- METADE DO FIM! - EM PAUSA.

3.

WhatsApp On:

Eu: eu to com medo 😓
eu ainda n tinha começado com o remédio e vc me fez tomar pílula três vezes
duas seguida
Patric: calma uai
tem que ver isso direitinho Carol
Teu pai vai te matar e minha mina vai fazer o msm
que porra em
Eu: eu falei p não gozar dentro vei 😭
se isso for sério eu to mt fodida
Patric: agt da um jeito
Relaxa
WhatsApp off...

Ele disse somente isso e saiu. Soltei um suspiro segurando as lágrimas. Não pode ser verdade! Não pode. Enfiei minha cara no travesseiro e passei a conversar com aquEle lá de cima.

Carolina: Senhor só tu sabe do meu interior! Sabe o quão difícil vai ser pra minha família se esse meu pensamento for verídico, não deixe que sua filha pecadora passe por essa prova, não agora. Eu não tenho maturidade pra criar uma criança agora, Senhor, ainda mais vindo de uma relação que nem sequer existe. Eu sei que errei em ter pegado homem comprometido mais esse não pode ser o preço que tenho que pagar... — Eu aprendi a ter essa intimidade com Deus quando fui passar as férias na casa da minha avó paterna, a coroa é pastora e preza muito pela religião.

Como hoje era dia da Camila arrumar casa eu fiquei quietinha dentro do meu quarto com o pensamento bem a mil. Desde o dia do baile eu passei a desconfiar, naquela semana mesmo tive enjoos e ânsias de vômitos. Joguei os sintomas na internet e um deles apareceu em gravidez. Desde então isso ficou na minha cabeça.

Patric é de onde eu morava. Ele tem 18 anos e namora a três, eu acho. Sempre fui afim dele, mas respeitava o relacionamento né. Até que teve uma resenha em um sítio, só ia quem trepava de menos eu que ainda era virgem. Tinha acabado de completar 14 aninhos. Naquele dia somente dancei muito e beijei algumas boquinhas, ainda bem que não éramos obrigada a fazer nada. Até então tudo tranquilo, quando eu vejo um tizil chegando, era ele. Ah aquele dia... papo veio, papo foi, ele não quis ficar comigo ali porque tinha muito conhecido e então me levou pra uma base. Me comeu gostosinho. Foi carinhoso e tudo, mas vacilamos na camisinha. Depois desse dia nós tava encontrando direto nas escondidas e sempre no fim da noite eu tomava pílula, até que me mudei pra Serra.

Queria muito que isso fosse só sonho e tomara que seja. Mandei mensagem pra Camila vim aqui assim que terminasse com a casa.

Camila: Puta que pariu! — Disparou depois de me escutar atentamente. — Você está fodida.
Carolina: Para. — Choraminguei. — Eu preciso ver isso, Ca.
Camila: Vão pedir a Lorraine pra comprar o teste?
Carolina: Não! — Disse rápida. — Ninguém pode saber, é só uma suspeita. Isso é um segredo nosso.
Camila: Eu to em choque é sério. — Respirei fundo e ficamos em silêncio por alguns minutos. — A gente compra amanhã, assim que saímos da escola, ta?
Carolina: Mais aquela sua amiga... — Fiz careta. —
Camila: Você despista ela e eu compro, guardo na mochila e a gente vem pra casa. — Assentiei e senti ela me abraçar apertado. — Seja lá qual for o resultado eu vou está com você pra tudo, tá?
Carolina: Promete?
Camila: Lógico!

Ela passou o resto do tempo comigo. Tentava me distrair mais acabava comentando sobre o assunto gravidez, não tinha como não tocar no assunto... Mamãe chegou quase oito da noite, cheia de sacolas. Pediu pizza já que tínhamos esquecido de fazer comida. Depois que comemos eu tomei banho, botei um pijama e fui logo deitar. Estava no sono já quando senti alguém deitar e beijar minha testa. Era Camila.

Acordei com muito sono. Meu corpo todo mole, tontura, mas tirei forças de não sei onde e levantei. Fui logo tomar banho pra despertar, mas não adiantou muito. Parece que quanto mais a gente quer uma coisa mais ela demora pra acontecer. O sinal da saída não tocava nem por reza e eu tinha dormido praticamente quase todas as aulas e quando escutei aquele sino agradeci mentalmente. Saímos nós três e a Camila comentou que ia comprar absorvente, chamei a Vitória pra comprar coxinha comigo e fomos lá.

Entrei no banheiro com os quatros testes em mãos. O engraçado é que eu sempre estava apertada, toda hora fazia xixi e agora que preciso não sai nada. Fiquei cerca de trinta minutos só tomando água e fazendo o xixi num potinho diferente. Coloquei o palito e peguei tudo, destranquei a porta e corri pro quarto da Camila. Tranquei a porta e coloquei as coisas em cima da cômoda dela.

Camila: Seja o que Deus quiser.
Carolina: Prefiro que seja da minha vontade mesmo. — Soltei um riso de nervoso. Os minutos pareciam ter parado. — Camila!
Camila: Estranho. — Ela disse com os testes em mãos. — Esses três. — Mostrou o da lista. — Está com um risco, indicando que deu negativo. — Soltei minha respiração junto com um sorriso de alívio. — Mas esse... — Mostrou o de meses. — Está indicando aqui 3+ o que da a entender que deu positivo. — Peguei os testes e olhei sem entender. —
Carolina: Mais como? — Eu juro que não estava entendendo. —
Camila: A gente tem fazer o de sangue.
Carolina: E se precisar de um responsável?
Camila: Vamos falar pra mamãe... — Neguei chorosa. — Naiara?
Carolina: Ela contaria pro meu pai.
Camila: E agora?
Carolina: Vou pedir o Patric pra me levar.
Camila: Isso!

Escondemos os testes dentro de uma caixa de sapato e botamos um lençol por cima, jogamos a caixa em cima do guarda roupa. Peguei meu celular e liguei pro Patric.

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Patric: Eu não to podendo falar agora
Eu: É rapidinho, eu juro! — Engoli a seco. —
Patric: Fala logo!
Eu: Então... eu comprei os testes, foram quatro, três deram negativo e um positivo. — Falei rápido. — Preciso fazer exame de sangue e você pode me levar?
Patric: Eu? Por que, eu?
Eu: Porque se isso for sério você que é o pai, porra. — Falei nervosa. — É sério, Patric. A gente precisa de olhar isso logo e tirar essa dúvida.
Patric: Não sei, pô chama tuas colegas, sua mãe, sei lá.
Eu: Elas não podem saber, cara, minha mãe vai me matar. — Senti as lágrimas caírem. — Por favor? Só pra gente ter certeza que é um alarme falso e aí cada um segue sua vida.
Patric: Jaé. Vou ver um dia e te falo.
Eu: Sexta de manhã, vou cabular aula.
Patric: Jaé.
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