33.

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Só pensa em um trator passando por cima de você, é como eu tava me sentindo depois de beber TANTO. Eu tava muito ruim, quase perdendo a consciência e ainda não era nem três horas da tarde.

Sentei na calçada e coloquei tudo pra fora, sentia tudo girar e ao olhar pras meninas eu queria só rir. Nós três no mesmo barco!

Carolina: Vou comprar água. — Juntei o resto de força que eu tinha e levantei, andei tonta até um vendedor ambulante e comprei três águas. Dei uma pra cada e abri a minha, lavei a boca e depois tomei quase tudo, o que restou joguei na nuca. — Só quero minha caminha!
Alice: E eu só quero beijar mais! — Ela levantou e me puxou, grudou nossa boca e me beijou. Fiquei estática, mas cedi e escutei uns gritos, separei rindo. —
Brenda: NERA HÉTERO, NERA? — Gritou zoando. —
Carolina: Não sabia que você cortava pra esse lado. — Ela só riu dando de ombros. Puxei a Brenda e terminamos de curtir o bloco.

(...)

Eu já tinha vomitado horrores, tomado remédio, água, comido e sentia tudo mole. Uma sensação horrível, nunca mais bebo sem brava!

Flávia: Não aguenta beber, bebe mijo. — Disse ao passar pela porta do banheiro. Levantei e dei descarga, escovei os dentes e desci pra sala. — Bebe esse chá de gengibre aqui. — Falou da cozinha e eu fui até lá, ela me deu um copo que quando provei fiz careta. —
Carolina: Ain não vou beber isso não, trem ruim da porra.
Flávia: Então morre de ressaca, filha da puta. — Ih a mulher tava brava nem sei porque. Tomei aquilo tudo prendendo o máximo a respiração só pra não sentir nada, depois comi um pouquinho de açúcar. — Agora você pode ir buscar os seus filhos que ninguém tem obrigação com eles.
Carolina: Ihh já vou. — Sai resmungando mesmo. Primeiro peguei a Mel que era mais longe e no caminho o Messias que já estava dormindo. Deixei ele no berço e coloquei Melissa pra contar carneirinhos. — Fecha os olhos, anda, amanhã tem aula. — Cobri ela e abaixei o volume da televisão. Conferi a mochila dela de escola, a do Messias e minha bolsa de trabalhar. Quando tava indo deitar bem plena o telefone tocou, olhei na tela e era o Ícaro.

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Carolina: Oi, amor. — Sentei na cama. —
Zatão: E aí. — Disse todo seco, até respirou fundo. —
Carolina: Ixi, o que foi, preto?
Zatão: Porra to boladão com você, papo reto pô! Eu aqui pagando cadeia e você saindo com as amigas, só de rolezinho!
Carolina: Eu sai só hoje cara.
Zatão: E além do mais saiu de SUTIÃ. Namoral Carolina se eu tivesse na rua eu ia te estraçalhar, quebrar você todinha. Cê gosta né de me tirar como otario perante meus amigos, né? Jaé.
Carolina: Nada a ver, amor. Para de graça!!!
Zatão: Tem argumento não, o que você fez foi errado pra mulher que é casada! Eu sou é homem, vou aceitar você saindo do jeito que saiu não. Encheu o cu de cachaça, né? Passou mal pô, recebi vídeo de você vomitando abeça e tirando que beijou aquela sua amiguinha filha da puta, né? — Arregalei os olhos. — Então, o gato comeu sua língua?
Carolina: Quem te contou?
Zatão: Não te interessa! Meu papo agora é um só! Não te quero andando com essa menina mais, se eu souber vou mandar quebrar suas duas pernas e quando eu sair eu vou cortar a língua dessa desgraça, tá achando que é fácil pegar mulher dos outros. Ata!
Carolina: Para de da essas ideias aí! A gente tava bêbada, foi acidente, se ela beijou foi porque eu deixei!
Zatão: Ih namoral vou desligar porque cê já me tirou do sério desde a hora que sentou na porra daquela praça pra beber. Já dei o papo, né? E oh não te quero ralando mais, tá te faltando porra nenhuma pra você tá correndo atrás de emprego.
Carolina: Aí já você tá demais! Eu custei a conseguir esse serviço e não vou sair porque você quer!
Zatão: Então brota naquela loja lá uai, vou mandar os menor colocar fogo naquela porra.
Carolina: Você é doido!
Zatão: Sou doido mesmo! Ainda to doidinho pra estourar essa sua cara, filha da puta. — Ele tava puto real e eu nem entendendo. —
Carolina: Olha quando você tiver mais calmo, a gente conversa tá?
Zatão: Então vai demorar minha filha. Escuta. — Soltei um suspiro. — Não te quero na próxima visita, não vem pra gente não tretar!
Carolina: Para com isso! Você tá brigando por bobeira.
Zatão: Bobeira? Ata! — Soltou uma risada fanha. — É porque não é você que tá aqui preso tendo que escutar nego da rua comentar das manotas que você tá dando, cadê a mãezona que você era? Deixou foi seu filho na casa dos outros pra sair pra beber. — Eu já estava chorando baixinho. — Isso não se faz não, pô!
Carolina: Eles não tava com qualquer um.
Zatão: Independente, Carolina. Quando é coisa de urgência aí tá suave, mas cê deixou os meninos à mercê dos outros só pra sair e beber e ainda beijar mulher, qual foi?!
Carolina: Eu tava bêbada.
Zatão: Isso não justifica coisa nenhuma não, se fez bêbada é porque tinha coragem de fazer sã. Mais e aí, tá ruim pra você ter que marchar comigo? Me abandona pô que aí você vai poder curtir sua vida suave, sem ter que escutar eu falando em seu ouvido.
Carolina: Eu nunca vou te abandonar! Eu errei sim, me desculpa por isso! Eu to muito arrependida. — Falei chorosa, soluçando. —
Zatão: Namoral to chateadão com você, depois a gente desimbola, jaé?
Carolina: Não desli....
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Era tarde demais. Fui dormir com um nó na garganta, só pensando na minha tarde divertida que me causou essa confusão desnecessária com o Ícaro.

- METADE DO FIM! - EM PAUSA.Where stories live. Discover now