de desculpas irá ser o melhor de todos.

- Não prometa se você não irá cumprir. Você já fez muito isso.

Fechei os olhos sentido aquilo doer, mas tentei ser forte.

- Um "eu vou tentar" está bom?

- Eu acho que sim...

- Eu vou tentar trazer aquela velha Normani de volta, a que você ama, a que as meninas dão risada quando eu brinco, a que te ajuda nas coreografias da Beyoncé. - Ela sorriu.

- Eu tenho medo.

- Você não precisa ter medo.

- Normani, você... Está em PR e isso já me machuca demais! Aquele cara gosta mesmo de você.

- Mas eu não gosto dele. A pessoa que eu mais amo nessa vida toda está bem aqui, sentadinha na minha frente. - Seguro suas mãos. - Eu amo você.

- Mani...

- Não... Escuta. Nenhum PR, nenhum hate ou seja lá o que for vai me impedir de ter o seu coração de volta. Eu vou lutar, mesmo que isso me faça ir até em carreira solo, mas eu vou lutar pra ter você comigo outra vez.

- Não diz isso...

- Eu digo sim, Dinah. Eu não aguento mais te ter longe de mim.

- Eu também não...

- Então! Você vai me deixar tentar?

Dinah apertou a minha mão e umideceu os lábios. Parece pensativa. Eu sei, é uma decisão difícil, ela tem seus medos e eu não julgo. Se ela me quiser longe, eu fico longe, se ela quiser mesmo que eu tente, eu prometo tentar e não falhar.

- Tudo bem.

- O que?

- Eu disse que tudo bem. - Sorriu e a minha vontade foi de lhe encher de beijos, mas me segurei.

- Eu prometo não te decepcionar.

Our Little Girl - NorminahOnde as histórias ganham vida. Descobre agora